(per)Seguidores

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A “baixeza” relativa dos salários na União Europeia…

Quase 1 em cada 4 trabalhadores alemães recebe um salário considerado baixo, colocando o mercado laboral ao nível dos mais afectados pela crise económica que atravessa a Europa.
Há entre 6.000.000 a 8.000.000 de trabalhadores alemães a receber 11 euros por hora, no oeste da Alemanha, e 8,11 euros no antigo território da Alemanha Oriental.
Estes números contrastam com a boa imagem do mercado laboral alemão, entre os mais equilibrados da União Europeia, principalmente no que diz respeito ao desemprego jovem, que afecta apenas 8% dessa população activa, o que contrasta com os mais de 30% em Portugal e cerca de 50% na Grécia ou em Espanha.
Dados do Instituto de Macroeconomia e Análise Económica Hans Böckler, destacam a boa situação geral do mercado laboral alemão, mas alerta também para alguns desequilíbrios salariais. Um dos bons indicadores registados pelo estudo refere-se ao número de desempregados, que baixou de quase 5.000.000 em 2005 para menos de 2.000.000, actualmente.
Este aparente êxito, explica o Instituto, deve-se em boa parte aos desequilíbrios salariais, ou seja, à alta percentagem de pessoas empregadas com salários considerados mínimos, o que fará com que, no futuro, muitos dos reformados tenham pensões bastante inferiores à média actual. "Nas últimas décadas tem havido uma evolução, na Alemanha, de desequilíbrios salariais altamente problemática, quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista económico", concluiu o director do instituto, Gustav Horn.
Principais diferenças entre Portugal e a Alemanha no que respeita a salários, apoios sociais e despedimentos.
Dentro do “tudo é relativo”, também os salários considerados baixos, como é no caso da Alemanha, com quem nos gostaríamos de comparar, é relativo e por isso sabe a falso, sobretudo quando se diz que estão ao nível dos países mais afetados pela “crise” económica europeia.
Se, atualmente, há alemães a ganharem entre 11 e 8,11 euros/hora, os mais baixos, mas tendo em conta que o custo médio da hora de trabalho é de 30,1 euros, quando em Portugal é de 12,1 euros, começa-se a perceber que se os deles são baixos, os nossos são baixíssimos, quase 1/3 e menos metade da média da Zona euro. E assim sendo, se 25% recebe “salário mínimo” e em Portugal são 10%, se o deles é 3 vezes maior, por cá serão cerca de 30%. Como se vê, “tudo é relativo”!
Se entrarmos com o salário médio para os 2 países, vamos chegar aos seguintes valores: em Portugal, em 2011, o salário médio mensal, rondava os 1.250 euros brutos, de acordo com a OCDE, enquanto na Alemanha esse ordenado médio, de acordo com as estatísticas oficiais, era de 3.311 euros mensais, sem contar com alguns extras, como os subsídios de férias e de Natal. Como se vê, “tudo é relativo”!
Por exemplo e a propósito da área da Educação, em conflito, por se querer reduzir custos, na Alemanha um professor pode ganhar anualmente 34.000 euros, enquanto em Portugal, o vencimento médio de um professor é cerca de 16.500 euros anuais brutos. Como se vê, “tudo é relativo”!
Pondo de parte o “tudo é relativo”, há muita coisa que é absoluta. Vejamos:
Se os salários em Portugal são dos mais baixos, por que se quer baixá-los mais (principalmente na Função Pública) para “reduzir a despesa”, se na Alemanha os ordenados são muito mais altos e não se prevê que os baixem, antes pelo contrário? Como se vê, “tudo é relativo”!
Se os salários dos professores em Portugal são 48,5% dos salários dos professores alemães, por que se quer baixá-los e reduzir o número de docentes? Como se vê, “tudo é relativo”!
Estranho é que a justificação para as baixas taxas de desemprego na Alemanha sejam os salários baixos, ao contrário do que aqui acontece, que quanto mais se baixam… mais desemprego. Como se vê, “tudo é relativo”!
Curioso é que, em consequência dos salários baixos, os alemães prevejam que, no futuro, muitos dos reformados terão pensões bastante inferiores à média atual, esperando que o futuro “resolva” esse “problema, enquanto em Portugal se quer cortar nos salários das reformas e pensões, sem esperarem pelo futuro… Como se vê, “tudo é relativo”!
Mas o mais relativo é a absoluta relatividade dos argumentos dos nossos governantes e acólitos, uns maduros, outros verdes e outros imberbes…
Como se vê, “tudo é relativo”, absolutamente!

Sem comentários:

Enviar um comentário