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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Sequestro democrático e desigualdade económica…

O Fórum Económico Mundial de Davos terminou este sábado, num tom de optimismo em relação à recuperação da economia mundial, embora sejam reconhecidos os desafios que enfrenta.
"A recuperação que estamos a começar a ver está verdadeiramente dentro de um processo de consolidação", resumiu a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, num debate com alguns dos actores económicos mais importantes do mundo.
O governador do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, mostrou-se "prudentemente optimista em relação às perspectivas económicas mundiais", uma vez que "os Estados Unidos vão provavelmente crescer 3% ou mais este ano e no próximo, a Europa está a começar a arrancar e o Japão está a fazer progressos significativos".
Este ano, a crise na Europa centrou as atenções do Fórum Económico Mundial. "A Zona Euro no seu conjunto não está no centro de todas as preocupações da economia mundial", congratulou-se o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, considerando que "os países-membros que têm mais sucesso são os que enfrentaram programas de assistência, porque cumpriram a sua missão".
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, por seu lado, defendeu que a inflação é baixa e que assim vai permanecer, mas que não há risco de deflação precisamente porque o BCE está "pronto a agir assim que for preciso".
Outra grande interrogação vem dos países emergentes, cujas economias têm vindo a abrandar e a sofrer turbulências sobretudo devido ao fim da política monetária ultraconservadora da Reserva Federal (Fed) norte-americana, de juros muito baixos. "Isso é claramente um novo risco no horizonte", advertiu a presidente do FMI.
O Fórum Económico Mundial advertiu que é difícil criar emprego atualmente porque as economias avançadas não consolidaram ainda a sua recuperação e as emergentes travaram a aceleração.
O Fórum Económico Mundial defende a globalização para solucionar as crises atuais, consequências parciais ou totais da crise financeira global, entre elas o elevado desemprego em muitas regiões do mundo.
O elevado desemprego juvenil em algumas regiões do mundo, como no sul da Europa e no norte da África, foi um dos assuntos mais discutidos no Fórum Económico Mundial. Na zona do euro, em alguns países do sul da Europa supera os 50%, e representa uma ameaça para a recuperação económica da região.
Um grupo de manifestantes protestou em frente à sede do Fórum Económico Mundial contra a globalização e ganância dos países mais ricos, usando máscaras e maquiagem reproduzindo pessoas com ferimentos, como forma de lembrar todos a quem tiraram as suas vidas, principalmente na Grécia, em consequência da crise económica da Zona do Euro.
No dia anterior já havia ocorrido outra manifestação, na cidade suíça, dessa vez contra o uso de helicópteros.
Uma crónica disparidade entre ricos e pobres está a ampliar-se, o que representa o maior risco individual para o mundo em 2014, apesar do início da recuperação de muitas economias, disse-se no Fórum Económico Mundial.
A desigualdade, aliás, vem crescendo no mundo desde a década de 1980, e, na opinião de David Cole, diretor de risco da Swiss Re, que colaborou no relatório, a crescente atenção dada pela opinião pública ao problema exigirá que gestores públicos e a elite global precisarão ser cuidadosos com isso. "Sou um grande apoiante do capitalismo, mas há momentos em que o capitalismo pode entrar em rotação excessiva, e é importante ter medidas em vigor - sejam elas regulatórias, de governo ou medidas tributárias - que assegurem que evitamos excessos em termos de renda e distribuição de riquezas", disse Cole.
Pronto! Acabou Davos, para o ano há mais.
Nem sei se os media fazem bem ou mal em passar por cima deste fórum, que espremido e pelo que destacamos não passa de um encontro dos “grandes chefes” para balanço dos riscos potenciais se esticarem a corda demais…
Lagarde repetiu a cassete do dia anterior, Draghi disse que podem estar sossegados e Shaüble teve o desplante de dizer que os países sujeitos à austeridade foram os que tiveram, MAIS SUCESSO…
À parte estas “preocupações” de fundo, houve uns folclóricos protestos, como convém, sem violência (o que é exceção) e alguns choros de crocodilo pelos coitados dos desempregados, só os jovens (os outros não são problema) e finalmente falaram da desigualdade crescente, que pode representar o maior risco individual (evidentemente) para o mundo (deles) em 2014… E só por isso, um grande apoiante do capitalismo avisa que não podem entrar em excessos explorativos e que é importante ter medidas que assegurem evitar excessos, quer sobre os baixos rendimentos, quer na distribuição da riqueza, porque a opinião pública está mais atenta ao problema… E que problema!
Fugiu-lhes a boca para a verdade e borraram todo o trabalho da OXFAM:  "Governar para as elites: sequestro democrático e desigualdade económica”, como ficou (a)provado!

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