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quarta-feira, 14 de março de 2012

Contra os factos, Passos Coelho argumenta…

Henrique Gomes esteve menos de 9 meses no Governo. O secretário de Estado defendia que o "Estado tem de impor o interesse público ao excessivo poder da EDP" e quis implementar uma das medidas que consta no memorando de entendimento da troika e que passa por renegociar as rendas excessivas da EDP, por via de contratos que a eléctrica não quer renegociar.
O secretário de Estado da Energia defendeu a introdução de uma contribuição especial sobre as rendas excessivas na produção regulada de energia e a sua proposta foi inviabilizada pelo Governo, primeiro por causa da privatização da EDP e, mais recentemente, com o argumento de que não se alteravam contratos de forma unilateral.
Em Janeiro deste ano, Henrique Gomes defendeu que o "Estado tem de impor o interesse público ao excessivo poder da EDP". Na altura, o secretário de Estado disse querer cortar os ganhos dos produtores eléctricos. Negociar "é uma via". Mas o Estado pode tomar "uma decisão unilateral e soberana".
O secretário-geral da Deco, Jorge Morgado, lembrou que, tal como a associação de defesa do consumidor, também Henrique Gomes defendia planos que iriam resultar numa redução das tarifas pagas pelos consumidores. “Não temos dúvidas de que a saída do dr. Henrique Gomes de secretário de Estado da Energia fragiliza o processo de negociação urgente dos tais custos de interesse geral”, afirmou, sublinhando que “os consumidores perderam um aliado”.
“…As políticas do ministério [da Economia] e do Governo vão ser mantidas e vamos cumprir o memorando da troika", afirmou Álvaro Santos Pereira, rejeitando assim que haja uma cedência do Executivo em relação aos interesses do sector.
O presidente da EDP, António Mexia, não poupou nas críticas ao estudo do Governo que aponta "rendas excessivas" no sector eléctrico. "O estudo tem erros grosseiros, básicos, que o tornam inútil e inutilizável", afirmou.
O primeiro-ministro negou que a saída de Henrique Gomes de secretário de Estado da Energia deixe o Governo enfraquecido e que esta seja uma cedência ao setor energético.
Na mais pura inocência e pensando que os nossos governantes, em quem delegamos pelo voto a defesa das nossas condições vidas e no mais exigente conceito de soberania do Estado, perante este “arrojo” de um governante defender os seus concidadãos contra o abuso de exploração de uma entidade privada, ainda por cima por um governo “inteiro” não o acompanhar na premissa da soberania do público sobre o privado, que o autoriza a tomar decisões unilaterais, como tem tomado contra os contratos de trabalho e condições de aposentação, deixa-nos perplexo e a pensar em coisas feias…
Na mais pura inocência pensamos (embora a prática política desde há muito percorra estes trilhos), que a política é coisa mais lavada e transparente.
Logicamente que a DECO, como associação de defesa do consumidor, ao vir dizer que os consumidores perdem um aliado na redução das tarifas da eletricidade, só confirma que o governo faz o contrário do que tinha que ser feito.
E no meio deste curto circuito, quem apanha com mais um choque é o ministro da Economia, que já tem razões mais do que suficientes para desligar a luz e bater com a porta. No caso, e por muito que afirme e insistentemente que a “luta” do secretário de estado “demitido” vai continuar (com um novo governante que esta(va) do outro lado da barricada), já ninguém lhe dá crédito, até porque o governo continua o mesmo, com os mesmos opositores aos princípios e conceitos de soberania…
Entretanto, “o palmadinhas nas costas dos chineses”, vem desvalorizar o Poder, protegido pelo Poderio, uma atitude que mereceria outra atitude firme e rápida do governo, para mostrar quem manda em Portugal.
Mas contra os factos, o PM argumenta…

2 comentários:

  1. Deve ser um caso de amnésia total... é que não encontro ninguém que tenha votado neste Governo!!

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    1. Essa de ninguém votar nos governos que não dão conta do recado é doença nacional...
      Coitado do Álvaro, mas mais de nós!

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