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sábado, 15 de março de 2014

O mercado(r) não se inquieta com o futuro do homem

A imposição da vontade de Berlim às restantes capitais da zona euro continua a prejudicar a moeda única. Esta é a convicção de George Soros, o milionário norte-americano de origem húngara, que acusa Angela Merkel de fazer pouco pela união monetária.
"A Alemanha fez o mínimo para assegurar a sobrevivência do euro. Infelizmente foi apenas o mínimo", disse, citado pelo jornal The Guardian.
"A Alemanha cumpriu as minhas piores expectativas. Já transformou a União Europeia do que se destinava a ser - uma associação voluntária de estados soberanos que sacrificaram parte da sua soberania pelo bem comum - em algo radicalmente diferente: uma relação credor-devedor onde os devedores têm problemas em cumprir as suas obrigações. Isso criou uma Europa de 2 níveis com 2 classes de membros", apontou o  investidor
Para o milionário, "as economias políticas e financeiras que a Alemanha está a advogar e a impor na Europa são as políticas erradas. É uma política contra produtiva: austeridade em tempo de deflação", acusou.
Estagnação europeia
O investidor alertou também que a economia da zona euro, apesar de o pior já ter passado, continua em risco e "pode não sobreviver a 25 anos de estagnação", aconselhando uma maior integração na zona euro e considera que é preciso resolver o "problema da banca".
Saída do euro é um risco
Apesar da crise vivida na zona euro, com maior violência nos países da periferia, como Portugal, George Soros considera que a saída do euro é um erro. "O euro é uma união frágil. Qualquer país que abandone o euro irá criar problemas muito sérios, tanto para o país que abandona como para o euro em si", disse e acrescentou: "Se o euro se desintegrar de uma forma desordeira não iria resolver o problema, iria criar um problema ainda maior, uma verdadeira falência". A saída de um país do euro, uma hipótese anteriormente colocada para países como a Grécia ou até mesmo Portugal, seria um erro, reforçou.
"Os problemas do euro não têm uma solução nacional. Deixar o euro é um desastre. Isso significaria a bancarrota da dívida. Isso teria consequências muito sérias para a estabilidade financeira. Poderia ser algo fora do controlo dos poderes das autoridades".
Os políticos costumam atirar todos os medos e culpas para cima dos mercados (investidores/especuladores), embora façam tudo, o razoável e o irracional, em nome deles, a favor dos interesses deles e balizado num pragmatismo que sobrevoa qualquer ideologia ou responsabilidade social.
Apesar de tudo o que os políticos têm feito em favor dos mercados (investidores/especuladores), eis que um notável espécime vem dizer umas verdades evidentes, mas a favor do seu negócio, que não passa pelas nossas vidas…
Dizer que a Merkel se marimbou para a União Europeia e criou uma divisão entre países credores-devedores, em que os devedores não têm possibilidades de cumprir as suas obrigações, apesar de toda a austeridade, com ou sem deflação, também nós o dizemos há muito, não pelas mesmas razões.
Que os problemas do euro não têm solução nacional e tem que passar pela solidariedade dos países mais ricos, também tem que passar pelo abrandamento da gula dos “Soros” de todo o mundo.
Se algum país deixar o euro é um desastre, pode ser que seja para os cidadãos (ninguém apresenta números), mas parece que é assunto que preocupa mais os mercados, porque sabem, como nós, que isso seria a bancarrota da dívida e perdas astronómicas para quem “investe” astronomicamente neste jogo.Se as consequências são muito sérias para a estabilidade financeira, muito mais sérias são as consequências que os cidadãos estão a sofrer, com a complacência destes jogadores.
E por tudo isto, “algo” pode ficar fora do controlo dos poderes, sem autoridade para fazer o que estão a fazer, deixando atrapalhados os poderosos, como nos conta a história…
Parece que os mercados estão assustados, claro, pelos ventos que semearam, porque não sabem quando, onde e como serão as tempestades…
Afinal, quem tem medo de quem?
E nem uma palavra sobre o homem…

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