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terça-feira, 9 de outubro de 2012

“Vícios PÚBLICOS, PRIVADAS virtudes?”

Entre 2009 e 2012, nenhum país da zona euro cortou tanto a despesa com salários dos funcionários públicos como Portugal. Segundo, os dados publicados pelo FMI no "Fiscal Monitor", a redução dos custos relacionados com remunerações foi a rubrica que mais influenciou o ajustamento do lado da despesa.
O ministro das Finanças português garante que o Governo vai "tentar com afinco" substituir algumas das medidas de agravamento de impostos por outras de contenção de despesa.
Uma das razões para a revisão em baixa das previsões de crescimento nos países desenvolvidos em 2012 e 2013, realizada pelo FMI deveu-se à avaliação dos efeitos recessivos das políticas de austeridade. O efeito "multiplicador" delas é muito superior - muito mais "amplo", no dizer do FMI - ao que estimam os governos envolvidos em tais políticas e as entidades internacionais que se envolveram nos planos de resgate (troika). Por cada euro "poupado" com o ajustamento orçamental, o efeito recessivo no PIB varia entre 0,9 euros a 1,7 euros (muito acima da unidade) e não de 0,5 euros, como se julgava. Enfim, a quebra no PIB é muito superior às previsões. A espiral recessiva é muito mais ampla.
Este disparo do efeito multiplicador recessivo das políticas de austeridade deve-se, explica o FMI, ao contexto atual de Grande Recessão e crise financeira, em que o crescimento é "frouxo", a margem de atuação da política monetária pelos bancos centrais está no limite e os países resolveram proceder a ajustamentos simultâneos, ampliando o efeito negativo das políticas de austeridade.
O FMI estima que o défice orçamental de Portugal atinja 1,9% do PIB em 2015, permanecendo nesse registo no ano seguinte e baixando uma décima em 2017 e lembra ainda a "dependência inicial" de Portugal sobre medidas do lado da receita "que poderiam ser implementadas rapidamente", mas pede agora um pacote de propostas que visem potenciar o crescimento económico a longo prazo.
No que à dívida pública diz respeito, a previsão do FMI Fundo é de que em 2013 o indicador esteja nos 123,7%, baixando para 123,6%. 120,8%, 117,6% e 115,1%, respetivamente, para 2014, 2015, 2016 e 2017.
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, apelou a um acordo, por parte dos líderes políticos de Chipre, em relação às medidas de austeridade necessárias à aprovação de ajudas à banca e ao governo de Nicósia.
Salta à vista (e aos ouvidos), que enquanto os cortes se limitaram aos Funcionários Públicos e Aposentados, deixando intactos todos os privados, todos os comentadores (e Paulo Portas) encontravam justificações(?) e até justiça para tal discriminação.
Quando o TC veio carimbar de inconstitucional o “apartheid” entre trabalhadores públicos e privados e entre o trabalho e o capital, todos os mesmos comentadores, agora também com “ferra”, mudaram subitamente de opinião e começaram a aderir à tese da inconstitucionalidade, que antes não conseguiam descortinar…
A seguir vieram as manifestações, transversais e unitárias, sem ideologia nem partidarite, muito menos com o ferrete de PÚBLICO ou PRIVADO…
O governo acordou então para a asneira de ter metido todos os gatos no mesmo saco e vai daí, nada melhor do que voltar a separar os “gatos-pingados” dos com pedigree, para evitar novos ajuntamentos e diminuir o número dos “reacionários”…
E o Passo atrás que foi dado, não foi em relação à brincadeira da TSU, mas à velha tática maquiavélica de dividir para reinar. E toca de voltar à discriminação, CASTIGANDO MAIS os Funcionários Públicos e Aposentados do que os Privados, para aguentarem por mais tempo a permanência em funções de quem não foi capaz de resolver nenhum problema, antes agravando-o.
O Gaspar veio logo dar corpo à estratégia, prometendo reduzir os impostos para TODOS e fazer incidir, mais uma vez (como os burros) o ónus sobre os Funcionários Públicos, para acalmar Paulo Portas e para gáudio dos que antes estavam isentos e agora pagarão menos do que o que os assustou…
Mas cheira-me, que estas medidas são ainda mais inconstitucionais do que as de 2012, mas o governo o que quer é brincar aos Orçamentos, culpabilizar o TC e enrascar o PR, deixando-o a pensar, a pensar, a pensar… até 2014.
Depois de todos os sacrifícios dos sacrificados, vem a gora o FMI (as grandes “cabeças” da micro, média e macroeconomia e Finanças) dizer que afinal se enganaram na experiência, que o remédio tem um efeito multiplicador que vai matando (devagar) os doentes e que houve governos, que até reforçaram a dose (do Coelho), o que piorou ainda mais as coisas, por negligência… E pode?
E em vez de substituírem o remédio e a dose, obrigando a troika (de que fazem parte) soluções retificadas, permitem a insistência, que já sabem (se não errarem por baixo) que continuaremos em recessão durante aaaaaanos!
Finalmente, e parecendo que não há ligação, vem o Zé Manel, para o efeito investido de Presidente da Comissão Europeia, dizer ALTO e bom som ao governo de Chipre, que as medidas de austeridade a impor ao seu povo (como aos que já vivem nela) são necessárias para aprovação de AJUDAS à BANCA e ao GOVERNO.
OFICIALMENTE, o Presidente da Comissão Europeia, sem rodeios nem rodriguinhos, denuncia que ESTAMOS mesmo a PAGAR para os BANCOS.
“A verdade tarda, mas não falha” ou “Apanha-se mais depressa um mentiroso do que muitos”…

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