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domingo, 9 de fevereiro de 2014

“Cada idade tem os seus desprazeres.” - Henry Bataille

Uma pesquisa com base em testes feitos por computador indica que o cérebro dos idosos é mais lento devido ao excesso de informação acumulado ao longo dos anos. O estudo contradiz a opinião de parte da comunidade médica que afirma que as conexões cerebrais são prejudicadas com o avanço da idade. A pesquisa foi publicada na revista científica Journal of Topics in Cognitive Science, indica a BBC.
Para os cientistas, o cérebro dos mais velhos funciona como se fosse um “disco rígido de um computador” que, repleto de dados, demora mais tempo para aceder às suas informações.
Segundo os investigadores, esta lentidão não está associada ao declínio do processo cognitivo. “O cérebro humano funciona mais devagar com a idade”, afirmou Michael Ramscar, responsável pelo estudo, “mas simplesmente porque acumulamos mais informação com o passar do tempo”. “Os cérebros das pessoas mais velhas não ficam mais fracos. Pelo contrário, estas pessoas apenas sabem mais”, acrescentou.
Testes de computador
Para comprovar a tese, a equipa liderada por Ramscar, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, programou um computador para ler uma certa quantidade de dados por dia, bem como aprender novas palavras e comandos.
Quando os investigadores colocaram o computador a “processar” uma grande quantidade de dados, a sua performance nos testes cognitivos assemelhou-se à de um adulto. Mas à medida que o computador foi exposto a novas palavras e comandos, o seu desempenho assemelhou-se à de um homem mais velho.
Os cientistas concluíram que a maior lentidão da máquina não estava associada a uma redução da capacidade de processamento. Na verdade, a “experiência” acumulada – ou seja, a necessidade de aprender novos comandos e ler novas palavras – acabou por ampliar o banco de dados do computador, o que o obrigou a processar mais dados, o que, consequentemente, exigia mais tempo.
“Imagine alguém que saiba as datas de aniversário de 2 pessoas diferentes e consiga lembrar-se delas de uma forma quase perfeita.” “Diria que essa pessoa (que se lembra do aniversário das 2 pessoas) tem melhor memória do que outra que sabe o aniversário de 2.000 pessoas, mas só consegue dizer a data uma vez em cada dez tentativas?”, pergunta Ramscar.
Teste cognitivo
O estudo fornece uma série de explicações sobre por que, à luz de todas as informações adicionais que o cérebro precisa processar, os cérebros dos mais velhos são mais lentos e mais “esquecidos” do que os cérebros mais jovens.
Para os cientistas responsáveis pela pesquisa, alguns testes cognitivos que são usados para analisar a capacidade mental favorecem erradamente pessoas mais jovens e citam um conhecido teste de cognição, por exemplo, que pede que os envolvidos se lembrem de um par de palavras não relacionadas, como “gravata” e “biscoito”.
Estudos realizados anteriormente mostram que os jovens têm melhor desempenho nesse teste, mas os cientistas acreditam que os mais velhos apresentam dificuldades em se lembrarem de pares de palavras não relacionados – como “gravata” e “biscoito” – porque aprenderam que essas palavras não estão associadas.
Para o professor Harald Baayen, que lidera o grupo de pesquisa Alexander von Humboldt Quantitative Linguistics, onde a pesquisa foi feita, “o facto de os mais velhos sentirem mais dificuldade em memorizar pares de palavras não relacionados do que jovens adultos, demonstra apenas que os mais velhos têm um melhor entendimento da linguagem”. “Têm de fazer mais esforço para aprender pares de palavras não associados porque, ao contrário dos mais jovens, sabem muito mais sobre os critérios de associação entre palavras”.
Segundo os cientistas envolvidos na pesquisa, isso explica, por exemplo, por que as pessoas mais velhas têm maior dificuldade em lembrar-se dos nomes das pessoas.
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