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quinta-feira, 12 de julho de 2012

N.º de desempregados não avalia o Estado da Nação?

O líder do PS arrancou o debate sobre o Estado da Nação a enumerar a crise, um ano depois do início do programa de resgate da troika.
“O senhor primeiro-ministro diz que estamos no bom caminho:
800.000 desempregados;
116.000 jovens no desemprego;
Mais 70.000 portugueses que emigraram;
3.490 empresas falidas;
6.228 famílias insolventes só no 1º trimestre;
2.300 famílias entregaram casas nos primeiros 6 meses;
Milhares de novos pedidos de rendimento social de inserção;
Menos consultas médicas;
Menos receitas e despesa social;
Milhares empresas sem financiamento, mas para o senhor primeiro-ministro estamos no bom caminho.
Chega senhor primeiro-ministro?”, disse António José Seguro.
“No bom caminho estão alguns dos seus companheiros do seu partido que depois das privatizações vão para a EDP e para a REN”, respondeu Seguro.
“Tanta dor para quê, senhor primeiro-ministro? Quando até o défice deste ano está em perigo? Nem sequer o objectivo do défice o senhor consegue alcançar. Para que valem os sacrifícios que cada português está a fazer?”.
Já Passos Coelho, na resposta, preferiu o ataque: “O senhor está convencido de que ao descrever, de forma estática, as situações, qualifica o nosso país, mas não qualifica”.
O importante, diz o governante, é a “avaliação comparativa do ponto em que partimos e aquilo que temos hoje. O importante é ver onde estaríamos hoje se tivéssemos escolhido as alternativas que os outros partidos propõem”. “Fazer a descrição do desemprego não é fazer a avaliação do Estado da Nação”, disse Passos.
“Entre 2008 e 2010, o país perdeu mais emprego do que exactamente neste período”, continuou Passos Coelho, rematando: “Quando fazemos comparações devemos comparar o que é comparável”.
O debate sobre o Estado da Nação, não se resumiu a isto, mas isto define bem o nível e a seriedade do mesmo, no que respeita à manipulação e omissão dos números com que se procura retratar a realidade.
Por exemplo, a lista que Seguro apresenta dos males que assolam o quotidiano dos cidadãos e que é o verdadeiro Estado da Nação, no mínimo, é muito diminuta, sem sequer retificarmos os números, muito menos incidirem sobre todos os setores/ministérios. Fica apenas a pergunta: “Tantos sacrifícios para quê?”, mas devia, ele próprio, ter dado uma explicação política-ideológica, que nos permitisse compreender as metas que esta coligação pretende atingir com as medidas aplicadas e as metas que o PS contrapõe, para destrinçarmos as mais valias da alternativa.
Quanto a Passos Coelho, que já deixa transparecer incapacidade de melhorar o Estado da Nação, limitou-se a reivindicar métodos avaliativos do seu trabalho, quando só a realidade é o ponto de partida e de chegada para o classificar.
E ao dizer que a calamidade do desemprego dos cidadãos desta Nação não é fazer a avaliação do Estado deixou a nu o restrito conceito de Nação e o reduzido rol das obrigações do Estado, pondo a nu o seu baixo nível de maturidade e de estadista.
Mas mais, ao comparar os números de desemprego, negando os recordes (negativos) conseguidos pelo seu governo (durante um único ano), que não foram desmentidos pela oposição, deixo aqui dois gráficos (de que tanto gostam os “analistas” da realidade), para que se veja a manipulação:
Daqui - Fonte BdP
Daqui – Fonte DESMITOS
Acrescento apenas que o gráfico acima foi divulgado no blogue DESMITOS, do atual Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, que em fevereiro de 2011 e a propósito dizia:
“É visível que a taxa de desemprego actual é a mais alta desde, pelo menos, 1930. Ou seja, temos hoje a taxa de desemprego mais elevada dos últimos 80 anos. É igualmente visível que a subida do desemprego precede em vários anos a crise internacional. A verdade é que a taxa de desemprego tem vindo a subir desde o ano 2000. Isto apesar da nova vaga de emigração que tem caracterizado os últimos anos. Se não fosse a emigração, o desemprego seria certamente bem mais dramático.”
Ou seja, temos hoje a taxa de desemprego mais elevada dos últimos 81 anos, o que é dramático, pelas consequências no empobrecimento da Nação, mas sobretudo no empobrecimento de alguns dos cidadãos, que são o ESTADO…
Bem podem ligar a ventoinha e refrescarem-se com a porcaria…

2 comentários:

  1. Apenas figuras de retórica?!
    Onde esteve o voto contra esta política quando o PS o pôde mostrar?!

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    1. Pois! O PS devia avisar já que estará contra que resulte na deterioração social!

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