O Facebook está a ser invadido pelos falsos “gosto” com muitos utilizadores a queixarem-se que a sua aprovação tem surgido em vários produtos, marcas e causas, sem nunca terem clicado neles.
Algumas das situações mais insólitas tiveram lugar durante a campanha presidencial norte-americana quando vários apoiantes fervorosos de Barack Obama notaram um dia que estavam a apoiar Mitt Romney sem nunca terem gostado da página do candidato republicano, conforme reporta o Financial Times.
A escala do problema ainda não é exacta mas vários peritos acreditam que esta vaga de falsos “gosto” deve-se à aposta da publicidade como fonte de receitas pelo Facebook, em particular no mercado móvel.
A rede social de Mark Zuckerberg disse que não tem provas da existência de qualquer vírus ou ataques de crackers que tenham propagado os falsos “gosto”. No entanto, apurou que alguns destes acontecerem acidentalmente quando os utilizadores que acederam pelo smartphone clicaram acidentalmente num “gosto” de uma publicidade.
Contundo, os utilizadores podem estar a ser induzidos para clicar em “gosto” pela rede social, quer seja através de linguagem enganadora ou um design confuso, segundo Shuman Ghosemajumder um antigo responsável do Google. “Pode levar o utilizador a clicar em coisas quando pensaram que estavam somente a ver alguma coisa”, afirmou. “Houve muitos casos de marcas que foram muito agressivas sobre querer aumentar o número de “gosto” nas suas páginas”.
A entrada do Facebook em bolsa, e a consequente queda do valor das acções, tem causado grande pressão sob a liderança da rede social para apresentar resultados.
Os utilizadores tem estado a ser usados pelas marcas para fazer publicidade pelos seus produtos, como num caso de uma utilizadora que não sabia que gostava das pilhas Duracell, até um anúncio ter surgido no newsfeed de dois amigos a dizer que gostava das pilhas desta marca.
Jack Taylor, um web designer, contou ao Financial Times que descobriu na sua conta um “gosto” à cidade de Salzburgo na Áustria. Taylor disse que nunca visitou a cidade, não tem interesse em visitá-la e nunca clicou naquele “gosto”.
Mais tarde começou a notar que vários amigos seus gostavam de várias marcas como a Walmart, Shell e a Gap. Alertado por Taylor, um amigo seu disse que tinha colocado um “gosto” na Gap há 1 ou 2 anos atrás, mas não pretendia que o seu nome fosse usado o mês passado para anunciar promoções de 30%. “Acho que é uma forma muito má de brincar com os seus clientes”, disse Taylor.
Não sei se acontece com mais alguém, mas presumo que sim, pois comigo tem acontecido alguns pedidos de amizade, que desconfio que não sejam do próprio, até porque já encontrei algumas aceitações de pedidos de amizade, a quem eu não pedi e o último até foi a uma criança de 14 anos, que “desamiguei” de imediato (cá por coisas) o que me deixou meio baralhado e muito desconfiado das explicações que a notícia pormenoriza.
Eu sei, e todos sabemos, que estamos no Facebook porque queremos, mas para além dos “riscos” que corremos, de apropriação ou falsificação de identidade, ninguém está à espera que seja a própria rede social a manipular-nos até nos poder comprometer…
Se não ganhamos nada com este entretenimento, ao menos que não percamos, ou perdem o “gosto” e desfazemo-nos dos “amigos”…
“Amigos”, “amigos”, Facebook à parte!
“Não gosto”, mesmo nada!
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