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sábado, 1 de fevereiro de 2014

EUA: Combater desigualdades é pecado da esquerda…

O Presidente usa o seu 5.º pronunciamento sobre o Estado da Nação para tentar aproximar-se do eleitorado ao dar destaque à desigualdade social. Entre as principais promessas, legislar sem o Congresso se necessário.
Segundo o jornal Washington Post, desde o seu discurso do ano passado, só 5 das 24 iniciativas do presidente foram implementadas. As outras fracassaram no Congresso. Para estar em melhor situação em 2015, pretende agora mostrar capacidade de ação – se necessário, mesmo sem o apoio dos legisladores.
Um dos destaques do discurso foi dedicado à luta contra a crescente desigualdade social. Anunciou que vai elevar, por decreto presidencial, o salário mínimo para firmas contratadas pelo governo. Futuramente, zeladores e operários da construção civil vão receber 10,10 dólares por hora de trabalho em vez dos atuais 7,40 dólares.
Para Matthew Duss, do Centro do Progresso Americano, Obama está a perseguir, conscientemente, uma agenda diferente e, em ano de eleições legislativas, está a deixar o centro e a dar uma guinada política à esquerda. "O foco na desigualdade económica é um tema importante da esquerda progressista. Assim, encaixa-se fortemente na tradição histórica progressista", opina.
Obama dedicou grande parte de seu discurso às regiões de conflito Afeganistão, Síria, Irã e Iraque e a defesa da primazia de soluções diplomáticas não encontrou o apoio de muitos republicanos.
Internamente, Obama parece ter atingido os nervos dos seus adversários políticos. Os republicanos demonstraram abertamente temerem as consequências dos anúncios feitos. Pela primeira vez, não só um político da oposição respondeu ao discurso – como é praxe – mas 4 juntos.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu no seu discurso sobre o Estado da União, que "não vai ficar parado" e que contornará o Congresso para fortalecer a classe média e avançar na luta contra a desigualdade social.
Obama afirmou que 2014 "pode ser um ano decisivo" para o país, já que "pela primeira vez em mais de uma década" os EUA são o lugar "número um do mundo" para investir. "Como presidente, o meu compromisso é fazer com que Washington funcione melhor", disse perante ambas as câmaras.
Referindo-se à "mais baixa taxa de desemprego em 5 anos" e a um "mercado imobiliário em recuperação", Obama afirmou que "os Estados Unidos estão em melhor posição para enfrentar o século XXI do que qualquer outro país".
Obama anunciou vários decretos, ainda que de alcance bastante limitado, para que 2014 seja "um ano de ação", e voltou a pedir o apoio do Congresso para levar por diante os principais pontos da sua agenda, entre eles a reforma migratória.
Entre as demais medidas que o presidente apresentou e que não necessitam da aprovação do Congresso destaca-se um acordo com grandes empresas dos EUA para que elas promovam a contratação de pessoas há muito tempo fora do mercado de trabalho e um plano para conectar "com a melhor tecnologia" 20.000.000 de estudantes de 15.000 escolas.
Quando ouvimos um político (por acaso americano e republicano) a dizer que o foco na luta contra a desigualdade económica é um tema importante da esquerda progressista, poderemos inferir que o político americano e republicano se enquadra na direita (progressista?) e defende a continuação das crescentes desigualdades, nos EUA ou no mundo?

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