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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

De Julho para cá não há estatísticas. Falta de verbas?

A lista de doentes à espera de cirurgia aumentou em alguns milhares, no último ano.
Entre Dezembro de 2010 para Junho de 2011, houve mais 13.000 pessoas que esperaram por uma operação.
O relatório do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), relativo ao primeiro semestre de 2011, aponta para uma inversão da tendência registada ao longo dos últimos anos de redução da lista de espera para cirurgia, em que o número de doentes passou de 161.000 para 174.000, embora a média do tempo de espera ainda se mantenha nos 3 meses, conforme explicou o coordenador do SIGIC, que admite o tempo médio de espera possa vir a aumentar, face à diminuição, nos últimos meses, da actividade cirúrgica nos hospitais públicos.
De acordo com os dados Administração Central dos Sistemas de Saúde, entre Novembro e Setembro de 2011 houve menos 42.000 operações em comparação com igual período de 2010.
Já deixa de ser coincidência e muito menos inocência, que os relatórios analíticos ao desempenho governamental terminem em Junho do ano passado, quase sempre depreciativos e nada se diga sobre o desempenho do novo governo de lá para cá, que tem piorado exponencialmente. Não quero por em causa a honestidade dos analistas, mas aumenta a desconfiança e a credibilidade dos resultados e de quem os faz.
Repare-se nos dados que esta notícia (e a de outros jornais) veicula, em que durante o primeiro semestre de 2011, houve mais 13.000 pessoas que esperaram por uma operação (embora a média do tempo de espera ainda se mantenha nos 3 meses), quando a seguir se diz, que só entre Novembro e Setembro de 2011 (3 meses) houve menos 42.000 operações. E de Julho a Setembro? Percebe-se, sem fazer contas, que a coisa piorou e de que maneira!
Há muita areia atirada aos olhos dos leitores…
Pensem, façam contas! Não se calem! Não se colem!
Os cortes que estão a ser efectuados no sector da Saúde fazem com que tenha havido uma redução de 40.000 cirurgias nos hospitais públicos em 3 meses e que os tempos de espera tenham aumentado 20 dias, denúncia foi feita pelo secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) no Parlamento. Houve uma “diminuição significativa” da produção hospitalar, com destaque para uma diminuição de 20% da actividade cirúrgica e a tendência será para “agravar” nos próximos tempos.
E voltando aos 3 meses (faltam mais 3 para se poder comparar) de atuação deste governo, confirma-se, que houve menos 40.000 cirurgias e acrescenta-se que o tempo de espera aumentou 20 dias, com uma diminuição de 20% da actividade cirúrgica e com tendência para piorar nos próximos tempos, devido aos cortes no setor da Saúde.
Mesmo sem dados oficiais, adivinha-se que neste setor está tudo a piorar, conforme previsto e planeado!
Os médicos acusam o Ministério da Saúde de os obrigar a trabalhar após fazerem 24 horas no serviço de Urgência. O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, responsabiliza o Governo por eventuais problemas que venham a ocorrer com os doentes, porque o grau de risco aumenta com a sobrecarga horária. O Ministério da Saúde recusa prestar declarações, porque vai "respeitar o acordado com os sindicatos" e há negociações em curso.
Carlos Arroz, secretário-geral do SIM, afirmou ontem no Parlamento, que uma adenda no Orçamento do Estado retira o descanso compensatório após as 24 horas de trabalho na urgência. "Para segurança dos doentes, os médicos devem ser obrigados a descansar, mas o Governo obriga-os a trabalhar mais horas para compensarem esse descanso", afirmou.
A redução em 100% do valor pago pelas horas extras leva os médicos a não fazer trabalho extraordinário nas Urgências a partir de finais de Fevereiro, o que irá levar ao "fecho de serviços".
Pelos vistos, o governo obriga os médicos a trabalharem após fazerem 24 horas no serviço de Urgência, sem o descanso necessariamente obrigatório, o que diminui a eficiência dos médicos e aumenta o risco para os utentes. A tal gestão rigorosa e a eficácia das medidas que sustentarão um SNS de qualidade como se promete…
A acrescentar a estas medidas estapafúrdias, há que acrescentar a redução em 100% dos honorários das horas extras, por limites contabilísticos, para sabermos, desde já, que a QUALIDADE dos serviços de Saúde terá a bitola das medidas sociais (des)implementadas e que levarão, ao fechar das portas, conforme previsto e planeado…
Haja saúde, se Deus a der, porque o Estado não nos retribui em serviços, o que pagamos em impostos, muito menos depois dos 70 anos…

2 comentários:

  1. É só esperar mais um pouquinho que, qualquer dia, começam a baixar...
    Vejam-se as palavras "sábias" da Manuela Ferreira Leite...

    http://www.youtube.com/watch?v=iBSvvi9GJIU

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  2. Félix da Costa
    Por esse caminho, aprove-se a eutanásia...

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