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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Para os agiotas o Gólgota é um destino turístico…

“Via Sacra”, atribuída a Manoel da Costa Athaíde
O Arcebispo ortodoxo de Atenas e de toda a Grécia, Sua Beatitude Jerónimos, numa carta ao Primeiro-Ministro Papademos descreve assim a situação: “O nosso coração e a nossa alma estão perturbados com aquilo que está a ocorrer e continua a acontecer no nosso país. Homens honrados perdem o trabalho de uma hora para a outra e também a sua casa. O fenómeno dos sem-abrigo e dos pobres está a assumir dimensões impressionantes. Os desempregados aumentam aos milhares todos os dias”.
O Arcebispo fala dos “contínuos cortes dos salários e dos novos impostos que estão a tornar-se insuportáveis”. Denuncia mesmo o aumento de casos de suicídio de pessoas que chegam a esta decisão por causa do “drama das suas famílias e por pena dos seus filhos”. E acrescenta: “A paciência sem precedentes dos gregos está a esgotar-se, o medo pode causar raiva e o perigo de uma revolta social não pode ser ignorado nem por quem manda nem por aqueles que aplicam as normas. Nestes momentos difíceis e, sem dúvida alguma, decisivos, todos devemos estar conscientes do facto de que a insegurança, o desespero e a depressão entraram nas casas de todos os gregos”.
O que preocupa o Primaz da Igreja ortodoxa é que “o drama do nosso país não acaba aqui e pode assumir dimensões imprevisíveis”. A partir disto, a carta faz uma série de denúncias: a primeira, dirige-se contra os “compromissos que não resolvem o problema, mas que atrasam só e de maneira provisória a morte anunciada da nossa economia”.
A segunda denúncia é contra a hipoteca colocada sobre “a nossa soberania nacional”, bem como sobre a “riqueza que temos e podemos ter sobre as nossas terras e sobre os nossos mares. Os gregos, cansados, desesperados e ansiosos pedem-nos respostas responsáveis, sinceras e que convençam. Pedem que lhes seja garantido um futuro. Pedem para saber para onde está a ir o País e que finalmente se possa colocar um ponto final nesta tragédia”. Por outras palavras, a Grécia espera “ver renascer a esperança”.
Todas as Igrejas cristãs sabem que para se ganhar o céu é preciso percorrer, em vida, os caminhos que levam ao Gólgota e conhecem os limites desse preço. Por isso, não é à toa, ou por simples caridade, que os mais altos responsáveis eclesiásticos, de vez em quando, se insurgem e denunciam os sacrifícios excessivos que os governantes terrenos (pouco ou muito católicos) impões aos seus semelhantes, sem que tenham qualquer legitimidade “divina” para irem tão longe.
E é fácil entender a indignação do Arcebispo ortodoxo da Grécia, quando vem retratar a realidade social no território em que serve, em que milhares de homens honrados vão para o desemprego da noite para o dia, perdem as suas casas, aumenta o número dos sem-abrigo e dos pobres, tudo devido aos contínuos cortes dos salários e de novos impostos, o que resulta num crescendo de suicídios, fruto da insegurança, do desespero e da depressão coletiva.
E por isso, lembra a quem manda e a quem aplica as normas, que esgotada a paciência, perdido o medo e com a emersão da raiva, a revolta social assumirá com dimensões imprevisíveis, mas sabendo também que a resposta virá pela força, através dos também espoliados polícias, filhos dos pais espoliados.
Mas vai mais longe, entrando em terrenos da política pura e dura, quando, também ele comprova que as medidas de austeridade impostas não resolvem nenhum problema, só atrasam a morte anunciada da economia grega, enquanto a soberania nacional é hipotecada e ameaçado o direito de propriedade das suas terras e dos seus mares.
Ainda consciente da situação incompreensível pede aos responsáveis que lhes dêem respostas responsáveis, sinceras E QUE CONVENÇAM, coisa que nunca terá.
E já em desespero de causa, só pede um ponto final neste calvário, na esperança de ver renascer a ESPERANÇA… Mas é preciso muita fé, coisa que os agiotas não tem, por serem todos uns Iscariotes e só são capazes de fazer a caridadezinha…
Que Deus (não) lhes perdoe, porque ELES (não) sabem o que fazem!
 Por cá: Injustiças podem levar à queda do Governo, diz bispo das Forças Armadas

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