O Governo ordenou aos serviços públicos que não paguem subsídio de férias em junho apesar da suspensão ter sido chumbada pelo Tribunal Constitucional e de não estar em vigor a proposta do executivo que remete para novembro esse pagamento.
De acordo com uma deliberação do Conselho de Ministros da passada quinta-feira, que não foi referida em nenhum dos comunicados que se seguiram à reunião do executivo, o Governo argumenta que, apesar do chumbo do Tribunal Constitucional, não há "meios necessários e suficientes" para que os trabalhadores do Estado possam receber o subsídio de férias em junho, conforme a legislação em vigor no âmbito do Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas (RCTFP). "O Orçamento do Estado para 2013 (OE2013) não prevê os meios necessários e suficientes para garantir o referido pagamento, existindo assim uma inconsistência entre a obrigação legal de pagar os subsídios e os limites orçamentais impostos pela referida lei", lê-se na deliberação.
O Governo determina ainda, na deliberação com data de 6 de junho, que "a Direção-Geral do Orçamento proceda" à sua divulgação.
Os técnicos do Parlamento identificaram cerca de 1.000 milhões de euros a mais no Orçamento Rectificativo só para o Metropolitano de Lisboa, Metro do Porto e Refer. A maior parte desta verba adicional serve para pagar a resolução de contratos de ‘swap' especulativos, adianta o Ministério das Finanças. "Nos mapas que acompanham o Orçamento Rectificativo para 2013 é possível identificar alterações orçamentais significativas em algumas empresas públicas reclassificadas", lê-se na versão final de análise ao Orçamento Rectificativo, enviada ontem pela UTAO aos deputados da Assembleia da República.
Não pode haver outra interpretação sobre esta deliberação do executivo, que não seja um confronto com o Tribunal Constitucional, que se traduz numa “greve de zelo” contra o acórdão por ele proferido, embalado na onda de greves que vão surgindo…
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O Governo acha-se com o mesmo direito, nunca adquirido e adere também à Greve Geral!
Não deixa de ser irónico que o governo com esta “greve” não tenha consciência, como no caso da greve dos professores, em que diz que estão a usar os alunos como reféns, está a fazer o mesmo com todos os Funcionários Públicos, Reformados e Pensionistas, apenas por birra e retaliação, sem qualquer justificativo baseado em argumentos políticos, lógicos e legais, apenas “sustentada” em pormenores de tesouraria... É bom lembrar que a medida chumbada pelo TC, apenas a dos Subsídios de Férias, corresponde a um impacto orçamental líquido de 1.174 milhões de euros, equivalente a 0,7% do PIB.
Já para pagar as absurdas e especulativas swaps, que levou o mesmo governo a demitir todos (exceto uma) os “jogadores” travestidos de administradores das Empresas Públicas visadas, a mesma tesouraria não deixou de prever no Retificativo 1.000 milhões de euros para pagar aos “credores”, a quem entretanto ameaçara com processos judiciais, embora tenha contratado agora um deles, a JP Morgan, para assessorar à privatização dos CTT…
Isto é o exemplo acabado para desfazer as bocas dos governantes e apaniguados comentadores, que dizem, do alto da sua cátedra, que não há(via) dinheiro para pagar salários e pensões, quando não há(via) dinheiro, mas é(ra) para pagar os juros e as dívidas aos credores, que estão sempre, sempre, em 1.º lugar.. Quod erat demonstrandum!
Maldito país e pobres (cada vez mais) cidadãos que tão mauzinhos governantes tem (e que escolheram)!
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