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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Só desculpas? Por um “Crime” contra a Humanidade?

“Foi irresponsável” as instituições europeias basearem a sua assessoria política “em modelos económicos que têm provado serem altamente questionáveis”, acusa Hannes Swoboda, em comunicado.
Estas críticas surgem precisamente no dia em que o FMI admitiu que o efeito recessivo da austeridade está acima do que se esperava inicialmente.
O FMI dedicou um capítulo, no seu outlook, à pergunta “Estaremos a subestimar os multiplicadores orçamentais de curto prazo?” e chegou à conclusão que, sim, o impacto foi subestimado, bem como o efeito negativo do ajustamento orçamental no crescimento e no emprego. Esse efeito negativo ultrapassou as estimativas e provocou um recuo do PIB e uma subida do desemprego maior do que se estimava.
Ora os Socialistas Europeus entendem que os “erros” da política recessiva têm gerado “enorme sofrimento” nos cidadãos. E, neste ponto, o comunicado de Hannes Swoboda, refere-se, especialmente, a países “onde se impuseram políticas particularmente duras”. Portugal é um desses casos.
A forma como as políticas têm sido conduzidas são um “insulto às pessoas que perderam os seus empregos”, acrescenta. Daí que os Socialistas Europeus entendam que a Comissão Europeia, pela voz de Durão Barroso, deve um pedido de desculpas por essas políticas. O mesmo deverá fazer a chanceler alemã Angela Merkel, líder da maior economia europeia.
“Várias vozes, inclusive a nossa, têm vindo a alertar ao longo dos últimos 3 anos exatamente para as consequências que o relatório do FMI confirma agora. Mas as nossas advertências foram rejeitadas pela Comissão e pela maioria do Conselho”. “É hora de eles se desculparem”. É hora de “mudar de rumo”.
Rehn, ao ser questionado sobre o aumento de impostos decidido pelo Governo português, apontou que "foi necessário restabelecer a sustentabilidade das finanças públicas em Portugal, porque os desequilíbrios económicos foram-se acumulando e tornaram-se particularmente gravosos no caso de Portugal" e apontou que é "essencial" restaurar a competitividade da economia portuguesa, pois só assim se alcançará uma retoma sustentável, mas vincou repetidamente que "ao mesmo tempo é muito importante que tal seja feito respeitando a equidade social".
Só na Argentina os contribuintes sentiram maior subida da carga fiscal. As contas do FMI são dos últimos 3 anos, antes dos novos impostos a aplicar em 2013. 
O preço dos novos empréstimos aumentou na periferia, enquanto diminuiu nos países do núcleo da zona euro, indica o FMI. A possibilidade de um país da periferia (como Grécia ou Portugal) sair da zona euro também acentua esta fragmentação financeira na zona euro.
Ao nível dos responsáveis máximos pela economia mundial NÃO PODE HAVER IRRESPONSABILIDADE, pela competência técnica que lhes deve ser exigida e não se lhes pode admitir erros, pelas experiências “técnicas" laboratoriais que transbordam a área da economia e entram na esfera do SOCIAL e da POLÍTICA, que não é a sua MISSÃO e pelas consequências nefastas que se repercutem na ECONOMIA, de que devem ser os principais coordenadores.
Se o FMI vem reconhecer que o efeito recessivo da austeridade (como medida de salvação) se traduziu num aumento “imprevisto” da recessão, provocou um recuo do PIB e uma subida do desemprego, nos países em que foi imposta (com resultados prejudiciais) se isto acontecesse com um vulgar ato médico, seriam julgados por NEGLIGÊNCIA, passariam por um processo criminal e sofreriam a consequente sentença punitiva.
E isto é um "CRIME" contra A HUMANIDADE!
No entanto, apesar de os Socialistas Europeus dizerem que também denunciaram ao longo dos últimos 3 anos, como tantos TÉCNICOS credíveis mundialmente, que o resultado não podia ser outro senão aquele a que chegamos (independentemente de fatores “multiplicadores” e outras porras), advertências que foram rejeitadas pela Comissão Europeia e pela maioria do Conselho Europeu (mas não denunciadas tecnicamente), muito benevolamente vem “exigir” um pedido de DESCULPAS, por parte de Durão Barroso e Angela Merkal E PRONTO! Cheira um bocado a solidariedade “corporativa”, que de Socialismo/Social-democracia nada tem, antes pelo contrário e os comprometem.
E acrescentam que ESTÁ NA HORA DE MUDAR DE RUMO (La Palisse!), sem proporem qualquer consequente atitude política, mesmo no Parlamento Europeu, que dê forma ao ato de contrição…
Como seria de esperar, reconhecido o “erro”, tecnicamente só há uma solução e que é arrepiar caminho, inverter as medidas, ou no mínimo congelá-las e prolongar o tempo de pagamento, com juros iguais aos que concedem à Banca (0,75), para que os países que sofreram com os “efeitos colaterais” possam recuperar… Logicamente!
Ao contrário, como se não tivessem atropelado ninguém, continuam a cilindrar o piso do túnel, insistindo que há uma luz ao fundo, mas que afinal é a luz é do comboio da morte...
E depois de se saber tudo isto, vem ainda Olli Rehn (o Relvas da Comissão), ratificar a política de austeridade, aconselhar mais austeridade e chamar a atenção para se ter cuidado com os pobrezinhos, que eles geraram…
VAI ESTUDAR Ó REHN!
E algumas provas de que além de não darem a mão à palmatória, ainda nos querem dar palmatoadas, aceitando que Portugal seja presenteado com a 2ª maior subida de impostos NO MUNDO (atrás da Argentina, de cujas políticas não gostam), que os países imolados não tenham crédito a juros iguais aos dos seus países, do Norte e Centro (mais bonitos, inteligentes e cultos do que os bárbaros do SUL) e nos ameacem com a saída do Euro (que nunca mais chega)...
Dito isto, Tribunal da Haia ou Corte Penal Internacional com eles, como instituições ou um a um!
Sermão do Bom Ladrão (excerto)
"Não são ladrões apenas os que cortam as bolsas. Os ladrões que mais merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e as legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais, pela manha ou pela força, roubam e despojam os povos.
Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam correndo risco, estes furtam sem temor nem perigo. Os outros, se furtam, são enforcados; mas estes furtam e enforcam."
Padre António Vieira

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