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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A presidenta não gosta da Merkel, do Gaspar e de PPC

A presidente brasileira teceu hoje duras críticas às políticas de excessiva austeridade que estão a ser aplicadas na Europa e que estão a causar "sofrimento" às populações, considerando que a confiança não se constrói apenas com austeridade.
“O erro é achar que a consolidação fiscal colectiva, simultânea e acelerada, seja benéfica e resulte numa solução eficaz”, disse Dilma Rousseff que falava na primeira sessão plenária da XXII Cimeira Ibero-americana. “Temos visto medidas que apesar de afastarem o risco da quebra financeira, não afastam a desconfiança dos mercados nem a desconfiança das populações. A confiança não se constrói apenas com sacrifícios”, afirmou.
Para Rousseff é necessário que a estratégia e as medidas adoptadas “mostrem resultados eficazes para as pessoas, horizontes de esperança e não apenas a perspectiva de mais anos de sofrimento”.
Na sua intervenção a chefe de Estado brasileira referiu-se amplamente à crise financeira que “golpeia de forma particular” a Península Ibérica.
“Portugal e Espanha estão diante de tarefas de complexa solução. Mas sabemos da força destes países, da energia criativa das suas sociedades, da capacidade de superação, tantas vezes comprovada ao longo dos séculos”.
“Temos assistido nos últimos anos aos enormes sacrifícios das populações dos países mergulhados na crise: redução de salário, desemprego, perda de benefícios”, insistiu, considerando que “políticas que só enfatizam a austeridade demonstram os seus limites. Devido ao baixo crescimento e apesar do austero corte de gastos, assistimos ao crescimento dos défices fiscais e não à sua redução”, afirmou.
Recordando que as previsões para o biénio 2012-2013 apontam para um aumento dos défices e à redução do PIB, Rousseff afirmou que o Brasil continua a defender “que a consolidação fiscal exagerada e simultânea em todos os países não é a melhor resposta para a crise mundial e a pode até agravar, levando a uma maior recessão”.
Rousseff considerou ainda que os países em excedente orçamental “devem também fazer a sua parte”, investindo, consumindo mais e importando mais.
“Sem crescimento será muito difícil o caminho da consolidação fiscal, que será cada vez mais oneroso socialmente e cada vez mais crítico politicamente”, afirmou.
Em contraste à austeridade, Rousseff apresentou as políticas adoptadas pelo Brasil, incluindo a ampliação do investimento público e privado em infraestruturas, a redução da carga tributária sob o salário e programas sociais que ajudaram a manter o consumo interno.
O presidente do Governo espanhol disse não ter ouvido as críticas que a presidente brasileira Dilma Rousseff fez às políticas de austeridade, defendendo as decisões do seu executivo para responder à crise. "Não ouvi nada isso. Não sei onde é que foi buscar isso", disse Mariano Rajoy, a uma jornalista brasileira, que lhe perguntou diretamente como respondia às críticas de Dilma Rousseff à política de austeridade de Espanha.
Já em outubro do ano passado, Dilma dizia que para se sair da crise era errado aumentar impostos, reduzir o consumo interno, desinvestir e não tomar medidas para o crescimento da economia, e dizia eu aqui, que Quem passou “por elas” é que sabe do que fala!
Em novembro do mesmo ano, numa reunião do G20, entre outros conselhos sábios e básicos, dizia claramente: "Se os países se dedicam a resgatar os seus bancos, podem muito bem oferecer um subsídio para uma família em estado de pobreza extrema." E deixou claro que a ação não seria "filantropia", mas "uma oportunidade para superar as dificuldades", pelo que podíamos concluir que A Europa vai em contramão e diz que são os outros…
E hoje podemos concluir que a presidenta só não era bruxa porque já tinha sido obrigada a percorrer esse caminho, como cidadã e não se tinha esquecido…
Nesta Cimeira Ibero-americana, Dilma repetiu (de cor) os mesmos avisos contra a receita que nos aviaram e que está a dar o que está a dar, bosta! E chegamos ao cúmulo de Rajoy, de tão interessado na solução, nem ouviu o reparo.
É bem possível que os dois líderes ibéricos se tenham ausentado da sala, por qualquer necessidade ou estivessem a conversar entre si à procura da dose certa para a hecatombe, perdendo uma boa oportunidade de aprenderem alguma coisa e mostrarem a utilidade destas Cimeiras…
Com mais esta voz a contrariar a “filosofia” de Merkel e do Gaspar (e do Passos Coelho?), ainda vão dizer que a presidenta é da esquerda radical…

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