Uma brincadeira com os resultados das
pesquisas do Google mostra que o país está com uma imagem menos boa visto de
fora. Se começar a escrever “Por que é
que Portugal é tão” na caixa de pesquisa do Google, a sugestão para
completar a frase baseada nas pesquisas feitas mais vezes pelos utilizadores
parece ser… “pobre”.
Tudo começou quando Josh Greenman, um editor do New York
Daily News, se lembrou de fazer um mapa dos Estados Unidos a partir da pesquisa
“Por que é que o [Estado] é tão…”,
deixando que o Google completasse a frase com as sugestões mais procuradas, o
famoso “autocomplete”, sobre cada estado.
Os resultados refletem
os estereótipos de cada lugar: Nova Iorque é “caro”, Texas é “grande”,
Flórida e Arizona são “quentes” e
metade dos estados do Norte são “frios”.
Há também considerações morais: Illinois é “corrupto”,
Tennessee e Louisiana são “racistas”
e Geórgia é “retrógrado”. Por fim,
algo que reflete a natureza inócua destas pesquisas: de Nebraska e Delaware, os
utilizadores perguntam-se apenas porque é que são estados tão “chatos”.
“Autocomplete” da Europa
Esse mapa dos EUA foi publicado no
site da revista Business Insider durante o fim-de-semana. Partindo da mesma
ideia, Randal Olson, um
investigador da Universidade de Michigan na área da Informática, aplicou o
mesmo critério de pesquisas ao mapa da Europa – que também foi publicado no site
do BI.
Os resultados vêm salpicados por clichés:
Portugal (assim como quase todos os países da Europa de Leste) é “pobre”, Espanha é “vazia” e França é… “gay”.
Quem procura respostas no Google
parece também não perceber por que é que Alemanha, Inglaterra, Áustria, Noruega
e Suíça são tão “ricos”, ou por que é
que a Grécia é tão “importante”. Mais
uma vez, uma onda de pesquisas parvas: a Irlanda é “verde”, a Bélgica é “chata”,
a Rússia é “grande”, a Finlândia é “inteligente” e a Dinamarca e a Suécia
são, simplesmente, “felizes”.
Por fim, as considerações mais
negativas: a Itália é considerada “racista”,
a Polónia é “fraca” e a Lituânia é “suicida”.
Mudanças e enviesamentos
Se fizer a pesquisa neste momento, no
entanto, alguns resultados podem aparecer um pouco diferentes do que no mapa de
Randal Olson.
Portugal, por exemplo, tanto na
pesquisa em português como em inglês, aparece agora como “pequeno”, “quente” e “popular” – mas a fama de “pobre” vai perdurar enquanto o mapa
correr a Internet.
Em relação aos sinais que este tipo de
mapas nos dão – e a importância que lhes damos –, é preciso também parar para
perguntar: será que somos nós que passamos uma imagem negativa para o mundo ou,
simplesmente, devemo-nos perguntar “Por que
é que a Internet é tão… básica?”
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