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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ele insiste, nós insistimos e o Gaspar (a troika) insiste!

Stiglitz recorda a Grande Depressão de 1929 para explicar que a crise ainda está para durar.
“Se a Alemanha saísse do euro, as taxas de juro da nova eurozona baixariam, haveria mais exportações e mais crescimento económico”. A frase é do professor da Universidade de Columbia e prémio Nobel da Economia, Joseph E. Stiglitz, durante uma conferência de na Barcelona School of Economics.
Stiglitz avisou que a crise no Ocidente não está a chegar ao fim, mas “a meio do caminho ou mesmo na primeira fase”. O seu argumento baseia-se na última crise com magnitude similar à atual, a Grande Receção nos Estados Unidos, que começou em 1929 e 10 anos depois ainda não havia expetativas de recuperação.
O Nobel insistiu na crítica às políticas de austeridade e aconselhou uma união bancária para evitar que o capital saia dos bancos dos países que tenham problemas em mantê-los. Explicou, ainda, que os Estados Unidos têm culpa na origem da crise, mas o dinheiro não saiu dos seus bancos, enquanto na Europa há o risco de que o dinheiro saia dos países com capacidade “limitada” para manter o seu sistema bancário. “Se o dinheiro sair, a economia fica debilitada, o que leva a uma situação insustentável”, acrescentou Stiglitz,  que avisou que a união bancária deve incluir todos os bancos e não só os grandes.
Já é teimosia de todos os analistas a defesa das conclusões, embora se possa e deva destrinçar, que umas se baseiam nos factos (contra o que não há argumentos) e outras se baseiem em crenças (em que não acreditam) e em experiências laboratoriais, sem qualquer sensibilidade para o sofrimento das cobaias.
Enquanto os Nobel insistem nos alertas da derrocada, a troika insiste que vamos no bom caminho (o deles) e Gaspar insiste em fazer de boneco da troika ventríloqua, enquanto Coelho insiste em ceder as competências da sua função de primeiro-ministro, por eleição, calando-se, ou por subserviência ou por complexo de inferioridade perante o professor…
E começa-se assim a confirmar que os objetivos ocultos deste governo (liberalização da economia e a sua destruição) de “técnicos” são mais políticos, ideológicos e golpistas, que querem desconstitucionalizar o país e fazer implodir o Estado Social, em proveito do setor privado, agora descaradamente, chamando a tal estratégia, as exigências do Mercado!
Quem já acabou com a monarquia, quem já fez o 25 de abril, quem defendeu a democracia, certamente que não permitirá que estrangeiros e estrangeirados nos comam por lorpas, como se fossemos invertebrados…
A razão estará sempre do lado da maioria da população e não do lado de uma minoria de votantes enganados!
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