(per)Seguidores

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Meia dúzia de lembranças, para não esquecer…

Como é previsível, tenho alertas de notícias sobre os vários temas que aqui abordo, um dos quais é a Pobreza.
Em 2010, Ano Europeu contra a Pobreza e Exclusão Social, as notícias sobre a pobreza eram aos magotes, sobretudo acerca de Portugal e lá vinha uma ou outra relativa a outros países.
Entretanto, acabado o ano das “comemorações”, as notícias que recebo dizem respeito quase só ao Brasil e Angola. É curioso, porque tanto quanto vamos sabendo, a pobreza aumentou no país, na razão inversa das notícias, provavelmente porque de tanta fartura (de casos) deixou de ser notícia.
Mas que há pobres, há! E por isso, é de aproveitar esta notícia.
A Cáritas Portuguesa enviou a 16 partidos portugueses, uma carta com 6 medidas de “acção social de base e de criação de emprego”.
As 6 medidas “se forem levadas à prática, poderiam constituir dinamismos acessíveis e pouco dispendiosos de tanto a favor de soluções pontuais como estruturais”, defende a Cáritas Portuguesa. No documento que enviou aos partidos, a organização católica sugere “a mais alta prioridade para as seguintes linhas de acção - modestas sem dúvida e pouco dispendiosas, mas indispensáveis para que a política esteja ao serviço de todas as pessoas e de cada uma”.
A primeira das propostas reside na defesa do Estado Social. “Não nos repugna que os detentores de rendimentos mais altos vejam reduzidos os seus níveis de protecção, durante algum tempo; mas não podemos admitir que sejam sacrificadas as pessoas de mais baixos rendimentos”.
No segundo ponto, a Cáritas aponta para a necessidade de uma rede básica de protecção social que teria por base as pessoas: “as que vivem os problemas sociais, marginalizadas pelo quadro de direitos em vigor e as que, a seu lado, cooperam diariamente na procura de soluções directas e imediatas”. Seriam essas pessoas “mais ou menos organizadas em grupos de voluntariado social de proximidade” que teriam “acesso regular a instituições particulares e aos diferentes organismos públicos especializados nos problemas a resolver”.
Sugere o organismo que não haja apoio financeiro para o funcionamento da Rede mas que haja um fundo de maneio “para as respostas directas, embora provisórias”. O financiamento público seria complementado “pelo das comunidades locais e das instituições e movimentos comprometidos neste serviço”.
A criação de emprego, “sobretudo por cooperativas e empresas privadas de pequena dimensão, em qualquer sector de actividade económica” é outras das propostas. A Cáritas propõe um sistema que difunda as oportunidades de negócio ou de investimento, sem descurar a “formação das pessoas envolvidas, nem o apoio à gestão e ao financiamento, aproveitando as medidas e programas políticos já em vigor e outros que venham a ser adoptados”.
Os últimos dois pontos da carta apontam para o desenvolvimento sócio-local, ou seja, uma rede de protecção social e do sistema social de criação de emprego. “Estas actividades facilitariam a promoção de processos de desenvolvimento em todas as localidades neles interessadas, tendo sempre em conta os problemas de desemprego e outros problemas sociais, bem como as potencialidades do voluntariado e da iniciativa económica”.
Por último, a Cáritas defende “parcerias de corresponsabilidade” para fazer face à “chocante” profundidade e extensão de tantos problemas sociais. Para isso sugerem uma parceria no domínio da habitação, e outra no das propinas e outras despesas escolares. No caso da habitação, dadas as amortizações em dívida por inúmeras famílias, “parece óbvio o imperativo de parceria entre instituições de crédito envolvidas, instituições ou grupos de acção social e serviços competentes das autarquias locais e da segurança social”.

2 comentários:

  1. Para os políticos, a pobreza serve apenas para mandar uns bitaites na campanha eleitoral.O resto passa-lhes ao largo.Mas por ironia do destino, são os mais desfavorecidos que correm a votar no licenciado ao domingo.

    ResponderEliminar
  2. maria
    Realmente são os mais pobres que ao domingo vão votar neles... Há estudos que dizem que as classes mais baixas são as mais conservadoras. Quem diria.

    ResponderEliminar