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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Os resultados (ansiados) dos media e os oficiais…

13:54 - 22 de setembro - A chanceler alemã e líder democrata-cristão, Angela Merkel, venceu as eleições gerais realizadas neste domingo no seu país com 42,5% dos votos, enquanto o Partido Social-Democrata (SPD) obteve 26,5%, segundo pesquisa realizada pela televisão pública 'ZDF'.
  • A Esquerda, obteria 8,5%.
  • Os Verdes ficariam com 8% dos votos
  • O partido Alternativa pela Alemanha (AfD) ficaria com 4,8%.
  • O Partido Liberal, de acordo com a projeção 4,5% dos votos.
  • Os Piratas ficariam com 2,5%.
14:03 - 22 de setembro - Duas pesquisas à boca das urnas divulgadas logo após o fecho dos colégios eleitorais na Alemanha, apontam que a coligação de centro-direita liderada pela chanceler Angela Merkel deve perder a maioria no Parlamento.
17:48 - 22 de setembro - De acordo com as primeiras reações que estão ser difundidas pelas agências internacionais, com base nas sondagens à boca das urnas, e que podem entretanto mudar, o líder parlamentar do maior partido alemão, a CDU/CSU de Angela Merkel, mostrou grande contentamento: "Estamos deliciados com este resultado, temos um claro mandato dos eleitores para formar governo, e os resultados mostram que os eleitores querem que Merkel se mantenha como chanceler", disse Volker Kauder em declarações à televisão ARD.
21:43 - 22 de setembro - A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou que a vitória nas eleições, com mais de 42% dos votos, a maior votação da CDU desde a reunificação, é "um super-resultado"
08:06 - 23 de setembro - Os democratas-cristãos de Angela Merkel foram o partido mais votado das legislativas alemãs deste domingo.
Segundo os resultados oficiais provisórios:
  • A CDU/CSU obteve 41,5% dos votos;
  • Os sociais-democratas (SPD) reuniram 25,7%;
  • O partido de esquerda Die Linke conseguiu 8,6%;
  • Os Verdes 8,4%;
  • O FDP (parceiro de coligação de Merkel), ficou-se pelos 4,8% e
  • O Alternativa para a Alemanha (AfD), 4,7%.
A participação nestas eleições foi de 71,5%, mais do que em 2009, quando tinha caído para um mínimo de 70%.
O Wall Street Journal (WSJ) escreve hoje que, terminadas as eleições na Alemanha, a zona euro precisa de voltar a focar-se no combate à crise, com Portugal a surgir no topo dos “problemas urgentes”.
“Agora que as eleições alemãs terminaram, a zona euro precisa de voltar ao combate à crise” e “no topo da lista de problemas urgentes está o que fazer em relação a Portugal”, lê-se na notícia com o título “Portugal pode estar a cozinhar uma tempestade”, divulgada pela edição digital do diário.
De acordo com o Wall Street Journal, Portugal é o único dos países em crise que “não tem vindo a retirar qualquer benefício de uma melhoria da perceção em relação à zona euro”.
Ontem à noite, fui-me deitar desiludido qb, com as projeções à boca das urnas sobre os resultados das eleições alemãs, que em tudo que era jornal apontava para uma maioria absoluta, com um (ou outra) exceção, mas pronto!
Os próprios intervenientes na contenda regozijavam-se uns e outros davam os parabéns (muitos forçados) pela vitória arrasadora de Merkel, tão arrasadora que até arrasou com o FDP.
Hoje de manhã, ao procurar confirmar a vitória de ontem, deparei com os resultados oficiais, que não confirmavam a vitória da CDU, mas relativa, o que também não me tirou do sério…
E fiquei a pensar na ansiedade que reinou nas redações dos jornais de todo o mundo em aceitarem, como certas, as sondagens bem como na pressa da sua publicação. Seria um “ato falhado”, a mostrar a vontade/tendência para esse “resultado”? Seria a expressão de uma confiança absoluta nas pesquisas e nos seus métodos “científicos”? E os media podem ser tendenciosos? E com a experiência que tem destas coisas, ainda acreditam, cegamente, nas sondagens?
E levei mais longe as minhas conjeturas, ao pensar na hipótese que hoje se alvitra, de se elegerem os políticos através das redes sociais… Pensando neste precedente, havia de ser bonito, se entrarmos com todos os truques que os espiões já fazem por coisas menores… Imagine-se poder manipular os resultados eleitorais, de acordo com as conveniências. Nem seriam precisos os técnicos de marketing e a vitória seria sempre certa, por processos errados…
Mas o mais estranho é dizer-se agora, passadas as eleições alemãs, que a coisa para nós está ruim, quando há dias, os vencedores alemães diziam que éramos um sucesso… Será que foram eles que nos compraram o aumento verificado nas exportações?
Resumindo, ou tratamos de nós de vez ou estamos tratados de vez…
Não vale a pena esperar pela Alemanha (8:00 - 23 de setembro)
Disse, desde o princípio, que as eleições na Alemanha eram indiferentes para Portugal e para a Europa. Com CDU ou SPD, nada mudará enquanto a Alemanha sentir que esta crise não lhe está a correr mal.
Daniel Oliveira
Na realidade, como já aqui escrevi, Schroeder teve mais responsabilidades na nova estratégia alemã para a Europa e para o Estado Social do que Merkel. Tal como acontece por toda a Europa, o centro-esquerda alemão é incapaz de construir um discurso alternativo. E isso explica porque teve o SPD um dos piores resultados da sua história. Se joga no tabuleiro da CDU, será a CDU que ganha. Também no que toca à política europeia, tão pouco presente na campanha eleitoral alemã, SPD e CDU têm muito poucas diferenças. É até no interior da CDU que temos ouvido velhas vozes mais lúcidas de oposição à política europeia da chanceler.
O nosso problema não é Merkel. Não é sequer a Alemanha. É a dinâmica de repartição de poder económico e político que o euro e os tratados europeus alimentaram. Uma dinâmica de divergência económica e de subalternização das periferias que torna qualquer ideia de solidariedade europeia numa absurda ingenuidade.
É bom convencermo-nos de uma vez por todas que não dependemos da boa vontade dos outros. Os países em crise dependem apenas da sua coragem. Coragem suficiente para confrontar, enquanto o podem fazer, os países economicamente mais robustos com o beco sem saída em que a Europa se está a enfiar. E usarem as duas únicas armas que têm: serem devedores e fazerem parte de um euro que, ao mínimo sopro ou ameaça de deserção, se pode desmoronar. Não se trata de chantagem. Trata-se de um direito: o de não ser obrigado a viver com regras que os vão asfixiar e que apenas favorecem as economias mais fortes. 
Se os portugueses, os gregos, os espanhóis e os irlandeses não querem correr o risco de provocar rupturas europeias de que urgentemente precisam quando tudo lhes corre mal, como podem esperar que os alemães o façam quando se vão safando? Se até grande parte dos portugueses acredita que viveu acima das suas possibilidades, como hão de os alemães acreditar que o problema é outro, mais grave e que envolve toda a Europa e a sua moeda disfuncional?
Não vale a pena esperar que Hollande exista. Esperar que os italianos se afundem e obriguem a Europa a acordar. Não vale a pena, como todos sabemos, esperar que Durão Barroso nos explique porque era a sua ida para a Comissão Europeia tão importante para Portugal. Não vale a pena esperar que os mercados nos achem credíveis porque somos disciplinados. Não vale a pena esperar por um prémio de bom comportamento, quando esta crise não é um castigo por mau comportamento.
Não vale a pena esperar. Se a única posição que podemos realmente influenciar (a do nosso governo) continuar a ser obediente e temerosa, morreremos em silêncio. Se continuarmos a deixar que o governo venda Portugal fora de portas como um exemplo de sucesso das políticas de ajustamento, como podemos esperar que os outros percebam que por aqui se está a destruir um País? Não será seguramente o eleitor alemão, legitimamente preocupado com os seus salários, no seu emprego e na sua economia, a pensar numa crise distante que ele nem percebe bem até que ponto é dramática. Uma crise que lhe dizem que está a ser resolvida com o seu dinheiro. Se até nós, que somos as principais vítimas desta crise, acreditamos que andamos a viver com o dinheiro dos outros, como podemos esperar que os alemães percebam o que se passa aqui? Se nós, que estamos como estamos, elegemos Passos Coelho, porque raio havia o eleitor alemão, que está bem melhor, de não eleger Merkel?

2 comentários:

  1. Na campanha alemã quase não se discutiu problemas de UE.
    Em Portugal sobre as eleiçoes alemas não se discutiu um unico assunto em debate pelos alemaes na suas campanha.
    Será justo aventar :Os portugueses sonham com uma chanceler que venha resolver os problemas , sendo secundados por "analistas" anglosaxonicos?

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