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domingo, 1 de abril de 2012

O chato, mesmo, é pensarem que somos todos lorpas!

O Estado fechou 2011 com uma dívida superior a 184 mil milhões de euros, mais 23,1 mil milhões de euros que o valor registado no final de 2010 e bem acima das previsões do governo na versão inicial do Orçamento do Estado para este ano. Assim, e nos 12 meses do ano passado, o país endividou-se a um ritmo mensal de quase 2 mil milhões de euros, ou 65 milhões/dia. Na versão retificada do OE2012, apresentada esta semana, o executivo não avançou com qualquer estimativa para o valor desta rubrica no final de 2011 ou para o corrente exercício.
Na primeira notificação do ano do procedimento dos défices excessivos enviado pelo INE para Bruxelas, as contas públicas chegaram no final do ano passado com uma dívida equivalente a 107,8% do produto interno bruto (PIB), ou seja, mais 14,4% sobre o PIB que em Dezembro de 2010 (93,3%). De 2009 para 2010, o endividamento público cresceu 17 mil milhões de euros e de 2010 para 2011, aumentou perto de 21,2 mil milhões de euros.
O novo valor da dívida pública supera, e muito, as previsões de Outubro do governo, bem como as mais recentes provisoriamente oficializadas pelo INE. No último relatório do FMI, o fundo previa que Portugal fechasse as contas do ano passado com uma dívida de 107,2% do PIB, valor idêntico ao referido no último Boletim Estatístico do Banco de Portugal, de Fevereiro.
No reporte a Bruxelas, o INE avança também que o Estado deverá fechar este ano com uma dívida equivalente a 112% do produto, valor que, contudo, deverá acabar revisto em alta. As previsões do FMI apontam, aliás, para 116,3%.
Défice de 4,2% em 2011
Além da oficialização do valor da dívida pública, o INE reportou ao Eurostat um défice de 4,2% na execução orçamental do ano passado, valor equivalente a uma perda de quase 7,3 mil milhões de euros nas contas públicas.
Os 4,2% de défice ficam assim abaixo da meta acordada com a troika para 2011 e das previsões do governo de um défice “a rondar os 4%”. A obtenção de um défice tão baixo foi garantida à conta da maquilhagem das contas, já que sem os fundos de pensões da banca Portugal teria violado – e com um valor alto – as metas impostas pela troika. Segundo o INE, “é de referir que este resultado [défice de 4,2%] reflete a transferência de fundos de pensões de instituições financeiras para as administrações públicas de 5.993 milhões de euros”, o equivalente a 3,5% do PIB. Sem esta operação, o Estado teria chegado ao final do ano passado com um défice de pelo menos 7,7% do PIB.
Mais 34% em juros
O aumento da dívida pública está também a provocar aumentos recorde na despesa do Estado com juros. O ano passado o governo gastou 6,6 mil milhões de euros com os encargos da dívida, mais 34% que os 4,9 mil milhões de euros despendidos em 2010. Para o corrente ano, segundo as previsões do INE, Portugal deverá gastar 8,3 mil milhões de euros só em juros, valor que compara com os 7,3 mil milhões de euros avançados pelo governo no orçamento retificativo para este ano.
Constata-se que entre 2008 e 2011 o Estado pagou mais de 21,5 mil milhões de euros em juros, valor que cobriria os défices de 2011 e de 2010, que juntos não passaram de 24 mil milhões.
Se há coisa que, pessoalmente, me chateia, é fazerem de mim lorpa, o que me leva a pensar que haverá muita gente com o mesmo “defeito”.
Farto de ouvir os nossos governantes, os anteriores e estes, a dizer que “a coisa vai” e que para o ano “a coisa vai de vento em popa” e deparamos com esta contabilidade, só dá para lhes responder à moda do norte, mas evito…
O ano de 2011 foi administrado por 2 governos, meio ano cada um, e ninguém tem dúvidas de que o do 1º semestre era péssimo e nem vale a pena lembrar que nos levou a um passo do abismo, mas, objetivamente, temos que constatar que o do 2º semestre deu um passo em frente.
Que a dívida ia aumentar, não tanto pelo empréstimo pedido e “concedido”, mas pelas medidas de austeridade impostas, mais os confiscos, mais a eliminação da estrutura empresarial, mais o desemprego galopante, apesar dos aumentos dos impostos que redundariam numa redução da receita, só podia dar nisto: AUMENTO da DÍVIDA, RECESSÃO e AUMENTO DA DÍVIDA com os JUROS.
Todos os economistas tinham que saber isto, caso contrário não seriam economistas. Todos os membros do governo tinham que saber isto, caso contrário não teriam lugar num governo. Se todos eles sabiam e fizeram o que fizeram, foi propositado e se todos continuam a dizer o que dizem, apesar das evidências, é com um propósito…
É tempo de nos perguntarmos aonde nos querem levar, se nunca mais saímos do purgatório e eles nos prometem o céu, já para amanhã.
Naturalmente que um governo, assente em partidos com ideologias e teorias económicas, políticas e sociais, tem objetivos económicos, políticos e sociais, que por muito que os escondam, deixam sempre o rabo de fora…
Na prática, o que me parece é que o Estado (representado neste governo) está a seguir as práticas dos cidadãos no tempo das “vacas gordas” e endividando-se para passar férias nos “paraísos turísticos” (propriedade de alguns promotores da dívida), pedindo mais do que o que arrecada, aumentando sempre a dívida até à insolvência…
Não será já tempo deste governo pedir um parecer e a ajuda da DECO?
Mas, apesar de todos os truques com que nos brindam, talvez os tais objetivos (ocultos) estejam claramente nesta opinião:

2 comentários:

  1. Batemos mais uma vez o record do mundo do salto em comprimento!!

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    1. Pelos vistos foi o da profundidade, mas disseram-nos que era da altura...

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