Perante as situações draconianas impostas às pessoas e ao confisco de salários e direitos, chega a ser ridículo ouvir os comentadores avençados elogiarem a “coragem” do PM em enfrentar os “protestantes” não dando qualquer valor à coragem dos cidadãos, que começam a levantar a voz contra o PODER, que os enganou e esmagou mais do que seria necessário, embora sempre injustamente. A Banca e os acionistas, que paguem a dívida!
Curioso também o pormenor da notícia, que conseguiu distinguir, entre todos os contestatários, sindicalistas e utentes das SCUT (não auto-estradas), como se envergassem os respetivos símbolos identificadores…
Os media não devem estar a retratar com rigor os factos e qualquer dia, por isso, parecem-nos colados ao PODER…
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse que o desemprego vai aumentar este ano, mas explicou que a economia pode “começar a crescer” em 2013.
O ano de 2011 terminou com uma taxa de desemprego de 12,7% e o primeiro-ministro afirmou que “a previsão do Governo é que a taxa desemprego possa ainda crescer até cerca de 13,4% [ou] 13,5% durante o ano de 2012”.
O programa de assistência económico-financeira “Vai durar até 2014 e nos termos desse programa está previsto que, para o final deste ano, comece já a haver uma inversão do ciclo”.
O governante esclareceu a perspetiva do Governo de que “2013 seja já um ano em que, gradualmente, a economia portuguesa vai começar a crescer”.
Quando se diz que o PM EXPLICOU que a economia pode começar a crescer em 2013, procuramos a explicação e NADA! Quando muito, ESCLARECEU essa perspetiva do Governo, mas também não encontramos o esclarecimento, a não ser se a basear na crença…
Aliás, só por fé, a não ser que realmente alguém explique, é que se pode acreditar que com o aumento do desemprego (que se diz que é já de 14%) e o governo prevê que seja de 13,5% em 2012 (alguém nos anda a mentir), a economia possa começar a crescer em 2013, mas como é Carnaval, qualquer brincadeira vale…
Para confirmar o paradoxo do crescimento económico com desemprego galopante, ou por cautelas, o assistencialismo estatal, com caldos de galinha, estender-se-á até 2014…
Os media não devem estar a traduzir com rigor as declarações do PM (explicações não há) e qualquer dia, por isso, “fazem-lhe a cama”…
Pronto! De certeza que vamos ter dificuldades ainda maiores, o que será anunciado dentro de dias…
E os media não denunciam esta estratégia do PM, avisando-nos para ler nas entrelinhas do que diz e qualquer dia, por isso, as linhas não dirão nada…
O primeiro-ministro, pela primeira vez, deixou dúvidas quanto à necessidade de Portugal recorrer a um ajustamento do resgate, numa altura em que a missão da 'troika' se encontra no País a avaliar o programa de ajustamento. No debate quinzenal, na sexta-feira, Passos Coelho voltou a dizer que "o Governo não vai pedir nem mais dinheiro, nem tempo".
"…Já houve tempo em que os portugueses ouviam os seus governantes falar e perguntavam-se onde é que aquela gente viveria, se não teriam noção" das dificuldades, observou, reconhecendo ter conhecimento da existência de portugueses "que estão a viver momentos muito difíceis".
E eis o reconhecimento de que os “cabeças” nos vão brindar com mais austeridade e desemprego (para a economia crescer quando já não houver empresas), apesar de há 3 dias PPC ter repetido a ladainha: “Nem mais dinheiro, nem tempo”! E 3 dias já foi muito tempo…
A omissão da verdade (mentira) é uma compulsão dos 2 últimos PM, que parece não ter remédio no mercado e prolifera no setor político…
E diz o roto ao nu, que antes os governantes não tinham noção da realidade social do país…
E os media não analisam e comparam estas declarações deste PM com o “falecido”, mostrando-nos que a diferença está nas moscas?
O número de homens do corpo de segurança pessoal do primeiro-ministro passou de 10 para 15, o que é habitual em alturas de maior contestação e já aconteceu no tempo de José Sócrates.
Outra coincidência (cada vez há mais coincidências comportamentais) é que o cenário da segurança do PM está igual ao do reinado de Sócrates no final da temporada, mas que agora se implanta ao 8º mês (em que ainda não se fez tudo, porque não é possível)…
E os media comem tudo o que lhes dão, sem ruminarem a informação com que nos informam?
É Carnaval, mas nem menos tradição, nem tanta contradição…
Nota – Acabei de ouvir o telejornal das 13 da SIC, que durante muito tempo viajou por diversos lugares, para constatarem que tudo estava a funcionar normalmente, como se nos outros anos houvesse tolerância de ponto na véspera de Carnaval e a 2º feira fosse diferente de um dia normal. Uma “não notícia”, ou uma “notícia” manipuladora?
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