“A questão que se coloca é: pode a mesma austeridade responsável pelo aumento sem precedentes do desemprego em Portugal estar agora a contribuir para a sua redução? De que forma?” - Mariana Mortágua
A taxa de desemprego no Reino Unido desceu mais depressa que o esperado para 7,1% entre setembro e novembro, segundo dados divulgados. Nos 3 meses anteriores, a taxa de desemprego no Reino Unido foi de 7,4%.
A diminuição do número de desempregados no Reino Unido em finais de 2013 foi maior do que a prevista pelos analistas.
O número de desempregados na Alemanha caiu em 28.000 para um total de 2.930.000 em Janeiro, anunciou o instituto federal de estatísticas.
Trata-se de uma descida superior à redução de 5.000 desempregados esperada pelos economistas.
A redução no número de cidadãos sem postos de trabalho foi contudo insuficiente para mexer na taxa de desemprego, que continua nos 6,8%, um mínimo de 20 anos.
A taxa de desemprego nos EUA dos caiu 3 décimas em dezembro, para 6,7%, face ao mês anterior, situando-se no nível mais baixo desde outubro de 2008, indicou hoje o Departamento do Trabalho norte-americano.
A queda da taxa de desemprego em dezembro passado, mês em que se criaram 74.000 empregos no país, deveu-se, principalmente, ao aumento do número de pessoas que deixaram de procurar trabalho e, que, por consequência, desapareceram como força de trabalho, justifica aquele organismo num relatório.
A maioria dos analistas esperava que a taxa de desemprego se mantivesse em 7% e que a economia dos EUA criasse 193.000 postos de trabalho em dezembro passado.
A taxa de desemprego na Irlanda caiu pelo 7.º mês consecutivo em dezembro, a 12,4%, de 12,5% em novembro, segundo dados divulgados pelo Escritório Central de Estatísticas. No seu pior momento, o desemprego no país atingiu 15,1%, em fevereiro de 2012.
O Eurostat aponta para uma taxa de desemprego em Portugal de 15,5% em novembro, o que representa uma recuperação de 1,5% face a igual período de 2012. Esta foi a 4.ª maior queda do desemprego na União Europeia, a seguir à Irlanda, Letónia e Lituânia.
No polo oposto, as maiores subidas do desemprego foram registadas em Chipre, Itália, Grécia e Holanda. Espanha e Grécia continuam com uma taxa de desemprego na ordem dos 26% a 27%.
A média na zona euro situa-se nos 12,1% e na União Europeia nos 10,9%.
É curioso que quando as taxas de desemprego começaram a subir em espiral, todos os economistas e governantes disseram, com ênfase, que foram surpreendidos…
Agora que as mesmas taxas começam a descer(?) os economistas mantêm a surpresa, sem saber as justificações, enquanto os políticos procuram associar o “milagre” às medidas milagreiras que (não) tomaram, apesar de os remédios para combater a epidemia não terem sido implementados, nem pelo Estado, nem pelos Privados: instituições financeiras, empresas energéticas, nem…
A justificação mais plausível para este fenómeno paranormal, talvez esteja no relatório americano e na explicação mais exaustiva de que se apresenta o final e que diz mais respeito ao nosso país…
“A questão que se coloca é: pode a mesma austeridade responsável pelo aumento sem precedentes do desemprego em Portugal estar agora a contribuir para a sua redução? De que forma?” - Mariana Mortágua
Saldo das políticas da Troika e do governo. Estamos melhor?
No pior momento, desde a entrada em vigor do plano da troika, o INE registava menos 500.000 pessoas empregadas em Portugal. Nos primeiros trimestres de 2013 continuava a haver registo de destruição de emprego, mas apenas nos horários completos. Esta destruição foi compensada pela criação de trabalhos precários, com horários abaixo das 10 horas semanais.
Entretanto, dos que mantiveram o emprego, mais de metade recebia o salário mínimo ou sofreu cortes de 23% no salário.
Existem em Portugal 5.500.000 de pessoas capazes de trabalhar. 1.200.000 pessoas está desempregada ou emigrou. 914.700 trabalha menos de 10h por semana. 989.000 trabalha mais de 40 horas por semana. 1 em cada 2 trabalhadores em Portugal encontra-se numa das situações acima descritas.
O desemprego não é um mero efeito secundário das medidas de austeridade e desregulamentação do mercado de trabalho, mas sim o seu resultado direto. Muito longe de mero sadismo por parte do governo e instituições internacionais que desenham estes programas, o aumento do desemprego estrutural é o instrumento que permite todas as alterações ao mercado laboral em Portugal. A troika destrói postos de trabalho hoje para os recriar no futuro, em menor número, mais precários e mal pagos.
O "milagre" no mercado de trabalho português não reflete a melhoria das condições económicas, apenas o aumento da exploração que só o empobrecimento generalizado permite impor.
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