A dívida das famílias na Suécia está a aproximar-se de um limite crítico a partir do qual há o risco de reduzir a eficácia de qualquer política económica, considerou o presidente do banco central, Stefan Ingves.
Esta dívida, alimentada pelos preços elevados do imobiliário, atinge actualmente 170% do rendimento anual disponível. O banco central prevê que seja de 178% em 2016.
“É preciso evitar que ultrapasse os 180% e levar a que diminua lentamente ao longo de vários anos”, declarou Ingves. “Se não controlarmos a dívida, isso significa que a política económica terá de ser totalmente dedicada aos problemas de endividamento e não permitirá dar resposta a outras questões importantes”, acrescentou.
O dirigente do Banco da Suécia, que tenta desde há meses chamar a atenção para este problema, apelou a um grande debate nacional sobre o mercado do imobiliário, marcado nas grandes cidades por um ritmo demasiado lento da construção.
Num país onde o desemprego é relativamente baixo, em relação ao resto da Europa, e onde a maioria dos habitantes são proprietários, as famílias continuam a endividar-se para comprar casa, aproveitando as taxas de juro baixas.
Ao ritmo de crescimento actual, a dívida das famílias suecas às instituições financeiras vai ultrapassar o limiar simbólico de três biliões de coroas (cerca de 338.000 milhões de euros) antes de meados de 2014.
Quando nos acusam de termos vivido acima das nossas possibilidades, estávamos crentes que outros cidadãos de outros países estivessem atentos ao assédio dos bancos, mas pelo que se lê, os suecos não leem notícias sobre Portugal…
Tendo em conta que na Suécia cada família gasta 170% do que ganha por ano (não encontrei comparação com Portugal) e com tendência a gastar ainda mais, se ganham muito mais do que nós (não deve haver dúvidas) quer dizer que nominalmente gastam muitíssimo mais do que nós, e por isso vivem muitíssimo acima das nossa possibilidades…
Mas por lá vão avisando, para não chegarem ao que nós chegamos, sem vivermos acima das nossas possibilidades, com a preocupação de não porem em risco as questões importantes, que devem ser a manutenção dos direitos sociais de que gozam.
Também lá, é o mercado imobiliário que leva ao endividamento das famílias às instituições financeiras “aproveitando” as taxas de juro baixas que os bancos oferecem para a compra de casa, até chegar a hora do “passem para cá a massa” que os nossos cofres estão vazios…
Não deixa de ser preocupante, que depois das bolhas imobiliárias, que também já pairam sobre os países emergentes, mais as manigâncias da banca, ameacem um dos países mais ricos do mundo… Nem a banca e os mercados descartam a estratégia, nem os cidadãos deixam de cair na mesma esparrela…
Ou isto é telecomandado ou as cabeças do povo estão a ficar com as pilhas descarregadas…
Parece que os ciclones estão a deslocar-se para a periferia norte.
A sorte dos suecos é que tem a tradição de bons governantes, acima das possibilidades dos nossos…
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