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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ou jugo, ou canga, é o mesmo em toda a banda!

O artigo é brasileiro (por cá não há notícias de pobreza), sobre o Brasil e a América Latina, mas façam o câmbio e a tradução simultânea, para se entender a mensagem e muitas similitudes.
Jugo, ou canga, de Matosinhos
Você consegue imaginar viver com apenas R$ 70 ou menos por mês? Obviamente não, para o nosso padrão é impossível. Por isso é difícil entender o fato de existirem no Brasil 4,8 milhões de pessoas vivendo sem renda nenhuma. Eles compõem um universo de mais de 16,2 milhões de pessoas que vivem em situação de extrema pobreza, com ganhos de até R$ 70 por mês, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A imensa maioria dessa gente não tem casa. Aqueles que as possuem em grande parte não contam com banheiros, acesso à água e à energia elétrica. São apenas sobreviventes.
O que falta para os nossos governantes acabarem de vez com essa situação? Muita coisa, a começar pela honestidade e aptidão para gerir a coisa pública. Se pegarmos os governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula, até 2008, é possível entender as razões que levam nosso país a conviver com essa vergonha.
A dívida interna brasileira era de R$ 62 bilhões quando FHC assumiu, em janeiro de 1995. Em 2008 essa dívida saltou para R$ 1,68 trilhão. E durante esse período o Governo Federal gastou R$ 906 bilhões somente com juros. As amortizações das dívidas externa e interna abocanharam mais R$ 879 bilhões.
A soma das duas "despesas" atinge R$ 1,78 trilhão, portanto superior ao próprio valor da dívida. O que isso significa? Significa que quanto mais pagamos, mais devemos. Significa inoperância do poder público em dar um basta nessa situação, uma conivência com as elites dominantes.
No governo do ex-presidente Lula fizeram a população crer que o Brasil havia pago a dívida externa, o que não é verdade. Em 2008, o Governo Federal desembolsou com juros e amortizações da dívida pública mais de 30% do orçamento da União, cerca de R$ 280 bilhões, recursos muito maiores que os aplicados na geração de empregos, Saúde e Educação juntos.
Se somarmos a esses 30% a emissão de títulos públicos para rolar a dívida, alcançamos 48% do orçamento do país, quase a metade, apenas por conta dessa "dívida" que ninguém sabe a que corresponde, pois na verdade ela não existe, é apenas um mecanismo para transferir recursos do suor do povo brasileiro para as elites.
Não é mera coincidência o fato de o Brasil ter recebido os maiores investimentos da América Latina ano passado, com crescimento de 87% em relação a 2009. Claro, aqui é o paraíso dos banqueiros e especuladores.
Isso fica claro quando sabemos que os Estados Unidos é o maior investidor na América Latina, seguido pela China. São os dois países mais ricos do mundo, que sabem que aqui os investimentos realizados têm retornos ótimos e mais do que garantidos. A China, em particular, cada vez mais aplica na extração de recursos naturais, exaurindo esses países de suas riquezas.
O discurso neoliberal e da mídia acusa qualquer tentativa de rediscutir esse tema de "calote". Utiliza esse termo chulo para desmoralizar quem conhece esses dados e sabe que só temos uma alternativa: não pagar a chamada dívida, pois na verdade ela não existe há muito tempo.
Dois exemplos são significativos: a Argentina no primeiro Governo Kirchner suspendeu o pagamento da dívida externa, o que forçou os falsos credores a renegociarem-na. Com isso, 75% da pseudo dívida foi cancelada. Os terroristas de plantão alardearam na ocasião que os tais investidores internacionais nunca mais aplicariam naquele país, o que se mostrou uma inverdade, tanto é que atualmente a Argentina é o sexto país da América Latina a receber investimentos externos.
A situação do Equador é similar. Lá foi realizada uma auditoria da dívida externa que reduziu em 70% seu valor, já que a maioria dos contratos existentes eram ilegais. Tudo isso mostra que recursos existem, e muitos. O que falta é opção política pelos pobres e miseráveis, que acabam por financiar as benesses dos milionários.
Em tempo: os dados utilizados estão disponíveis na Internet, tanto os do IBGE quanto os demais, obtidos junto à Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e à ONG Auditoria Cidadã da Dívida.
Mas que temos nós a ver com o Brasil, a Argentina e o Equador? Dirão: nada!
Mas o que se passou e passa no Brasil, na Argentina e no Equador é o que se passa pelo mundo atual, nós incluídos, no que respeita às dívidas, aos juros das dívidas, às consequências dos empréstimos, à renegociação da dívida (rediscutir o "calote") à subordinação a interesses estrangeiros, à perda da soberania e à pobreza crescente e (isso sim) inevitável!
E fica sublinhado que, muito, ou tudo que se diz por cá (nos debates pré-eleitorais) sobre a Argentina, afinal é mentira, ou os dados fornecidos não são verdadeiros…
Com estes factos, já sabemos, ou podemos “prever” o nosso futuro, que os nossos credores já nos traçaram há anos e de que nos apresentaram agora a conta e nos puseram o jugo, ou canga…

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