Quanto às políticas ativas de emprego considerou que “têm um impacto limitado”. “O que pode contribuir para reduzir o desemprego são medidas de dinamização da economia e pensamos que estas estão muito atrasadas”.
O presidente da CIP, António Saraiva, afirmou que “o Governo tarda a por em prática” as medidas destinadas a promover o crescimento económico e o emprego, incluídas no acordo assinado a 18 de Janeiro. “Estes números mostram que as medidas ainda não começaram a gerar efeitos”, disse, acrescentando que “a situação é de emergência” e defendeu, por isso, que “é urgente o apoio real às pequenas e médias empresas”, sob pena de estas continuarem a encerrar.
O secretário-geral da UGT, João Proença, disse: "É uma situação dramática que exige políticas ativas de emprego", considerando que "o aumento do desemprego já era esperado" e assinalou que o Governo está a tardar na aplicação das medidas acordadas no âmbito do 'Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego', assinado a 18 de Janeiro.
A Comissão Europeia está preocupada com os elevados números do desemprego em Portugal e considera que há um duplo desafio neste momento, que passa pela consolidação das contas públicas, mas também pela realização de reformas estruturais em Portugal.
O governo não comenta por Miguel Relvas se encontrar em parte incerta
O Eurostat divulgou números desanimadores sobre a situação dos trabalhadores no continente, especialmente dos países pertencentes à zona do euro. Em fevereiro, a taxa de desemprego na zona do euro é a maior em 15 anos. Mais desanimador para os trabalhadores europeus é o facto de que, mesmo diante dos novos números, os dirigentes da União Europeia insistem que está correta a sua fórmula de combate à crise, aplicação de medidas de austeridade.
Nos 17 países que usam o euro há 17.134.000 de pessoas desempregadas.
Nos 27 países da UE são 24.550.000 de desempregados.
Estes números, devem crescer mais até ao fim do ano, como conta a agência Reuters.
“Esperamos que fique ainda mais alto e chegue a 11% até o fim do ano”, disse Raphael Brun-Aguerre, economista do JP Morgan em Londres. “Há cortes de empregos no setor público, o rendimento em queda, o consumo fraco. A perspetiva de crescimento económico parece negativa e vai piorar o desemprego”.
O presidente da CCP não ficou admirado, o presidente da CIP muito menos e ambos querem, logicamente, as medidas preventivas para o flagelo silenciado, que passa pelo apoio às empresas que representam, justamente porque as representam e as defendem.
Para o primeiro, as “políticas ativas” estão atrasadas. Para o segundo é urgente implementá-las.
Como os dois assinaram o acordo de Concertação Social, lá terão a sua cota de responsabilidade, quando muito por terem acreditado no governo, que agora desacredita…
O secretário-geral da UGT, que representa os trabalhadores e os devia defender, também diz que esta situação já era esperada e também atira as culpas para o governo, em que acreditou (ele é novo nestas andanças), razão (depreende-se) por que assinou e festejou o mesmo acordo de Concertação Social que os patrões assinaram, o que corresponsabiliza pela tragédia, que tende a aumentar.
Não deixa de se suicidário que se Proença sabia que o acordo dava nisto, reduzindo o número de trabalhadores, estava a reduzir também o número de filiados na UGT, o que em última instância acaba com “União” e com os corpos dirigentes, atirando-o para o desemprego. Não teria havido confusão do cargo que exercia no ato, confundindo-o com o de dirigente do PS, que assinou o memorando, mas que a UGT não subscreveu?
Aqui há gato, ou este sindicalismo já está “adaptado” ao pragmatismo da “modernidade, que só os dirigentes entendem…
A CE, apesar de DIZER que está preocupada com a borrada que nos impingiram e deram no que deram (e que também já sabiam, porque são mais espertos que os nossos confederados e unionistas), insiste na continuação do tratamento, quando insiste na “consolidação das contas públicas” e nas “reformas estruturais”, que é a tradução livre do conceito de mais austeridade…
A continuar a recessão, com o fecho das empresas e com o aumento galopante do desemprego, “não deixando ninguém para trás” subsidiando os atingidos e levando ao limite estes resultados, fruto e responsabilidade da troika, quando não houver empresas e por via disso não precisarem de trabalhadores, vamos viver de quê? E vamos pagar a dívida como?
Entretanto, embora a ritmo mais lento, o desemprego alastra-se pela União Europeia (27 países), com já 24.550.000 de desempregados, enquanto na Eurozona (17 países) são 17.134.000, o que nos obriga a constatar, MAIS UMA VEZ, que onde o euro é a moeda oficial está tudo pior e que se há causalidades, seguramente que alguma passa por aí…
Se esta última notícia fosse de um media português, reproduziria apenas os números do Eurostat (por extenso, que não se veem tão bem) e quem quisesse que entendesse. Mas como a notícia é de um jornal brasileiro (vê o jogo de fora e não o afeta), o jornalista, com naturalidade, acrescenta uma evidência quando escreve: “Mais desanimador para os trabalhadores europeus é o facto de que, mesmo diante dos novos números, os dirigentes da União Europeia insistem que está correta a sua fórmula de combate à crise, aplicação de medidas de austeridade” e acrescenta outra evidência, que denuncia que afinal todos sabem que esta causa (premeditada) tem apenas este efeito (pré-conhecido), ao registar a dedução de um “especialista”, que explica o óbvio: com cortes de empregos no setor público, com o rendimento em queda, com o consumo interno sempre a baixar, (mais despesas a crescerem e menos receitas dos impostos, acrescento eu) a recessão é o futuro imediato (estão aí os números e as previsões) e o desemprego só pode aumentar (estão aí os números e as previsões)... Se não é sábio, pelo menos é honesto!
Se acrescentarmos, na UE e em Portugal, os cidadãos que não constam das listas das instituições de desemprego, mais os respetivos cidadãos que se viram forçados a emigrar, em termos de desemprego a coisa está muito mais preta do que a escuridão do túnel, que não tem saída, a não ser que se faça marcha a trás, mas a tempo…
Sem comentários:
Enviar um comentário