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sábado, 19 de maio de 2012

ESQUERDA RACIONAL vencerá a DIREITA RADICAL?

Reação de implosão no núcleo de uma Bomba atómica
Schäuble, Merkel: mas para quê?
O que fazer quando a realidade é caótica e disfuncional e arriscada e assustadora, para não dizer mesmo extremamente perigosa e imprevisível? Pousamos os olhos no horizonte, respiramos fundo e dizemos com toda a candura do mundo: "Dentro de dois anos os mercados vão acalmar." 
A frase, inacreditável, é de Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão, e revela a terrível ignorância deste homem responsável por conduzir, de braço dado com Angela Merkel, a resposta da Europa à crise que está a centímetros de arrasar o euro. Não se trata de incapacidade para tomar decisões, mas da evidente falta de vontade para encontrar um caminho diferente do atual. Schäuble e Merkel são os únicos europeus que não ficaram com os cabelos em pé ao ver a Grécia aproximar-se cada vez mais da porta de saída do euro e do que isso pode significar: caos em Atenas, talvez guerra civil (escreve o prudente Financial Times), e uma recessão profunda na Europa inteira, salvamento in extremis de Espanha (via troika), Itália em pânico e Portugal nas mãos do desconhecido.
Ponto final - Os gregos estão a cavar a sua sepultura, mas Merkel está a ajudar. Pior: está a deixar que o euro se desintegre.
Os bancos gregos e os nossos
A portaria que define a maneira como os bancos portugueses podem recorrer à linha de 12 mil milhões de euros do Estado para se recapitalizarem saiu esta semana. Finalmente. Milagrosamente. O momento não podia ser mais certeiro: as regras que permitem aos bancos ter acesso aos fundos públicos para fortalecer a sua base de capital (que aumentam a capacidade de resistência aos ventos da crise) foram conhecidas 12 horas depois de se ter ficado a saber que se tinha intensificado a corrida aos bancos gregos, já a perder 700 milhões de euros todos os dias para o mais duro dos concorrentes - a zona francamente incómoda entre a cama e o colchão dos clientes. Felizmente, Vítor Gaspar e Bruxelas (que estava a mastigar o assunto) perceberam que tinham de deixar bem claro que, além de todas as diferenças entre Portugal e a Grécia, há mais uma: os bancos, como o Estado, têm uma linha de crédito que, não impedindo uma desgraça, dá um sinal claro aos depositantes portugueses. Se houver calma - e se o céu da zona euro não cair por causa da Grécia -, os bancos nacionais são seguros e confiáveis.
André Macedo
Se for eleito primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, o líder da Coligação da Esquerda Radical, quer renegociar o acordo de resgate. Porque a actual política de austeridade empurra todos "para o inferno". Há parceiros para a renegociação? Sim, diz Tsipras: Espanha, Itália ou Portugal. Não há é margem para dúvidas: o Syriza quer a Grécia no euro.
Tsipras diz que se a Grécia deixar de cumprir obrigações com os seus credores, o que fará se perder financiamento europeu, ficará com dinheiro para pagar aos trabalhadores e reformados.
O líder do Syriza está convicto de que não há grandes probabilidades de a Europa cortar o financiamento à Grécia, mas que, se isso acontecer, então Atenas deixará de pagar as suas dívidas. E a ameaça vai mais longe: Tsipras sublinhou que um colapso financeiro na Grécia arrastaria o resto da Zona Euro.
Os dirigentes europeus "e especialmente a senhora Merkel devem parar de brincar com a vida das pessoas", disse Alexis Tsipras.
Deste editorial retira-se o que já aqui disse sobre a verdadeira mente destas políticas de aniquilação das economias dos países-membros da Zona Euro, que afinal se chamava “Nicolschäuble”, com o intuito, ou pelo menos com o efeito de anular concorrências e criar um centro monopolista da Economia e das Finanças, na Alemanha.
Os rafeiros que se ajoelhem para pedirem o soro e agradecer a “ajuda” para a eutanásia… Só que, sabem os bosses europeus e o cidadão comum, que uma bomba quando rebenta atinge todos com estilhaços e ninguém nas redondezas fica imune, embora esta se possa classificar como bomba de neutrões…
E a Grécia, onde Schäuble e Merkel experimentam em laboratório teorias macabras, já percebeu que antes de morrer, há direito a uma última vontade e a um cigarro baforado na cara dos executores. Mas sabem também que se se sobreviver ao fuzilamento ganha-se direito à vida…
Por isso (ironia do destino) a esquerda (dizem eles, radical) corre o risco de ser o partido mais votado nas próximas eleições e sem papas na língua, diz o que vai fazer e avisa, sem “bluff”, que o vírus que lhes injetaram é contagiante... Se é para irem para o inferno, vão todos, mas antes há a possibilidade de uma aliança entre os infetados, que há muito, muita gente propõe, embora saibamos que o nosso governo prefere subservir e aplicar, mais uma vez o pacto de não beligerante…
No meio desta balbúrdia é notória a pressão e as ameaças (intermitentemente desmentidas) dos “líderes” europeus sobre os gregos (com Durão Barroso a colaborar), para que votem nos partidos do arco, ameaçando-os com o corte da próxima tranche, mas também esta chantagem tem a resposta que merece: se não viabilizam moeda, não pagam aos credores, mas apenas aos funcionários públicos e reformados o que nos dá a entender que afinal parece que há dinheiro para contrariar essa ameaça.
Incompreensível é que estas ameaças se façam, mesmo sabendo que o partido de esquerda não quer sair do Euro, só quer renegociar a dívida, reduzir a austeridade e iniciar o crescimento… Será porque os compromissos e a manutenção do status quo, são mais fáceis com quem levou a Grécia aonde a levaram e mais difícil (por enquanto) com os idealistas da ESQUERDA RACIONAL?
Já é tempo de alguém gritar aos usurpadores da democracia na Europa, que parem de brincar com a vida das pessoas, porque a questão, GRAVE, é só essa.
O dia das próximas eleições gregas, provavelmente a 17 de junho, será o princípio de algo novo, talvez mais inolvidável do que as eleições francesas.
Esperemos, porque ou vamos continuar a comer migalhas do bolo envenenado, ou brindar à vitória da democracia, da lógica na economia, do confronto com os mercados, da justiça social e da solidariedade entre parceiros a sério daqui para a frente…
Mas, há sempre um mas, os poderosos tem sempre trunfos nas mangas, mas sobretudo nos bolsos…

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