A farmacêutica Hovione está a “caçar cérebros” portugueses doutorados no estrangeiro ao longo dos últimos anos, na área de investigação e desenvolvimento e também em produção. “A Fundação para a Ciência e Tecnologia gastou muito dinheiro em muitas bolsas de doutoramento e é um imperativo nacional trazer essas pessoas de volta” disse Peter Villax, vice-presidente da Hovione para o negócio farmacêutico e inovação.
“Já que [os doutorados] tiveram a sua formação paga pelo contribuinte português, as empresas têm de ir buscá-los para voltarem a Portugal. Se não, estamos a financiar pessoas de altíssimo desempenho para ir trabalhar nas economias estrangeiras”, adiantou.
Cá está uma coisa, que qualquer cérebro, mesmo pouco potente, consegue compreender e que é sublinhado por um estrangeiro, vice-presidente de uma farmacêutica (com sede em Portugal), que aposta na inovação e na manutenção de uma posição de vanguarda a nível internacional.
E a coisa é, reaver o investimento feito pelo Estado português na formação (ao mais alto nível) dos seus cidadãos, não permitindo que sejam os países mais ricos a beneficiar desse investimento e das mais-valias do trabalho desenvolvido por esses “cérebros”.
E isto vem absolutamente contra o paradigma da “mobilidade”, tão apregoada e até incentivada pelos poderes reinantes, por intelectuais/académicos e opinadores “da cassete pirata”, quando aconselham os filhos dos outros a emigrarem para outros países (da Europa, ou não) como única saída para o emprego e porque se aprende mais umas coisas. E normalmente até acrescentam, que o contrário também é bom, ou seja, que os “cérebros” estrangeiros também podem vir para cá (mas não vem) e a troca de experiências é o máximo. Tudo isto para os filhos dos outros…
Afinal, estamos a financiar pessoas de altíssimo desempenho para irem trabalhar nas economias estrangeiras, enquanto a nossa mirra, apesar de o investimento ser nosso…
E o estrangeiro que diz isto, diz ainda que trazer de volta os nossos “cérebros” para a nossa economia é um IMPERATIVO NACIONAL (nosso)…
Cérebro humano "melhora com a idade"
A conferência 'Recriar o Envelhecimento: Uma oportunidade para o desenvolvimento', foi uma iniciativa do Centro de Competência de Tecnologias da Saúde da Universidade da Madeira (UMa). Um dos oradores foi o professor jubilado Daniel Serrão, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto que, à margem da sessão de abertura, referiu que, com a idade, o cérebro melhora e não o contrário, "como toda a gente pensa".
"O nosso cérebro é que nos governa no mundo, nós vivemos pelo nosso cérebro, ele é que nos faz tomar as decisões e, durante a evolução de cada ser humano, ele começa por ser uma criancinha", explicou, referindo que quando o ser humano chega a sénior, progressivamente regressa à capacidade de fazer com que as emoções se sobreponham aos raciocínios e convicções intelectuais. "É passar da estratégia de resolver problemas para a fase de reconhecimento de padrões", disse, explicando que, nessa fase, já não se espera que o cérebro faça "uma elaboração complicada" das situações.
"A decisão é mais rápida, mais emocional, mais afectiva", frisou, considerando um "benefício" que, com a idade, o cérebro humano acabe por ficar "melhor para aquilo que o idoso tem de fazer", acrescentando que "o cérebro de um idoso adapta-se às necessidades actuais". "Eu hoje não preciso da inteligência crítica para resolver a minha vida", afirmou.
E por falar em cérebro, sobretudo para os visitantes da minha geração, anteriores e seguintes, para que se vão convencendo deste novo paradigma, que nega a deterioração do cérebro humano com o aumento da idade (afinal as células vão-se substituindo, ao contrário do que se pensava) e que até acaba por ficar melhor, para aquilo que o idoso tem de fazer, com a vantagem de tomar decisões mais rápidas, mas com mais emocionalidade e com mais afetividade, mas são estes vetores que nos tornam mais humanos.
Afinal nem tudo é mau! E ainda somos bens transacionáveis...
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