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sábado, 13 de julho de 2013

Mais “Reformas” = Mais para os “Reformadores”…

A zona euro e o FMI decidiram, a 8 de julho, conceder uma nova tranche de ajuda à Grécia, como contrapartida pelo despedimento de 15.000 funcionários. É a melhor maneira de perder o apoio dos cidadãos à necessária reforma dos serviços públicos, lamenta um editorialista.
A reforma profunda da administração pública é urgente e constitui uma prioridade para o país. A avaliação das estruturas e dos indivíduos, bem como a mobilidade destes, devem ser instituídas com caráter permanente, no funcionamento do serviço público. Só assim poderemos construir um Estado moderno, produtivo e eficaz. Isto diz respeito a todas as reformas. Porque, se forem feitas em benefício do povo grego, essas reformas deverão ter uma repercussão positiva. Mas como, em alguns casos, são feitas de forma desordenada, suscitam a desconfiança do povo que deveria apoiá-las.
Vejamos o caso do processo de mudança iniciado na função pública. A principal finalidade, por exemplo, é o despedimento de 15.000 funcionários. Para não melindrar a opinião pública, fala-se de avaliação, de mobilidade; em resumo, tudo para atingir um objetivo já fixado: os despedimentos! Isto é redutor para a instituição, gera desconfianças e cria um clima político e social negativo, num momento em que é preciso modernizar.
Obsessões ideológicas da troika
Tanto mais que o “procedimento de urgência” foi iniciado, sem que dele resulte qualquer benefício estrutural. Por conseguinte, na realidade, prejudica-se um procedimento muito sério, apenas porque a troika continua a fazer pressão com as suas estranhas obsessões ideológicas. Acontece que um tal procedimento pode pôr em perigo o funcionamento dos municípios, das escolas, dos hospitais e de outros serviços públicos. A gestão das reformas a realizar é um fator que conta para o sucesso dessas mesmas reformas. É difícil fazer reformas, quando quase toda a gente está contra. Bem se viu a má gestão do encerramento da radiotelevisão pública. Agora, os membros do Governo tentam, sem o conseguir, reparar os erros cometidos.
Infelizmente, ao longo dos últimos 3 anos e meio, ouvimos o discurso da “reforma” nos mais variados tons e o facto é que o funcionamento do serviço público vai de mal a pior e quem paga, bem caro, por isso são os cidadãos. O que os deixa ainda mais desconfiados...
Visto de Madrid - “Uma sequência perversa”
O acordo sobre o desbloqueamento de mais €6.800 milhões para a Grécia é praticamente uma “espiral de reincidência”, escreve o jornal El País. Para este diário espanhol, segue a sequência Grécia-UE: incumprimentos, novos compromissos e pagamento de ajuda. Este guião repetido inclui 3 passos. O primeiro é a troika concluir que houve incumprimento das condições negociadas com o Governo do país onde se deu a intervenção. Segue-se o compromisso desse Governo de compensar as tarefas não concluídas, com outras medidas – cortes, reformas ou as duas coisas – ou com a alteração do calendário, com o objetivo de facilitar a entrega da ajuda da UE. [...] Mas não se deve esconder a realidade subjacente a esta sequência perversa: os países resgatados são submetidos a uma pressão que agrava a sua tendência para não cumprir (Grécia) e/ou provoca explosões nos governos que aplicam os cortes (Portugal). Tudo isto se conjuga com uma grave incoerência da parte daqueles que prestam as ajudas: por um lado, insistem na austeridade exigida aos resgatados […] e, por outro, concluem, como fez o FMI, que a austeridade requerida só vem agravar os problemas.

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