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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A DEMOCRACIA CRISTÃ verdadeiramente POPULAR…

"Em minha opinião são as pessoas que ganham mais de 10.000 euros por mês. Eu acho que devia haver da parte do Governo uma tributação especialmente pesada sobre essas pessoas", declarou Freitas do Amaral, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, considerando que todos têm que contribuir para a resolução da crise e que não pode ser a classe média a arcar com todos os sacrifícios.
Freitas do Amaral diz que propõe uma "tributação especialmente pesada sobre essas pessoas" e considerou que os que ganham acima de 50.000 euros "são muito privilegiados" e que os ganham 200.000 são "tubarões".
O fundador do CDS defendeu ainda a flexibilização do memorando da 'Troika' e considerou que o caminho que está a ser trilhado pelo Governo de Pedro Passos Coelho poderá atirar Portugal para o mesmo caminho da Grécia. "A receita da 'Troika' não é boa", concluiu.
Deve ser quase humilhante para uma figura de tão alto gabarito académico, intelectual e político ter que concluir e vir dizer coisas tão básicas, que até os mais básicos são capazes de chegar às mesmas conclusões, o que nos permite desconfiar das premissas que conduzem o governo à hesitação de tomar tais medidas…
Estranha-se que em “resposta” já se ouça que grande parte dos que se enquadram nestes vencimentos são alguns altos Funcionários Públicos (e que continuem a pagar a crise) e administradores das Empresas Públicas, esquecendo-se dos milhares de administradores do Privado, que além de poderem ser classificados de “muito privilegiados” e muitos deles são verdadeiros “tubarões”, acumulando cargos e mais cargos de administração em várias empresas, sendo conhecidos os nomes de alguns.
Gritante e que nenhuma classificação lhes é atribuída é a situação dos banqueiros e dos acionistas dos bancos, agravada pela responsabilidade direta que tem sobre as origens da crise e maiores contribuintes para a nossa dívida externa, para além de serem, em simultâneo, os compradores da nossa dívida externa, a juros especulativos.
E por isso, não dá para perceber que a austeridade lhes passe ao lado (nunca serão atingidos) e tenham sido (até agora e até quando lhes for possível) isentos dos confiscos que os Funcionários Públicos e Aposentados tem sofrido na pele e na alma, por tão injusto e iníquo privilégio. Percebe-se que estes "borges", ainda por cima, venham à TV defender cortes nos salários dos mais pobres e mais despedimentos, quando eles não entram com um cêntimo e arrotem a lagosta?
Já conhecemos os argumentos repetidos à exaustão (se nos cansarmos de os contrariar) para os considerar intocáveis e que se resumem à fuga dos seus capitais para os offshores e deixarem de pagar impostos, prejudicando ainda mais as receitas fiscais… Mas será que os “muito privilegiados”, os “tubarões” e os “outros” são tão nacionalistas e ingénuos, que ainda tenham por cá as suas fortunas?
E se o fizerem (daqui para a frente) o governo não tem soberania suficiente para implementar medidas (em segredo, como quando impediu as reformas antecipadas) que os impeçam ou os criminalize? O sistema fiscal, que cruza e caça os pequenos delitos fiscais não está preparado para dominar estes marajás? Pergunte-se a Paulo Macedo, que sabe da poda e tratava-lhes da saúde…
Quando Freitas do Amaral, um democrata cristão, praticante, vem dizer o que disse, é seguramente por ver o mundo e a sociedade que estão a desmoronar para a reconstruir ainda mais neoliberal, mais desregulada, mais exploradora do homem e menos humanizada. E por isso diz que a receita da 'Troika' não é boa e que a conivência deste governo só pode atirar Portugal e os portugueses (que pagam impostos) para um beco sem saída e o cutelo da falência (em que não acredito)…
Só não vê quem não paga, para todos podermos ver JUSTIÇA no futuro imediato e relançar (alguma) esperança num futuro mais longe…

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