A vida é cheia de surpresas, e isso não constitui surpresa alguma.
Viver é construir. Destruir, também. Quando falamos de vida, falamos do geral, do conjunto de acontecimentos, bons e maus, de sentimentos e emoções que dão sentido e permitem aferir um colectivo. Raramente "a vida" significa "a nossa vida", aquele percurso individual que retira do colectivo o melhor e o pior, à nossa medida, à medida do nosso talento, das nossas capacidades, das oportunidades que soubemos criar e soubemos, ou não, aproveitar. E "nosso" ou "nossa", neste caso, quer dizer "de cada um". Sabemos alguma coisa da vida, mas sabemos muito pouco da nossa vida. Opinamos desmesuradamente sobre os outros mas não tanto sobre nós.
Atrevemo-nos a pensar e a "saber" o que é melhor para os outros, mas temos dificuldade nas escolhas que devem orientar o nosso caminho. Nem tudo está errado, mas tudo está muito longe de estar certo. E mesmo "certo" e "errado" são conceitos que diferem de cada ser, de cada grupo, de cada sociedade, de cada cultura, de cada religião.
Está aí o Natal. E não importa já o que isso significa.
Sem que possa querer dizer para mim a mesma coisa, desejo para si, o melhor. E seja isso o que for, que possa ajudá-lo a ser feliz.
A minha vida e a sua tocaram-se, um dia. Independentemente da nossa vontade.
Vou chamar Pai Natal a esse acaso.
Boas Festas, mr. Simon.
Joaquim Pessoa, in ANO COMUM
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