Directora-geral do FMI considera que, apesar do optimismo que se vive no Fórum Económico Mundial de Davos, a economia global enfrenta riscos. Uns antigos, como a estabilidade financeira, e outros novos, como o caso a deflação.
O optimismo tem sido o sentimento dominante no Fórum Económico de Davos. Contudo, Christine Lagarde alerta que há riscos, nomeadamente, o risco de "complacência", ou seja, que os países comecem a aliviar os esforços de austeridade e controlo das contas públicas, colocando em causa as metas já alcançadas. Mas não é o único.
Christine Lagarde enumerou ainda "o elevado desemprego, o frágil crescimento económico" e mais, recentemente, o risco de deflação. Para a líder do FMI, as "taxas de inflação estão, em geral, um pouco abaixo" das metas traçadas pelos bancos centrais. Se este comportamento se prolongar, "em particular na Zona Euro, há o risco potencial de que a inflação subjacente de longo prazo vá também baixar". E caso isso aconteça, alertou a responsável, "terá consequências em termos de taxas de juro potenciais e de custos de dívida, para países e empresas". "Caso haja um choque – algo que temos de considerar ainda que não esteja presente – aí teremos o risco da deflação", afirmou.
Christine Lagarde defendeu ainda que a regulação do sistema financeiro tem de ser concluída e precisa de ser constantemente "reavaliada e organizada para responder à criatividade dos mercados financeiros".
No caso da Europa, em Dezembro de 2013, os ministros das Finanças da União Europeia chegaram a um acordo para uma união bancária, cujo objectivo é evitar uma nova crise na Zona Euro. Prevista para o início de 2016, a união bancária será aplicada directamente a pouco mais de 300 bancos, os mais importantes da área do euro e os transfronteiriços. Um conselho de resolução será criado e deverá decidir recapitalizar ou liquidar um banco. O mecanismo europeu de estabilidade, o fundo de emergência da zona euro, será implicado na união bancária. O mecanismo de resolução é considerado o 2.º pilar da união bancária, que deverá evitar que as crises bancárias atinjam as finanças dos Estados da Zona Euro. O 1.º pilar, supervisão única confiada ao Banco Central Europeu, entrará em vigor em 2014.
Lagarde apontou ainda que é necessário pensar que tipo de crescimento é esperado. "Os políticos vão ter de decidir entre o nível necessário de consolidação, o que nas economias desenvolvidas é ainda necessário, e medidas amigas de crescimento que vão ser necessárias para gerar crescimento económico", afirmou.
A responsável apontou ainda que as economias avançadas e as emergentes devem continuar a implementar as reformas estruturais que o FMI tem sugerido.
Já estamos habituados às contradições do FMI e sobretudo de Lagarde, que vem mais uma vez alertar, contra os vários relatórios de vários especialistas da instituição, que se se começar a aliviar a austeridade e o controlo das contas públicas, há o risco de todo o esforço feito pelos contribuintes (saques), ser inglório (seremos mais castigados)…
E sem explicar por que tem os contribuintes pagar as fraudes da banca e alimentar os especuladores financeiros, logo vem dizer, que os políticos vão ter de decidir entre o nível necessário de consolidação e as medidas amigas de crescimento que vão ser necessárias para gerar crescimento económico… Pois! Porque sem crescimento económico não haverá dinheiro para colocar nos cofres dos bancos nem nos bolsos dos mercadores…
Curiosamente, a diretora do FMI traz a lume o perigo de haver deflação, que aumenta o valor real do dinheiro, isto é, pode comprar-se mais bens com a mesma quantidade de moeda, o que é bom para os consumidores, para parece que é pior para as empresas e a banca…. Mas como a inflação reduz o valor real do dinheiro ao longo do tempo, é mau para as empresas e a banca, o que a compromete com os “senhores do dinheiro” e a afasta da defesa dos cidadãos e do tema do Fórum de Davos, que tem por título: “Governar para as elites – sequestro democrático e desigualdade económica”…
E hipocritamente, Christine Lagarde veio defender que a regulação do sistema financeiro tem de ser concluída (nem começa nem se chegarão lá) e que precisa de ser constantemente reavaliada e organizada para responder à criatividade dos mercados financeiros, ou seja, ao rapinanço ao povo, à fuga aos impostos e à submissão dos países, com perda da soberania: à ditadura financeira…
Fala ainda da união bancária (só para 2016) e à supervisão dos maiores bancos europeus (já em 2014?), decidida pelos ministros da Finanças, marimbando-se para a democracia, que não se configura com decisões de técnicos/burocratas de competência duvidosa e sem qualquer escrutínio dos eleitores… A pró-democracia!
Mais umas contradições teórico-práticas, mais austeridade para os mesmos, mais garantias para as finanças e mais comprometimento com os “filantropos” que se concentram em Davos!
Compromisso político ou “soluções” com soluços?
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