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terça-feira, 24 de setembro de 2013

“Santo” italiano preocupado com o nosso bem-estar…

A economia italiana vai crescer menos do que o previsto. O governo baixou as previsões esta sexta-feira.
A economia deverá contrair 1,7% este ano, ou seja, mais 0,4% do que em abril. Para 2014 espera-se o regresso ao crescimento, mas a um ritmo inferior ao previsto também até agora. Isto é, 1% em vez de 1,3%.
Neste contexto, Roma revê em alta o défice das contas públicas, depois de, em maio, Bruxelas ter retirado o país do procedimento por défice excessivo. Segundo Roma, este ano o défice vai superar os 3% e a dívida atingir os 132,9% do PIB. Para o próximo ano, o défice deverá descer para 2,5%, quando antes Roma falava de 1,8%.
Estou farto de dizer por aqui, que é uma pena que os estrangeiros colocados em cargos europeus da mais alta responsabilidade, não vão para os seus países natais que estejam em dificuldade, para aplicarem as medidas de salvação que apregoam para os outros (países). É o caso de tantos, desde o presidente do Eurogrupo (holandês), o do Conselho Europeu (português), o da Comissão Europeia (belga) e o do BCE, o italiano Mario Draghi, para não falar dos Comissários, sobretudo dos ligados à Economia e às Finanças. E os seus concidadãos agradeciam tanto! Mas…
O que aconteceu com a “exportação” do nosso Zé Manel (e do Constâncio) que cá, não dava(m) uma para a caixa e por isso que foram afastados da fonte das asneiras, para não piorar a situação, aconteceu com todos os outros, de que quase ninguém tinha ouvido falar…
No meio das circunstâncias, lembram-se de o ministro alemão da Economia arrotar postas de pescada sobre a situação de Portugal? Pois! Foi corrido do governo, porque o partido a que pertencia nem no parlamento colocou um deputado e o homem perdeu aquela “autoridade” que tem todos os donos de bolas… Ou seja, o que não serviu para os alemães servirá para nós? Ironias…
Mas o que me leva a escrevinhar estes comentários tem a ver com as “sentenças” do presidente do BCE (italiano), que vendo o seu país a resvalar, como o nosso, para a pobreza, preocupa-se mais connosco do que com os seus…
A gente bem sabe que os nossos “contabilistas” não acertam uma (só depois das contas), mas é chega a ser insultuoso alguém fazer o trabalho que lhes compete, mesmo sem competências:
Os leitores escusam de ouvir o que os líderes partidários andam por aí a dizer, durante a campanha eleitoral, sobre o que está em causa nas negociações com a troika.
Ricardo Costa
Pelo menos, escusam de ouvir aquela parte do défice, em que Portas pede sempre mais qualquer coisa e Seguro um pouco mais ainda. Não é que eles não tenham razão - uma folga no défice fazia muita falta - ou que o futuro venha a mostrar que estão certos, já que é bem natural que essa folga nos seja dada a posteriori. Mas o que agora interessa é que a questão foi arrumada de vez. Bastou Mario Draghi falar.
O inglês de Draghi nem sempre é fácil de entender. Mas o que ele diz, como presidente do BCE, é de uma clareza absoluta. Foi assim que há uns tempos acalmou os mercados que apostavam tudo no resgate de Itália e Espanha. E foi assim que, ontem, resolveu o nosso Orçamento de Estado.
O que Mario Draghi disse foi muito simples. Para o BCE qualquer revisão da meta do défice para 2014 será percecionada de forma negativa pelos mercados e impedirá qualquer descida dos juros da dívida portuguesa no mercado secundário. E a prioridade do BCE em relação a Portugal é fazer tudo para que os juros baixem.
Nem Draghi nem o BCE têm mandato para se preocupar com metas do défice. Mas as coisas na Europa andam tão confusas que todos falam sobre temas que não são da sua alçada. A diferença é que quando Draghi fala as coisas acontecem. Desde ontem passou a ser oficial que o nosso Orçamento de Estado terá uma meta de 4%.
E para além da contabilidade, o italiano Draghi, está preocupado com a rapidez do rapinanço das empresas públicas, que prestam serviço público, não por ser italiano, mas por ser obediente a quem o pôs no lugar e por ser, seguramente, crente das doutrinas sociais dos especuladores, que são os mesmos que lhe passam o recibo do pré…  
As declarações ontem do presidente do BCE, Mario Draghi, mostram como as instituições europeias se vergam, já sem pudor, aos mercados, e como estão cada vez mais  indiferentes às sensibilidades (se ainda as houverem) dos países periféricos como Portugal.
Paulo Gaião
Draghi disse que se têm de tratar os mercados com cuidado, não os provocando com mais défice público português porque senão eles reagem "à bruta".
É a teoria da violência dos mercados plenamente legitimada.
A vítima tem que se sujeitar a tudo para não ser brutalizada.
Parece o tempo dos bárbaros, em que o preço da convivência, para não levar pauladas à bruta foi (por exemplo) a queda das vacas romanas para um peso e tamanho abaixo como explica o historiador Bryan Ward-Perkins.
Draghi deu ainda outro diktat a Portugal: "Há muito a fazer na área das privatizações". Só faltou dizer: os portugueses aguentam mais austeridade?, Ai aguentam, aguentam!
Que fazer perante a barbaridade de quem pode?
Uns dirão que não há nada a fazer. É a vida (a história estúpido).  
Mas será assim? Afinal, as armas dos novos bárbaros não são reais, mas apenas de papel.

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