A Comissão Europeia está a preparar um 2.º plano de ajuda para 2014, quando acabar o atual programa de resgate, caso Portugal ainda encontre dificuldades para se financiar, escreve El País citando fontes comunitárias.
Este “resgate suave” será gerido pelo MEE, o Mecanismo Europeu de Estabilização, e não pela troika. Implicará, igualmente, reformas, mas não tão duras como aquelas que Portugal já fez, continua o diário espanhol.
Numa altura em que o Eurogrupo se reúne a 8 de julho para discutir a situação em Portugal, mas também na Grécia e em Espanha, El País considera que “Bruxelas lança deste modo um sinal para mostrar que não deixará cair um país que aplicou a austeridade até ao limite”.
O líder do Partido do Centro Democrático e Social, Paulo Portas, que se demitiu na passada semana de ministro dos Negócios Estrangeiros, regressou ao Governo e está indicado como vice-primeiro-ministro com poderes de coordenação das pastas económicas e ainda a supervisão das negociações com a troika e a reforma do Estado português.
A crise política no Governo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho parece ter sido ultrapassada e a nova ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque precisa agora de convencer o Eurogrupo, na reunião de 8 de julho, de que a coligação está suficientemente forte para cumprir o programa de reformas exigido pela troika.
O jornal refere: “um ‘novo’ Governo sem eleições, que vai passar seguramente por uma refundação do seu programa de acção e por um novo acordo com a troika”.
O Governo irlandês está a planear a realização de um inquérito parlamentar sobre o escândalo do Anglo-Irish Bank, que levou à nacionalização da instituição em 2009 e precisou de uma ajuda de €30.000 milhões do Estado, escreve o jornal Irish Times.
O Governo também está a considerar a possibilidade de realizar um referendo para perguntar aos cidadãos se querem que seja concedido maior poder de agressividade às autoridades que vão fazer esse inquérito. Estas medidas seguem-se à publicação, na passada semana, das “gravações Anglo”, uma série de gravações de conversas telefónicas entre diretores do banco, em que estes são ouvidos a rirem-se do facto de serem os contribuintes a pagarem as perdas do banco.
Para confirmar a regra, soubemos pelo El País, que por sua vez soube de fontes comunitárias, que a Comissão Europeia está a preparar-nos um 2.º plano de “ajuda” para 2014 e fomos os últimos a saber… Quem sabia, seguramente, era o governo, o que nos coloca o dilema sobre a razão do litígio governamental: as causas foram de ordem política ou foi mesmo esta prova dos 9 da asneirada de todo o governo?
E embora venham dizer, que teremos um resgate suave e sem troika, não deixam de nos ir dizendo, para nos habituarmos à ideia, de que continuarão as reformas (despedimentos), embora menos duras (expliquem lá isso em miúdos!) do que as que já gramamos até agora e como reconhecimento de termos aguentado uma austeridade até ao limite, só com resultados negativos, que continuarão, com choques elétricos de menor voltagem.
Garotadas à parte, cabe agora à Maria Luís convencer o Eurogrupo de que a coligação está forte (com os mesmos e ela que veio dos suplentes) para continuar com o programa de reformas (despedimentos e pior…) exigido pela troika, sem se ter em atenção os tais limites já infligidos e o hipócrita mea culpa do FMI considera "imperativo" restaurar crescimento e emprego na zona euro ou os avisos de Teodora Cardoso: “Medidas do BCE são positivas, mas insuficientes”, a não ser que Portas, na supervisão das “negociações” com a troika lhes bata o pé e lhes dê o guião para a reforma do Estado, para se entreterem com ele até 2014…
Bom seria, que também aqui, como na Irlanda, os responsáveis pelas fraudes bancárias (não só no BPN), dos colossais buracos e das SWAPS, fossem objeto de uma investigação, não por se rirem de serem os contribuintes a pagarem as perdas da Banca, mas por porem os contribuintes a pagarem as perdas da Banca. O mal é que os executivos teriam que entrar no inquérito e ficarem igualmente sujeitos às consequências, por terem entrado no jogo desta libertinagem…
E continua o baile, sem o músico Gaspar, com outra instrumentista, mas a partitura é mesma!
Mudou o maestro, mas não percebe nada de solfejo e só nos sabe dar música…
Entretanto, o patrocinador vai gerindo e gerando silêncios, que também são música para os coligados…
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