Cerca de 100 polícias portugueses recorreram desde o início de 2011 ao gabinete de Acção Social dos Serviços Sociais da PSP devido a problemas económicos, solicitando ajuda para reorganizar as suas contas familiares.
De janeiro de 2008 a setembro deste ano procuraram este serviço 572 polícias de várias patentes, a maioria com necessidade de apoio económico, quer ao nível da orientação financeira das suas contas com consolidação de créditos, quer ao nível de empréstimos que, em casos excecionais e de absoluta necessidade, poderão ser feitos a taxa zero, nos termos da legislação em vigor.
Apesar de o número não ser muito grande, mas crescente, permite-nos relacionar o quadro, não apenas com a crise e os cortes, mas com a usurpação de direitos e normas (feitas pelo governo e suspensas pelo governo), o que justifica uma semana de indignação dos visados, mas que nos deve igualmente indignar, porque todos estamos sujeitos a quem foi capaz de o fazer a quem lhes (nos) garante a segurança.
Vai daí, a manifestação pública dessa indignação, que parece que deu frutos, ou seja, que lhes devolveu a “fruta” que lhes tinham roubada…
Os sindicatos das forças de segurança atribuem à "Semana da Indignação das Polícias" - que acabou ontem com a manifestação de mais de 1.500 agentes junto à Assembleia da República e ao Ministério das Finanças - o facto de não ter havido cortes no orçamento do Ministério da Administração Interna para 2012. "Os protestos e o esclarecimento dos governantes e das pessoas, traduziu-se num tratamento mais rigoroso das questões e levou o Governo a perceber melhor as dificuldades", diz Paulo Rodrigues, secretário-geral da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) que organizou o protesto.
"Além de não se verificarem cortes orçamentais no MAI, destacamos também a decisão do Governo de pagar os 1,3 milhões de euros em dívida pelo Fundo de Fardamento", refere Paulo Rodrigues num pré-balanço da concentração no Parlamento e da "Semana da Indignação". "Verificou-se nas últimas semanas uma sensibilidade diferente que não teria havido se a CCP não tivesse informado bem. E acho que o que conseguimos transmitir para a sociedade foi muito importante e as decisões tomadas pelo Governo reflectiram isso mesmo", acrescenta realçando estas como primeira vitória da semana de protesto.
A CCP vai levar esta convicção, além da exigência de reposicionamento de todos os polícias no novo estatuto remuneratório, à reunião com o grupo parlamentar do PSD hoje às 11h00. "Na sequência desta reunião, espero e acredito que o Governo tente um novo esforço para se encontrar uma solução favorável para todos", disse ainda Paulo Rodrigues.
Para além de reconhecer o “dar a mão à palmatória” do respetivo ministro, destaco também esta bizarria, de o próprio representante da classe considerar uma VITÓRIA conseguirem aquilo a que tinham direito… Sinal dos tempos e da “irracionalidade” das medidas políticas.
A despropósito, aquando do anúncio dos nomes e cargos deste governo, fiquei surpreendidíssimo por não ver o nome de Paulo Portas no ministério da Administração Interna, só porque ele era o grande defensor da SEGURANÇA dos cidadãos, tinha soluções para todos os problemas, mas deve ter preferido emigrar, pois desde que foi para ministro dos Negócios Estrangeiros, passou a ser o Sr. Esteves… Corre à volta do mundo, surge na latitude/longitude menos esperada (sempre de avião e a gastar o nosso), desdobra-se em Presidente do CDS-PP e governante e parece pouco preocupado com a SEGURANÇA cá dos burgos. Provavelmente está agora mais preocupado com a SEGURANÇA mundial, porque o país é pequeno para ele, mas talvez grande demais para o atual ministro…
E destas andanças, qual é a diferença entre o DEVE e o HAVER de tanta viagem? Desconfio que o saldo será muito negativo, a não ser que viaje em económica pela TAP, que não cobra nada…
Até já me tinha esquecido deste exemplo que nos deu (e manterá?) PPC…
Também se prova que, afinal, os lobbies funcionam mesmo, Miguel.
ResponderEliminarQuanto a Paulo Portas e sendo muito frontal, penso que quem o "ouve" é surdo ou pouco inteligente.
Elenáro
ResponderEliminarAcho que classificar de lobbies os coitados dos polícias, que até tem que se por uns contra os outros, é um bocado forçado.
Quanto ao PP, o problema é que mesmo surdos, temos memória e convém lembrar...