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domingo, 9 de dezembro de 2012

A Comissão Europeia concorre à privatização da TAP?

Os jovens sem emprego em Portugal e noutros países europeus não devem desesperar. Se falta trabalho no seu país, há que apostar na formação e fazer as malas. "Muitos países dentro da União Europeia (UE) vão recuperar mais depressa e a oferta de emprego vai aumentar, sendo preciso ajudar os desempregados a emigrar", afirma László Andor, comissário europeu do Emprego.
Mais de 175.000 jovens (15-24 anos) a residir em Portugal estão sem trabalho. Segundo do IEFP, até setembro, o número de desempregados com inscrição anulada por emigração subiu para 24.689, bem acima dos 16.977 observados em 2012 e dos 10.962 em 2008 (início da crise). A taxa de desemprego nesta faixa etária está em 38%, valor que na UE só é superado pelos mais de 55% em Espanha e Grécia. O panorama europeu no seu conjunto é igualmente desanimador. Cerca de 5.500.000 de jovens no mercado de trabalho não conseguem encontrar emprego e há 7.500.000 com idades entre os 15 e os 24 anos que não trabalham nem seguem qualquer programa de estudos ou formação.
O custo económico da sua não integração no mercado de trabalho foi estimado pela Eurofound em mais de 150.000 milhões de euros por ano, ou seja, 1,2% do PIB da UE.
László Andor aponta o caminho: a emigração para países da UE onde há oferta de trabalho. O sistema alemão de ensino dual, que o governo português quer agora importar, será a solução? "O mérito do sistema alemão de formação dual reside no facto de juntar formação com aprendizagem de um ofício ligado a empresas. Mas sublinho que precisamos de um ensino triplo: formação vocacional, experiência profissional e competências linguísticas, precisamente para facilitar a mobilidade entre países", sublinha o comissário europeu.
A Comissão Europeia formulou uma recomendação aos Estados membros sobre a introdução da Garantia da Juventude, a fim de assegurar que todos os jovens até aos 25 anos recebam uma oferta de qualidade de um emprego, continuação dos estudos, contratos de aprendizagem ou de estágio profissional, no prazo de 4 meses após terem terminado o ensino convencional ou de terem ficado desempregados. "Esta medida tem um certo custo financeiro, mas este será sempre mais baixo do que o custo do desemprego destes jovens", afirma o comissário europeu.
O aumento do desemprego e das carências económicas são fatores que estão a pressionar o orçamento da Segurança Social. O problema torna-se particularmente agudo quando ocorre numa economia em ajustamento, como é o caso de Portugal. A reforma do Estado social já entrou na agenda, mas a Comissão Europeia poderá ter uma solução para vigorar dentro de 4 ou 5 anos. Os subsídios de desemprego poderão vir a ser financiados por fundos comunitários. Ou seja, os estabilizadores automáticos, caso do subsídio de desemprego, terão um enquadramento europeu e não exclusivamente nacional.
Andor garante que Bruxelas tem seguido a situação social nos países mais afetados pela crise e considera que o atual estádio da crise é muito diferente do inicial. No início da crise, os sistemas de proteção social na maioria dos Estados membros revelou-se particularmente forte, ajudando as famílias a manter um certo nível de rendimentos. Nos 2 últimos anos, esta proteção foi-se tornando muito mais fraca. "Para ajudar os países com problemas nos seus sistemas de proteção social, nomeadamente quanto aos subsídios de desemprego, é importante ver o que pode ser feito a nível comunitário"
Para começo de conversa, não deixa de ser estapafúrdio, que o comissário europeu do Emprego, venha falar de EMIGRAÇÂO, o que não deve ser a missão da pasta que coordena… Mas enfim, começa-se a perceber por que o “nosso” Primeiro, sempre ecoado pelo DOTOR “Vai estudar!”, tenham batido nesta tecla, antes de todos, segu(i)ndo um presumível manual da CE…
Mas o que mais nos pode confundir, é vir este Sr. traduzir (finalmente!) o significado de MOBILIDADE, que emerge das suas palavras, que significa, exatamente girar, mais quilómetro, mais milha...
Como na UE há 13.000.000 de jovens desempregados, 175.000 dos quais em Portugal, como é que emigrando se consegue um local de trabalho, onde a falta de emprego para os naturais e residentes nesses países é igual ou maior à dos países dos emigrados? Se há lugares a serem preenchidos por naturais e residentes, por que serão escolhidos os de fora? Traduzindo, vão os portugueses emigrar para Espanha e os espanhóis imigrar para Portugal?
Ou o que se quer dizer é que os jovens desempregados da UE/Eurozona devem emigrar para os países emergentes, que emergiram sem trabalhadores qualificados (contrariando o paradigma), sem terem investido nessa formação (para quê?) e beneficiando (explorando) agora dos gastos na Educação feitos pelos países “ricos”?
Ou será para aumentar a produção nos países emergentes para aumentar as trocas comerciais de que os únicos beneficiados serão os países ricos da UE/Eurozona?
Ou será uma forma de colmatar a baixa de natalidade dos países ricos da UE/Eurozona, com jovens mais preparados e da mesma “classe” social e razoáveis índices comportamentais, dispensando assim os bárbaros?
Isto faz-me lembrar o tempo em que os magalas do norte eram enviados para o sul e vice-versa, estratégia que foi retificada, o mesmo tendo acontecido com a colocação dos professores, que também foi retificada, mas que volta a entrar em vigor… Dizem os espertos, que a felicidade é diretamente proporcional à distância em quilómetros a que se trabalha da família (mas só a deles)… Não é fácil de entender, mas estes inteligentes entendem e nós entendêmo-los!
Manhosamente, vem o comissário europeu do EMPREGO, falar nos custos do desemprego jovem, em planos de apoio social, que deverão passar da responsabilidade da Segurança Social de cada país para programas e fundos da UE/Eurozona, o que se concretizaria a curto prazo numa rasteira para acabar com tais direitos de uma vez e generalizadamente, uma solução genuinamente neoliberal!
Tão meigos e generosos estes comissários que coadjuvam o nosso Zé Manel…
Pelos vistos, falta criar o lugar de Comissário Europeu para a Emigração, com agências de viagens e uma companhia aérea, da CE (podia ser a TAP), para facilitar a ajuda aos desempregados...
Resumindo, também a Comissão Europeia quer estender o assistencialismo a toda a UE/Eurozona, como estratégia de isolar as pessoas, diminuir as resistências, aumentar a precariedade e reduzir salários…
O mal, quando vem para uns, deve ser para todos…

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