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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Na Banca não há só vigaristas, também há gente fina…

Na opinião do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, não foram os Estados que desencadearam a crise mas sim o setor financeiro. “É por isso que a regulamentação não pode parar. [...] Os bancos continuam a dar provas de grande criatividade para contornar a legislação. A política deve manter-se alerta.”
A Comissão Europeia “desferiu um enorme golpe” em 6 bancos europeus, escreve El País.
A 4 de dezembro, o comissário para a Concorrência, Joaquín Almunia, anunciou a aplicação de uma multa de 1.710 milhões de euros aos bancos Royal Bank of Scotland, Société Générale, Deutsche Bank, JP Morgan, Citigroup e da corretora RP Martin, por manipulação das taxas de juro “em proveito próprio”, precisa o diário. Estas taxas de juro eram aplicadas “a milhares de mutuários, aforradores e empresas” através de produtos financeiros derivados e indexados a índices como o Euribor.
Trata-se de uma “punição dissuasora”, considera El País no seu editorial, congratulando-se por Bruxelas agir “finalmente” contra a fraude:
A mensagem implícita é que a máquina comunitária está disposta a agir perante qualquer perversão dos mercados e que o fará com especial determinação e sem ter em conta o nome dos sancionados.
A Comissão Europeia aplicou multas que chegaram a 1,7 mil milhões de euros a 6 bancos internacionais que manipularam os índices Euribor e Yen-Libor. Só o Deutsche Bank terá de pagar, sozinho, 725 milhões de euros, noticia o jornal Handelsblatt.
“Sei que os bancos pensam que isto é suficiente. Mas, no entanto, os pecados do setor financeiro não serão esquecidos”, reagiu o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, numa entrevista ao diário económico.
O ministro, que poderá manter o cargo no próximo Governo alemão, “quer continuar a ofensiva de regulamentação”, explica o Handelsblatt. Na opinião do ministro, não foram os Estados que desencadearam a crise mas sim o setor financeiro. “É por isso que a regulamentação não pode parar. [...] Os bancos continuam a dar provas de grande criatividade para contornar a legislação. A política deve manter-se alerta.”
Tudo se pode resumir a duas verdades que Schäuble (de quem não gostava) disse, finalmente, sobre a crise, apesar de já ter sido dito e redito por tanta gente: não foram os Estados que geraram a crise, foi a Banca e que é preciso que os políticos lhes cortem as iniciativas continuadas para as fraudes inovadoras…
Agora ninguém poderá negar o que disse o “dono da bola”.
Pelo que se percebe, na eminência de o ministro das Finanças alemão ser substituído (parece que já não vai ser) fica-lhe bem dizer estas verdades, quanto mais não seja para não ficar rotulado como o algoz da austeridade sobre os inocentes, mas queremos acreditar (até ter provas) de que virará as suas preocupações para os verdadeiros criminosos, mesmo quando são alemães…
Do que não há dúvidas é de que é-lhe(s) mais fácil combater os poucos vigaristas que vagueiam no mercado do que os milhões de pilha-galinhas de contribuintes que sacam uns biscoitos nos supermercados…
Se estas e outras reviravoltas políticas que se estão a operar na Alemanha, são em resultado da coligação com um partido Social-democrata, esperemos que a “verdadeira” social-democracia se estenda pela Europa e se redima das malfeitorias que espalhou pela incursão no neoliberalismo…
Os bancos que paguem a suas dívidas!
E os banqueiros que sejam julgados!

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