"As novas gerações deviam deixar de pagar para a Segurança Social. Isto é uma aldrabice", afirmou o antigo governante Mira Amaral, para quem "o sistema de pensões é do Estado segurador e não do Estado Social. O Estado é que obrigou os trabalhadores a pagar para a proteção na velhice, mas depois baixa-lhes as pensões".
Por isso, apelidou o sistema de contribuição para a Segurança Social de "esquema Ponzhi", dizendo que é idêntico às manobras usadas pela Dona Branca e pelo investidor norte-americano Madoff, que prometiam um determinado retorno e depois falhavam aos investidores. "A Dona Branca e o Madoff foram dentro. Na Europa, ninguém foi dentro", ilustrou, acrescentando que não percebe "como é que o Governo faz isto aos pensionistas, mas é incapaz de mexer nas rendas excessivas da EDP".
Por isso, o presidente do Banco BIC defendeu que "o Estado não tem capacidade moral de cortar nos pensionistas", acrescentando que "este nível de impostos sobre os portugueses é incomportável". Para ilustrar, deu um exemplo da instituição bancária de capitais angolanos que dirige em Portugal: "Já tenho funcionários no Banco BIC Português a pedirem se podem ir para o BIC Angola. Isto era impensável há apenas um ano".
Para ser franco tenho que começar por dizer que Mira Amaral não é meu ideólogo, nem pouco mais ou menos, mas ultimamente tenho estado de acordo com várias outras individualidades que pensavam diferente de mim, mas são, psicologicamente, as circunstâncias. E não fui eu que mudei de ideias…
Claro que tenho que dizer que sou aposentado (antes Funcionário Público) e por isso sou parte interessada na “filosofia” subjacente na notícia, o que pode transformar-me em interesseiro.
Claro que as tais individualidades que ultimamente alteraram o discurso sobre os “pagadores da dívida” só publicitaram o seu desacordo com as medidas de austeridade (confiscos), quando lhes foram ao bolso, ou porque estão no Privado e agora vão pagar metade do que já pagavam e vão continuar a pagar os Funcionários Públicos, ou estão Aposentados e vão continuar a pagar ainda mais do que no ano passado o que também os pode transformar em interesseiros.
Claro que o interesse não tinha razão à razão, até porque o interesse também está do lado do governo e (ironicamente) da Banca.
Dito isto, é mais do que claro, que se o Estado não vai pagar pensões no futuro, sacar os respetivos descontos a quem trabalha, nem é uma questão de moralidade, é mesmo uma aldrabice. E já é aldrabice obrigar quem trabalha a fazer descontos durante 40 anos, aumentar a idade de reforma para os 67 anos (lá chegaremos) para depois pagar pensões apenas durante 6 ou 7 anos, que restam de vida…
Claro que se o Estado não é “gente de bem” e não cumpre o contratado, não podemos cair na tentação de pensar que as instituições que beneficiariam da guarda dos “PPR” são “gente de bem”, ainda por cima sujeitas à falência. Mas isto é outro assunto e muito complicado…
Claro que ouvir um homem da Banca, ex-governante de um governo do PSD, falar do esquema Ponzhi, de Da. Branca, de Madoff, de “os meter dentro” e das rendas excessivas da EDP (que o governo não corta), somos obrigados a dar as boas vindas a mais um “a favor do contra”, mesmo que não seja por convicção, mas por interesse, embora todos estejamos interessados em defender a justiça e condenar as aldrabices…
Por isso, bem-vindo ao “clube”!
Aponte, mire e fale!
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