O presidente norte-americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron conversaram sobre a situação na Síria e expressaram a "grave preocupação" sobre o alegado uso pelo Governo sírio de armas químicas contra civis.
A chanceler alemã Angela Merkel criticou a Rússia e a China pela posição que assumiram na ONU, impedindo a adoção de uma declaração de apelo à Síria para deixar os inspetores da organização investigar um ataque químico no país.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), composto por uma ampla rede de ativistas e médicos, registou 170 mortes, não conseguindo confirmar o uso de armas químicas.
3 hospitais próximos a Damasco relataram 355 mortes depois de um suposto ataque químico na última quarta-feira, que levou a 3.600 admissões nos hospitais com sintomas neurotóxicos causados por gás, informou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). O MSF não tem pessoal próprio na região de Damasco, mas tem apoiado os hospitais e redes de médicos no local desde 2012.
O diretor de operações do MSF, Bart Janssens, disse que a MSF não poderia confirmar a causa dos sintomas ou dizer quem foi o responsável pelo ataque, mas que tinha enviado 7.000 frascos de atropina - um antídoto contra agentes nervosos.
O regime sírio e os rebeldes acusavam-se mutuamente neste sábado pelo emprego de armas químicas num ataque na quarta-feira contra os subúrbios de Damasco, no meio da crescente pressão internacional por uma intervenção militar no país.
O ministro sírio da Informação, Omrane al-Zohbi, garantiu neste sábado que Damasco "jamais utilizou armas químicas", rejeitando as acusações da oposição armada.
O chefe da diplomacia síria, Walid Muallem, desmentiu "com vigor as acusações de que o regime utilizou armas químicas", e acusou os "terroristas" por lançar mão de tais recursos.
Já a oposição síria rejeitou as acusações do regime de que teria usado armas químicas e afirmou que se trata de uma estratégia do governo para desviar a atenção de seus próprios "crimes".
O presidente da Coligação, Ahmat Jarba, exortou a comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos, a intervir de "forma séria" na Síria diante dos ataques químicos.
No meio da troca de acusações, a alta representante da ONU para o desarmamento, Angela Kane, chegou este sábado a Damasco para negociar os termos de uma investigação sobre o uso de armas químicas, que se limita à utilização ou não de armas químicas este ano em Jan al Asal (norte), Ataybe (próximo de Damasco) e Homs (centro). Depois dos últimos acontecimentos, a comunidade internacional pediu que esses especialistas possam ir quanto antes ao local do ataque para verificar as acusações.
Moscovo pediu ao regime de Assad que coopere com os especialistas da ONU e reivindicou aos rebeldes que lhes garantam o acesso aos lugares dos ataques.
A coligação da oposição síria comprometeu-se "a garantir a segurança" dos inspetores da ONU.
Nunca entendi como um primeiro-ministro britânico, que pertence à UE e no que há guerra diz respeito, pode atuar com autonomia (é a 2.º vez, depois do Iraque), quando a União Europeia tem um departamento diplomático, com a Sra. (desconhecida) Catherine Ashton à frente do mesmo, a quem o Reino Unido já acusou de não ter experiência suficiente para ser a chefe da diplomacia da UE.
E quando a Sra. Merkel vem dizer algo sobre assunto tão mais sério do que a economia europeia, insurge-se contra a Rússia e a China, sem uma palavra sobre este “holocausto” e o papel da UE. Sobre a guerra tradicional, não se quer comprometer, até porque armas destas já não se usam…
Mas se fosse para se entender, teríamos que refletir na leveza das denúncias (sem a ONU apresentar relatório), nas dúvidas sobre a arma utlizada (química?), nas acusações contraditórias de ambas as frentes (quem efetuou o ataque) e respetivos “aliados”, na disparidade dos números (170, 355, 1.300) de mortes e até no esbatimento do que se passa no Egito:
1. A posição de Obama e Cameron, neste momento, baseiam-se apenas no alegado (não confirmado) uso pelo Governo sírio (ou dos rebeldes) de armas químicas (ou não) contra civis;
2. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, composto por uma ampla rede de ativistas e médicos, registou 170 mortes e não conseguiu confirmar o uso de armas químicas;
3. A ONG Médicos sem Fronteiras, que não atua diretamente no terreno, vem falar em 355 mortos e o seu diretor operacional diz que não pode confirmar a causa dos sintomas muito menos dizer quem foi o responsável pelo ataque;
4. Os rebeldes acusam o regime sírio da autoria do massacre (com armas químicas);
5. O regime sírio acusa os rebeldes da autoria do massacre (com armas químicas);
6. A utilização de armas químicas é a “linha vermelha” para uma intervenção internacional na Síria;
7. A comissão da ONU, já presente no terreno, já tem as condições necessárias, quer do regime, quer dos rebeldes para uma investigação incondicional e exigível para eliminação de todas as dúvidas.
E fica uma questão: se for o regime sírio o incriminado, haverá o uso da força, mas se forem os rebeldes os incriminados, como serão penalizados?
Nota – Parece impossível que a NSA e C.ª, com tanta e sofisticada espionagem, não tenham conseguido tirar conclusões. Espero que não pensem que sou “pró-qualquer coisa” porque só quero entender o mundo em que vivo, pela minha cabeça e valores que defendo (sem discriminações) o que não é fácil…Entretanto, toda esta narrativa sobre o conflito na Síria, resolveu de uma penada o que se passa(va) no (Inverno) Egito, onde os mortos (civis) são mais do que os sírios (civis), o que nos indica que a matemática, nestas questões, (também) não serve para nada…Ao mesmo tempo, parece que existe uma troca de ataques entre o Líbano e Israel, sobre os quais, curiosamente, os media nem se referem a mortos, muito menos a números… Será uma (alegada) guerra virtual?Tantas medidas e só um peso...
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