A partir de segunda-feira a Madeira vai deixar de receber medicamentos a crédito. É uma decisão anunciada pela Associação Nacional de Farmácias e que já tinha sido prometida, caso a situação não tivesse resultados positivos.
Jardim reconheceu que a região não tem condições de pagar a dívida. Agora, a ANF cumpriu a ameaça.
A ANF garante que vai suspender a partir de amanhã o crédito ao Governo da Região Autónoma da Madeira, alegando que o mesmo “não tem cumprido o plano de pagamentos para recuperar a dívida ao longo dos próximos 8 anos”.
Os proprietários das farmácias da Madeira vão reunir-se hoje com representantes da ANF.
A partir de segunda-feira os beneficiários terão de solicitar diretamente ao governo regional da Madeira "a comparticipação no preço dos medicamentos, que, até agora, era logo descontada pelas farmácias no ato de compra".
"As farmácias aguardaram até ao limite das suas possibilidades", justificou a ANF.
O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos reconhece "legitimidade" às farmácias para suspenderem a venda a crédito de medicamentos na Madeira, mas ao mesmo tempo, sublinhou não ter "qualquer dúvida que nenhum farmacêutico madeirense deixará de fornecer medicamentos aos cidadãos que deles precisem e não tenham condições económicas para os pagar a 100%".
Há 36 anos, que João Cordeiro preside à Associação Nacional de Farmácias e durante todo este tempo a memória traz-me ao de cima conflitos com todos os governos, sempre numa posição aguerrida, prepotente e ameaçadora, exatamente pelos mesmos motivos que agora se colocam relativamente à Madeira, a dívida do Estado às farmácias.
Bem sabemos que quem preside a uma associação corporativa tem que defender os seus associados, mas como todos nós, que somos Estado, temos que ter a tal consciência social do nosso exercício profissional. Mas uma coisa é defender os interesses legítimos, outra é por-se em bicos de pé e “chantagear” o poder quando somos credores.
Curiosamente, estamos num tempo em que todos os credores querem ver as suas dívidas cobradas, de qualquer maneira, quando estas situações se mantem há anos e sempre em crescendo. São os Mercados, são os Estados, é a Banca, são as Empresas, são as corporações, são os indivíduos, todos exigem de repente o que, permissivamente, foram alimentando.
No caso da ANF e do seu ex Presidente, não me esqueço do discurso da 1ª posse de Sócrates, em que, fora do contexto, fez quase uma afronta a João Cordeiro, como sinal de que o seu poderio e comportamento teriam que mudar. E continuaram as guerras, até que se chegou a tal ponto, já com este governo em que a direção da ANF anunciou a sua demissão, em protesto por ter sido "marginalizada" da discussão sobre a medida do Governo da redução dos preços dos medicamentos, o que o subalternizou, reduzindo-o ao tamanho do seu estatuto.
Ao tomarmos conhecimento desta medida da ANF sobre a Madeira, pensamos logo que era uma vingançazinha de quem é forte com os fracos (Jardim na mó de baixo), por ter sido enfraquecido pelos fortes (Passos Coelho/Vítor Gaspar/Paulo Macedo) …
Então não é fácil de ver, que não é o João Jardim que sofre com a medida, mas sim os madeirenses, que não tem outra culpa que não seja a de terem reeleito o presidente Regional? Pelo que vimos e ouvimos na TV, até os farmacêuticos da Madeira estão constrangidos com a medida pelas implicações na saúde dos utentes, fregueses e familiares, coisa em que a ANF se marimbou.
Mas se a ANF pensa defender os seus interesses com prejuízo das populações e o problema está na falta de dinheiro na tesouraria regional, mesmo que por asneiras feitas pelo seu presidente, o governo da República assiste impávido e sereno a tal disparate social e de saúde pública? Das duas uma, ou o governo central empresta dinheiro ao regional, ou paga a dívida (um buraquinho no grande buraco), ou põe a ANF na ordem, se houver saída.
Não fazer nada é que não é nada!
Tudo o que pensamos de João Jardim não podemos refletir no povo madeirense, que já lhes basta aguentarem com o chefe, quanto mais sofrer por atos de gente que se diz responsável…
Não brinquem às guerrinhas, que já não tem idade para isso e quando os prejudicados, com a idade que tem já não tem tempo para saber quem as ganhou…
Há URGÊNCIA na SOLIDARIEDADE!!!
Atualizado às 9H25 - Responsáveis das farmácias da Madeira decidiram hoje
manter a suspensão da venda a crédito de medicamentos a partir das 00:00
desta segunda-feira decidida pela respetiva associação nacional, que
acredita que esta situação é "transitória".
Foto
... mas o foguetório da Passagem de Ano foi lindo!
ResponderEliminarFélix da Costa
ResponderEliminarMas o foguetório é um elemento da festa. Já viste convidarmos alguém para jantar e não servir o vinho? Só se fossem do AA...