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quarta-feira, 27 de abril de 2011

“Menos Estado”, logo “Mais Sociedades”!

Já aqui comentei algumas coisinhas de um Grupo de Reflexão, chamado “Mais Sociedade”, empreitada de Pedro Passos Coelho (PPC) encomendada a alguns distintos executivos e economistas do nosso país (e já bastava ter encomendado a Revisão da Constituição a outro Sr., ex-banqueiro na reforma), que de produção propriamente dita, com nada tem contribuído para sairmos da dependência estrangeira, mas o problema é de PPC e do seu partido.
É notório que, pessoalmente não gosto destes estratagemas que aparentam independência e desapego pelo poder, para levar a mensagem, porque vale muito mais o poderio incrustado nesses senhores, com que “involuntariamente” servem.
Nada me move contra nenhum partido, mas habituado a pensar pela própria cabeça, não me inibo de dizer o que possa parecer ser contra algum, como é o caso e até, eventualmente parecer faccioso.
O “Mais Sociedade” tem alguns coordenadores, sendo o mais mediático um tal Carrapatoso, que apesar de se ter posicionado, politicamente, no centro-esquerda, faz propostas (para ajudar o PSd a construir o seu programa eleitoral(?), mas que deve ser entendido como de governo) que nem o Sr. Timo Soini, dos “Verdadeiros Finlandeses” seria capaz de apresentar (ainda).
Correndo o risco de ser injusto, parcial, ou mal informado, porque não li as entrevistas respetivas, quero comentar dois títulos e os dois leads, de dois desses coordenadores e aqui vai:
"Isto não é um problema dos funcionários públicos, é um problema do País todo". Pensionistas e trabalhadores do privado devem contribuir na mesma medida, defende Diogo Lucena, coordenador das propostas na área social do "Mais Sociedade", o movimento de reflexão do PSD.
Até que enfim que alguém vem concordar com o que tenho dito aqui e ainda ontem o repeti, de que sendo a Dívida Externa mais da responsabilidade do Setor Privado, porque é que são os Funcionários Públicos a pagar a crise (e os carrapatosos ficam de fora)?
Só que nesta proposta, não se diz (talvez a entrevista esmiúce) de que modo é que os privados vão contribuir, mas penso que só pode ser através de impostos, porque a cortar salários, como na Função Pública, o dinheirinho iria direto para os bolsos dos empreendedores (antigamente chamados de patrões), sem que o Estado ganhasse algo com a medida.
Ou seja, o submarino é bonito, só não se sabe se flutua… Mas como a ideia vem do coordenador das propostas na área social e depois de muita reflexão do Grupo, é capaz de defender o social…
Mais trabalhoso é o comentário à proposta do Sr. que se segue:
Funcionários públicos podem ser "transferidos" para entidades privadas, juntamente com serviços da Saúde e da Educação.
Apesar de já ter concluído pela simpatia pelo PSd de muitas pessoas, que como eu usam a blogosfera, pelas razões a que cada um tem direito, este Sr., com esta “boca”, veio deixar à rasca os defensores destes novos “argumentos” para incluir tais medidas “estruturais” no programa do partido, porque isto é ultraliberalismo e o proponente deve ter tido como professor o Dr. Pedro Arroja (lembram-se?).
Quem está habituado, por defeito, a ler nas entrelinhas, já tinha concluído há muito que a ideia base para a “reestruturação” política e sistémica de PPC era mais ou menos isto: “menos Estado, melhor Estado”, que é o chavão do neoliberalismo e que significa transferir as obrigações dos Estados para o Setor Privado e deixar o “publicozinho” à mercê dos preços do Mercado. E só por isso se entende que, quer os Srs. da Troika, quer os gulosos nacionais, queiram privatizar tudo o que é Estado, mesmo que tenham prejuízo. Serão burros, ou estarão a fazer de nós burros?
Esvaziando-se o Estado das suas obrigações (sociais) em troca dos impostos que pagamos, que obrigação teremos nós de pagar ao Estado o que quer que seja, se ele não nos dá nada em troca? Se são os Privados que nos vão “tratar da saúde” e “dar-nos educação”, para que servirá o Estado? Passemos à frente, que a conversa seria longa…
A esperteza do Sr. Carrapatoso foi a de chamar os bois pelos nomes, ao por preto no branco, o pensamento de PPC, que já se viu obrigado a vir contrariar estas “coisas” de centro-esquerda… Por um lado até foi bom, porque vai obrigar PPC e o PSd a desdizerem-no e assim atrasarem para outra legislatura tais conceitos e propósitos.
Privatizar a Saúde e a Educação? Mas isto não é acabar com o (insustentável) Serviço Nacional de Saúde e com a (péssima, centralista e ideológica) Escola Pública?
E agora? Quem vai defender estas propostas, que de tão complexas, demoraram tanto tempo a lançar, para ver se acertavam no alvo, com o ARCO?
Nota – Ontem ouvi num debate na TV, um Sr. a falar do ARCO DEMOCRÁTICO. Alguém sabe a que se referia este militante? Ou teremos voltado ao PREC?
As palavras quando atiradas, nunca mais tem volta

2 comentários:

  1. O PSD que se cuide! Mais bacoradas e carrapatosadas e o partido caminha a PASSOS largos para a derrota.Que paguem os que ajudaram o país a chegar a este ponto! Olhó carago!

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  2. maria
    Eu sei que é embirração minha com o homem, mas ele tambéms e põe a jeito e vai dar cabo do Coelho...

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