(per)Seguidores

sábado, 28 de julho de 2012

“Barata Tonta”, ou tontice barata, ou teimosia tonta?

Entre agravar a recessão e atingir o défice, ou Portugal não cumprir as metas de 4,5% e evitar uma queda da economia, a OCDE prefere a 2ª hipótese. É uma tese que contraria as palavras do primeiro-ministro Passos Coelho.
Portugal não está em condições de correr riscos de cair num quadro de recessão profunda, de acordo com a OCDE, pelo que deve optar pelo caminho mais seguro: não se prender ao cumprimento das metas do défice e evitar austeridade excessiva.
Esta teoria da OCDE não vai de encontro à mensagem transmitida pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que colocou no topo das prioridades o cumprimento da meta do défice, colocada nos 4,5% do PIB.
Em virtude de uma provável descida da atividade económica, com efeitos para as contas públicas, Portugal está na iminência de não atingir esses números. Segundo a OCDE, aplicar medidas que possam contrair ainda mais a economia poderá representar um rude golpe para a economia portuguesa, ideia transmitida no seu relatório, que prevê um cenário de recessão em Portugal, no próximo ano, o que não surpreende. No entanto, agravar essa recessão pode trazer efeitos colaterais na economia que deitariam por terra todo o esforço de consolidação das contas públicas.
Apesar de defender esta política, a OCDE incita o Governo a manter essas metas “enquanto o crescimento económico não se desviar de forma substancial do programado”, para que Portugal possa “restaurar a confiança”.
A teoria defendida pela OCDE vai de encontro ao que o FMI sustentara, aquando da 4ª avaliação, no âmbito do programa de ajustamento das contas públicas portuguesas.
A quebra das receitas fiscais poderá ajudar a colocar em risco as metas definidas no programa, pelo que o cumprimento do défice a todo o custo não é boa política.
Apesar de compreender os riscos, o Governo de Passos Coelho continua a acreditar que atingirá as metas de 4,5%, sendo certo que no discurso de Vítor Gaspar já se percebeu que haverá compreensão da troika para a possibilidade de derrapagem, em virtude da perda de receitas fiscais resultantes da contração da economia.
Apesar do descrédito que podemos e devemos ter sobre o que a OCDE diz, no momento e perante as circunstâncias geradas pelas políticas deste governo, que não resolveu a herança negativa do anterior, antes a piorou com:
resultados catastróficos das receitas de impostos;
destruição do tecido empresarial;
redução salarial, que não permite sobreviver quem trabalha;
“derrapagem” incontrolável do desemprego;
aumento crescente da pobreza (gerando “novos pobres”);
desregulação dos preços dos combustíveis;
pagamento de rendas (excessivas) a empresas privadas de energia;
adiamento da denúncia dos contratos com as PPP;
privatizações de empresas e cotas de empresas lucrativas;
abandono das ideias de exploração do mar, da agricultura e das florestas;
exclusão dos mais ricos (e de todos) na repartição dos sacrifícios;
recessão permanente e dificilmente recuperável e
aumento continuado da dívida nacional, etc…
Ninguém pode acreditar em Pedro Passos Coelho, que se baseia na fé, nem no seu “super” Gaspar (que já deu mostras de não ser tão…) que só se justifica com a sua rede de relações pessoais e na compreensão desses “amigos”, nem uns nem outros argumentos são variáveis económicas…
Teimar pode ser convicção, mas quando a realidade a contraria, só pode ser teimosia, ou barata tontice…

Sem comentários:

Enviar um comentário