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domingo, 15 de maio de 2011

Apoiar os pequenos, para os manter pequeninos…

O Parlamento Europeu pediu à Comissão Europeia a adoção de medidas de emergência de ajuda aos pescadores europeus, para fazer face à atual situação económica, designadamente em países com especiais dificuldades financeiras, caso de Portugal.
De acordo com a assembleia, a subida dos preços do petróleo levou a que muitos pescadores tenham dificuldades em financiar as suas atividades de pesca, tendo alguns inclusivamente de cessá-las, apontando que são particularmente vulneráveis os segmentos da pequena pesca costeira e artesanal que, em alguns Estados-Membros, como é o caso de Portugal, representam mais de 90% da frota.
Na resolução aprovada, o Parlamento Europeu pediu à Comissão que aumente o limiar dos auxílios "de minimis" de 30.000 para 60.000 euros por empresa, por um período transitório de 3 anos, defendendo também a utilização de "todas as possibilidades e margens financeiras disponíveis no quadro do orçamento comunitário consagrado às pescas" para financiar medidas extraordinárias de apoio ao setor.
Quando se lê que vão ser tomadas medidas de emergência de ajuda aos pescadores europeus, para fazerem face à atual situação económica, até pensamos que o mar entrou em crise e que as grandes frotas pesqueiras não pescam nada…
No entanto, parece que os apoios noticiados e urgentes, são para a pequena pesca costeira e artesanal que, em alguns Estados-Membros, como é o nosso caso (haverá mais?), representam mais de 90%, mas só serão concedidos por um período transitório de 3 anos…
Por um lado, ficamos a saber que a pesca artesanal passa dos 90%, o que significa que os restantes 10%, pertencem à pesca industrial e que deve “produzir” mais do que os 90%, com lucros avantajados… Ou seja, como no resto que funciona dentro das regras do mercado, poucos arrecadam mais do que muitos, mesmo que as suas costas sejam muito mais reduzidas do que as nossas.
Por outro lado, fica-se com a sensação de que este apoio aos pescadores artesanais, que dão o coiro e a vida, para sobreviverem e nos abastecerem, são massacrados de tal maneira, que até o Parlamento Europeu tem remorsos do mal que lhes (nos) fizeram com as cotas.
Lógico, lógico, seria redistribuírem as cotas de pesca na proporção direta da costa marítima de cada país e serem os países a “venderem” por contrato as licenças a quem quisesse investir no mar, se sobrassem licenças depois de distribuídas pelos cidadãos respetivos.
Assim sendo, os 10% continuarão a sacar do que é nosso e a engordarem (mesmo com o Omega 3 e sem ajudas) e os 90% (nós incluídos) a emagrecermos ecologicamente…
Deixem-nos mas é pescar o que é nosso (poupam nos apoios) e cada um que pesque o que Deus lhes deu, que foi o que mereciam… 

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