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segunda-feira, 22 de julho de 2013

O que ansiamos para uma pátria? Um pesadelo social?

O sonho de conquista social pode ser o resultado direto dos desejos que se formam num dado momento da vida.
Armando Correa de Siqueira Neto
Por razões extremamente particulares, o ser humano é capaz de buscar sensações agradáveis no convívio através da realização de metas estabelecidas, as quais podem ser chamadas de sonhos. Os motivos são importantes na vida de uma pessoa em razão da ocupação que procuram, permitindo que o tempo seja preenchido de alguma forma. No entanto, emerge uma pergunta fundamental: conhecer-nos-emos o suficiente para definir mais adequadamente os tipos de sonho que devemos estabelecer?
Será que dispomos de suficiente autoconhecimento sobre as reais necessidades pessoais para as alinhar aos sonhos por nós projetados? Criamos sonhos que na verdade não passam de desnecessários pesadelos (uma determinada carreira profissional, um dado relacionamento, a posse de certos bens)? Alerta: muitos pais, ignorando o autoengano, estimulam os seus filhos a perseguir o que, à luz da razão, causaria desestímulo? Mais: mesmo sob o torturante erro causado por objetivos irrefletidos, é possível manter-se crente de que é correto o caminho e persistir em tal desatino por tempo indeterminado? Quem sabe a hora de parar e rever a trajetória? Quem quer ver isso?
O sonho de sucesso social faz parte da nossa convivência há considerável tempo; em muitas culturas é possível localizá-lo facilmente. O sonho da glória social parece tão natural como necessário, haja em vista ele surgir com veemência em diferentes pessoas, nas variadas classes sociais, notadamente desde a origem da civilização, além de se sofisticar gradualmente com a evolução tecnológica. No entanto, é devido questionar: se a grande maioria das pessoas não realizou esse tipo de sonho ao longo da história, mas sobreviveu normalmente, ele é de facto essencial?
Por ventura, ao desconhecer-se, o homem não se deixa levar por impressões externas e toma para si os sonhos que nada ou pouco lhe dizem respeito, acreditando pertencerem-lhe legitimamente? Na falta de tal consciência, recorre-se, inconscientemente, ao sonho alheio? Curiosamente, pode-se pensar em pesadelo coletivo quando muitos se enganam e sofrem por motivos semelhantes? Querer um estilo de vida (por mais atraente que seja) fora dos moldes particulares pode causar algum desarranjo psíquico tal como o desgastante desvio das energias que devem sustentar a imagem do sonho que em algum momento não fará mais tanto sentido e perderá a sustentação outrora convicta? A frustração pode roubar a cena conforme o grau de desalinhamento entre o que perdeu o significado e a realidade construída?
É aqui, portanto, que se deve empreender uma profunda e intensa autoavaliação a fim de reduzir o equívoco, mesmo sob o enorme trabalho que se seguirá por força da mudança que se impõe cada vez mais vigorosa conforme se avança na aquisição da libertadora consciência. Porém, quem quer se libertar da própria inconsciência? O que você quer para si: sonho ou pesadelo social?

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