(per)Seguidores

segunda-feira, 29 de abril de 2013

O Omega e o Alfa da austeridade e da crise?

Depois de 3 anos de hegemonia no discurso a favor das políticas  de austeridade na Europa, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, está cada vez mais isolada. A 5 meses das eleições parlamentares que definirão se ela permanece ou não à frente da chancelaria em Berlim, cada vez mais líderes políticos se afastam do discurso pró-rigor. Das 5 maiores potências da zona do euro, 4 [5] adotaram posições desenvolvimentistas: França, Itália, Espanha e Holanda [e a República Checa].
Os sinais de que a paciência com a política de austeridade acabou na Europa vieram em massa ao longo da semana passada, quando o bloco viveu uma enxurrada de más notícias. Na Espanha e na Grécia, o desemprego ultrapassou os 27%, o nível mais elevado entre todos os países industrializados do planeta. Na França e em Portugal, o número de trabalhadores fora do mercado também é recorde, contribuindo para um cenário desolador: 19.000.000 de desempregados na zona do euro - ou 12% da população ativa -, um total de 5.600.000 a mais em comparação com 2007. Ao mesmo tempo, o poder aquisitivo das famílias cai abruptamente nos países periféricos, com perdas de 20% na Irlanda e na Grécia.
O dado que provoca mais críticas, entretanto, é o facto de que mesmo com todo o esforço de rigor económico, o défice fiscal ainda é superior a 3% em 9 dos 17 países da zona do euro - e na maioria, as dívidas públicas continuam a subir.
Isto é o presente, envenenado, que se quer prolongar, pelo menos, até se saber se Saüble/Merkel continuarão a mandar (cruz, credo!) onde não tem jurisdição, com o único argumento de que são ricos, bonitos e bons…
No entanto, é tão grande já (só agora), e crescente, o número de personalidades de renome mundial a concluírem o que o mais analfabeto dos cidadãos previu, que estas medidas dariam no que deram, com vantagens evidentes para alguém, que só podemos concordar com o vaticínio que já em 22/06/2012 alguém fazia:
“A Crise europeia começou com um gigantesco resgate da Alemanha pelo BCE”, diz Richard Koo Nomura, economista Taiwanês e norte-americano, residente no Japão, especializado em balanços de recessões. O economista-chefe do Nomura Research Institute, braço de pesquisa da Nomura Securities, em Tóquio, olha de um outro modo para o chamado “problema de competitividade” dos países do sul da Europa nesta muito interessante análise.
Ao invés de um problema inerente a esses países, Koo diz que o que aconteceu é que após o colapso da bolha tecnológica de 2000 (que afetou muito a Alemanha) o BCE utilizou uma política monetária excecionalmente solta para estimular a economia, de modo a que a Alemanha não tivesse de reavivar a sua economia através da política fiscal.
Embora essa política monetária não tenha feito muito internamente pela Alemanha (em recessão), ajudou a resolver as bolhas na periferia, que passou a ter uma maior facilidade de investimento, ajudando ao boom das exportações alemãs e colocando os países periféricos em dívida.

Sem comentários:

Enviar um comentário