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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Ora bolas! Lá se foram as nossas referências…

O último relatório PISA, publicado no dia 3 de dezembro, indica uma diminuição do desempenho dos alunos europeus e uma progressão dos seus homólogos do Extremo Oriente.
O estudo, que testa os conhecimentos dos alunos de 15 e 16 anos na leitura, matemática e ciências, é particularmente duro com os países nórdicos e a França. A Finlândia deixa de estar na primeira posição, cedendo o seu lugar à Coreia do Sul e descendo para a 6.ª posição. Já não é “o país das maravilhas da educação”, deplora o Helsingin Sanomat. Para o diário finlandês, apesar de o resultado
não ter sido nenhuma surpresa, ainda ninguém foi capaz de fornecer uma explicação plausível para o que aconteceu. […] Os finlandeses estão habituados a acreditar na excelência da formação dos professores na Finlândia e, sobretudo, na força do sistema de ensino básico de 9 anos.
Na Dinamarca, o Jyllands-Posten também manifesta o seu desagrado: “Não é suficiente”, considera o diário:
Temos o ensino público mais caro do mundo, mas não existem provas de que a nossa população é a mais estúpida do mundo. Por consequência, não há qualquer motivo para duvidar de que o ensino mais caro não fornece a melhor formação e, por conseguinte, a população com a melhor educação.
O jornal Berlingske estima, por sua vez, que “está na hora de nós, os Estados-Providência ocidentais, revermos em profundidade o nosso sistema educativo”.
O estudo PISA abalou a França, que desce 2 lugares e ocupa apenas a 25.ª posição em 65 países. Le Figaro realça que o ensino francês é “injusto e ineficaz”:
O fosso entre os bons e os maus alunos é cada vez maior […]. Continuamos a formar futuros Prémios Nobel da física e da medicina, mas produzimos ainda mais idiotas.
O diário conservador dá o exemplo da Alemanha, que em 2001 foi identificada como preocupante pelo PISA, mas soube “reagir imediatamente” registando desde então progressos evidentes.
O sistema educativo alemão tornou-se “mais justo e os alunos conseguem melhores resultados”, regozija-se Der Spiegel:
O choque psicológico costuma ser acompanhado de um momento de paralisia, seguido por um sentimento de desorientação. […] Depois chega a assimilação e, em seguida, a recuperação – o sistema educativo alemão está nesta última fase. […] Está mais do que na hora de substituir a expressão “choque do PISA” por “progresso do PISA”.
Ora bolas! Lá se foram as nossas referências… Ainda bem que não seguimos os “melhores”!
Mas, cá para nós, quem e como se justificam estas reviravoltas, que pioraram(?) a Educação em tão curto lapso de tempo?
Ou foi a crise europeia com as crescentes desigualdades entre os seus cidadãos, com mais alunos mais pobres a obter resultados muito mais fracos do que os de estatuto socioeconómico mais elevado?

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