Vários especialistas consultados mostraram-se prudentes. Paula Vanninen, diretora da Verifin, um instituto finlandês para a verificação da convenção de armas químicas, declarou que "não está totalmente convencida" de que se trata de um ataque com gases nervosos. "As pessoas que ajudam as vítimas não usam roupas de proteção nem máscaras e, se fosse o caso, teriam sido contaminadas e teriam os mesmos sintomas", disse, a respeito do vídeo.
Para Gwyn Winfield, diretor da revista CBRN e Wold, especializada em armas químicas, "não existe informação alguma indicando que médicos ou enfermeiros morreram, o que leva a crer que não é o que se considera como gás sarin militar, mas pode ser um gás sarin diluído."
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Segundo a diplomacia russa, a posição conjunta foi tomada durante uma conversa telefónica entre Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, e o seu homólogo norte-americano, John Kerry. "Foi manifestado o interesse comum na realização, pela missão de peritos da ONU que se encontra atualmente no país, de uma investigação objetiva das informações sobre o alegado emprego de armas químicas nos arredores de Damasco", lê-se num comunicado publicado pela diplomacia russa.
Moscovo apela à oposição síria que permita a realização dessa investigação.
Ninguém pode ficar indiferente a qualquer guerra, sobretudo quando os “danos colaterais” recaem sobre civis indefesos e inocentes…
Também ninguém pode ser levado pelas novas armas da informação, que tentam manipular a opinião pública, até pelos antecedentes e recentes de que fomos alvo…
É um facto, que há vídeos que registam as consequências de uma ação de guerra.
Parece que não é linear nem credível que se possa concluir pelo uso de armas químicas.
Há dúvidas e lógicas, que não permitem concluir pelos autores do massacre.
É lógico que haja uma investigação séria e desengajada para se tirar conclusões sobre a arma usada e quem a usou.
Não tem lógica que o Secretário-geral da ONU refira já, antes das conclusões do inquérito, que a intervenção internacional será uma questão de tempo.
No meio de tantos interesses e interessados, é salutar conhecer a letra e a filosofia do Vaticano, que desde a intervenção no Iraque, insiste na mesma exigência de se conhecer (toda) a verdade, travar as reações (“emotivas”) belicistas e evitar (sempre) a guerra.
Se outra razão não assistisse à Santa Sé, pelo menos não tem interesses (materiais) a defender…
"Não se pode fazer um julgamento antes que haja provas suficientes", considerou o bispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Genebra, reagindo às acusações feitas contra o regime sírio de que suas forças haviam utilizado armas químicas no massacre de quarta-feira.
O uso de armas químicas é considerado pelas potências ocidentais uma "linha vermelha", que nenhum dos 2 lados no conflito sírio, nem governo nem rebeldes, pode cruzar.
"Devemos esclarecer os factos", recomendou o bispo Tomasi, antes de se perguntar: "Que interesse imediato teria o governo de Damasco em provocar uma tragédia como esta, sabendo que seria considerado diretamente culpado de qualquer forma?". Segundo ele, é conveniente perguntar-se "a quem beneficia realmente este crime desumano".
Tomasi reafirmou a firme oposição do Vaticano a qualquer intervenção internacional armada, pedindo uma solução negociada, "sem precondição" de exclusão deste ou daquele grupo, a fim de obter a criação de um "governo de transição". "A experiência mostrou-nos no Iraque, no Afeganistão, que essas intervenções armadas não geram resultados construtivos", disse, repetindo a posição inalterável da Santa Sé.
"É preciso também parar de enviar armas, tanto à oposição como ao governo", acrescentou.
O diplomata criticou "qualquer análise incompleta da realidade síria e do Oriente Médio em geral". "Tenho a impressão de que a imprensa e os grandes meios não levam em conta todos os elementos na base desta situação de violência e de conflito incessante", lamentou. "Vimos no Egito como o apoio incondicional à Irmandade Muçulmana causou mais violência", disse, referindo-se aos ocidentais.
"Alguns interesses são evidentes: há aqueles que querem um governo sunita na Síria, e aqueles que querem manter uma participação de todas as minorias", observou. A Santa Sé prefere mais a segunda solução, e os cristãos no local optaram por apoiar Bashar al-Assad como garantidor de um Estado mosaico.
A maior preocupação do Vaticano na região é o fortalecimento de um islamismo radical que obrigue os cristãos a buscar o exílio, e prejudique a convivência entre muçulmanos e cristãos, do Egito à Síria.
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