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terça-feira, 15 de maio de 2012

A “mão invisível” não se vê, muito menos resultados!

“A mão invisível” - David Klein
O mercado de trabalho em Portugal, normalmente retratado como demasiado “rígido” e protector do emprego, é afinal um dos mais dinâmicos da Europa, conclui uma nova análise publicada pelo Banco de Portugal (BdP). A dinâmica não é, contudo, transversal. Num país em que há praticamente dois mercados de trabalho – o dos contratados sem termo e o cada vez maior mercado dos contratados a prazo –, a flexibilidade está concentrada nos vínculos mais precários.
Nas transições do emprego para o desemprego, Portugal surge como o país mais dinâmico numa lista de 14 economias europeias – os dados anteriores punham o país como o 4º mais rígido. Na vertente das transições do desemprego para o emprego, Portugal é o 2º mais dinâmico, apenas atrás da Finlândia (quando era o 3º mais rígido nos dados anteriores). As diferenças face à informação conhecida sobre os fluxos de entrada e saída do emprego explicam-se por uma nova metodologia de recolha e processamento de dados nos inquéritos ao emprego feitos pelo BdP.
“A evidência acumulada aponta para uma dinâmica do mercado de trabalho superior à de vários países da área do euro”, lê-se no relatório do banco central sobre a economia portuguesa em 2011. “A evidência na literatura aponta a forte segmentação do mercado de trabalho como factor explicativo para os acentuados fluxos, mas concentrados nos trabalhadores com contratos a termo”, acrescenta.
Para o BdP, o tipo de flexibilidade do mercado de trabalho português não é o mais adequado, uma vez que coloca o fardo do ajustamento e da flexibilidade apenas sobre uma fatia dos trabalhadores.
Tal desequilíbrio torna difícil o desenvolvimento de competências destas pessoas. A contratação a prazo é esmagadora entre os jovens – 16 e 24 anos – e o seu crescimento só foi travado na crise porque é este o segmento que paga primeiro a factura da recessão. Dos 118.000 postos de trabalho destruídos no último trimestre de 2011, cerca de 80.000 eram de jovens, revela o relatório mais recente do FMI sobre Portugal.
Afinal o mercado de trabalho em Portugal é um dos mais dinâmicos da Europa, tradução (linear) do que disse em relatório o BdP: “A evidência acumulada aponta para uma dinâmica do mercado de trabalho superior à de vários países da área do euro”. A flexibilidade dos trabalhadores concentra-se nos que tem vínculos mais precários, tradução (linear) do que disse em relatório o BdP: “A evidência na literatura aponta a forte segmentação do mercado de trabalho como fator explicativo para os acentuados fluxos, mas concentrados nos trabalhadores com contratos a termo”.
Portugal é o país mais dinâmico (onde é mais fácil ser despedido) de 14 economias europeias (antes era o 4º mais rígido) e o 2º mais dinâmico (onde é mais fácil arranjar emprego e em que antes era o 3º mais rígido), embora estas diferenças se expliquem por uma nova metodologia usada pelo BdP.
Linearmente, ao fim de um ano, é muito mais fácil despedir em Portugal e um pouquinho mais fácil empregar, o que faz cair a balança para a facilidade do desemprego, como nos diz a realidade dos números e das pessoas afetadas pelas alterações legislativas para Bem da Nação…
Mas, CAUTELA! Quando o BdP diz que a instabilidade no mercado de trabalho português não é o mais adequado, porque penaliza mais os precários, quererá dizer que é preciso alargar essa flexibilidade também aos contratados sem termo, para haver “equidade”…
Perante estes dados “técnicos” e oficiais e conjugando-os com as teses dos executivos do Executivo, que juram que trabalho mais barato (em que somos dos mais farrapilhas) e mais flexibilidade (facilidade de despedimento + despedimentos mais baratos) facilitam a concorrência de mão-de-obra, que motiva o investimento estrangeiro, que por sua vez redunda na implementação do emprego, que no final melhora a nossa economia e no fim do processo melhora as Finanças e nos ajuda a sair da crise, leva-nos à famigerada “pergunta do macaco”:
Se no fim de tudo que o governo fez na imolação dos direitos e confiscos dos trabalhadores portugueses, os resultados são estes, onde estão os resultados positivos que nos juram, se a realidade contradiz a tese?
Sabendo que a “resposta” será: “isto leva tempo!” Insistimos, “mas quanto tempo”? Teremos que esperar pela mão invisível em que Adam Smith acreditava? E se não formos crentes? E se as “mãos” forem visíveis e manipuladoras, com práticas mais liberais do que a do seu teórico?
As crenças não são aceites por todos que não tenham fé e a fé não pertence a qualquer ciência, mesmo que seja social…
Estaremos nos domínios da Teologia?
Trabalho: Mais de metade dos jovens desempregados não aparecem nas estatísticas oficiais - OCDE

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