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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Crato poupa à to(l)a e as famílias que se lixem!

Uma família com 1 filho em cada um dos 3 ciclos de ensino vê-se obrigada a gastar perto de 450 euros só em livros escolares, valor que pode ultrapassar os 600 euros se se juntar o material escolar.
Em média, uma família destas gastará cerca de 50 euros no 1º ciclo do ensino básico, 150 euros no 2º ciclo e 240 no 3º ciclo, apenas nos manuais escolares básicos e obrigatórios e não inclui os livros de música, de educação visual, de educação tecnológica e de educação física, em que fica ao critério do professor a adoção ou não do livro. Se uma família tiver de comprar os manuais escolares daquelas 4 disciplinas, terá de assumir um gasto adicional superior a 100 euros. Feitas as contas, já foram ultrapassados os 700 euros, a gastar quase de uma só vez, no espaço de um mês.
A possibilidade de receber os livros gratuitamente só se coloca aos alunos do escalão A do Serviço de Apoio Social Escolar (SASE), dado que os do escalão B têm de apresentar as faturas para receber apoio. Ou seja, é preciso avançar primeiro com o dinheiro e só depois se é ressarcido.
No entanto, em contexto de crise económica, com a diminuição do poder de compra e a perda dos subsídios, são cada vez mais os pais que se veem em dificuldades para despender centenas de euros nos livros escolares, mas sem que isso os faça atingir os dois escalões que lhes dão direito a apoio escolar social.
A solução pode passar pela compra de manuais escolares em segunda mão à venda na Internet.
São vários os sites onde é possível encontrar milhares de livros usados à venda, como o "leilões.net", o "venderlivros", o "Coisas", o "Custo Justo", ou o "OLX".
Os livros são vendidos a preço de saldo e em alguns casos é possível até encontrar manuais a apenas um euro, mas a maioria anda entre os 5 e os 10 euros.
Entretanto, no ano passado surgiu um novo movimento de troca de livros: o "Banco do Livro Escolar - Troca Gratuita de Livros Escolares", que já tem uma página no Facebook com mais de 11.000 amigos e 60 bancos de recolha e troca gratuita de manuais espalhados pelo país.
Como se vê, enquanto o ministério poupa à toa e tolamente, aumentando o número de alunos por turma, reduzindo os currículos e descartando professores com a inevitável degradação do nível da formação, desinvestindo no futuro dos jovens e do país, os pais vão sendo obrigados a fazer milagres (ou calotes) para cumprir uma obrigação (tendencialmente gratuita) do Estado.
Para agravar a situação, o preço dos livros vem aumentando ano a ano, enquanto os proventos das famílias vão diminuindo e até desaparecendo.
Fonte ad duo
Independentemente deste porMAIOR e sem querer abordar o tema, sempre emergente, do Livro Único, há que reconhecer que muita poupança fariam as famílias se se adotasse uma solução “intermédia” e pedagogicamente inatacável. Vejamos.
A maioria das editoras já tem livros de cada disciplina do 2º e 3º ciclo, quer por ano, quer por ciclo, pelo que a segunda opção fica mais barata, não só porque se compra apenas 1 livro por disciplina (que fica mais barato que 3), mas também porque esse livro se compra uma só vez em cada ciclo.
A maioria das escolas, no 2º e 3º ciclo, saiba-se lá por que, adota um livro diferente para cada ano, obrigando as famílias a terem que gastar dinheiro todos os anos. Se as escolas fossem “obrigadas” ou convencidas a adotarem apenas livros para cada ciclo, os pais aliviavam bastante esse encargo.
A razão para convencer (o ministério?) as escolas (por indicação dos Conselhos Pedagógicos) e os professores (por convencimento dos Coordenadores) tem, no meu entender uma justificação pedagógico-didática e explico. Se um livro é bom para o 7º ano, por exemplo, feito por determinado/s autor/es este/s deve/m ser igualmente competente/s para o livro do 8º e do 9º ano. Assim sendo, se este/s autor/es apresentar/em um livro para o 3º ciclo, no caso, para além da competência, haverá um tratamento contínuo e continuado entre os conteúdos programáticos, o processo de aprendizagem e uma maior facilidade para o professor. Escolher um livro diferente, de autor/es diferente/s para cada ano retira-lhes essa continuidade e unidade de abordagem, sem qualquer benefício, a não ser para as editoras.
Embora já não vá a tempo de se remediar o mal, aqui fica a ideia para futuro, quer para o ministério, as editoras, as escolas e os professores, para folgar as costas dos pais, que levam com o pau a toda a hora e momento.
Entretanto, também as costas das crianças seriam poupadas de tanto peso, deixando de parecerem burros carregados de livros, sem serem doutores…

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