O responsável pelo Museu da Dívida Externa da Argentina disse estar disponível para partilhar com Portugal a experiência. Mas há quem não concorde.
"Penso que, em Portugal, também seria benéfico que a população soubesse todas as implicações do endividamento, das políticas fiscais, das políticas dos organismos multilaterais de crédito", como o FMI, disse o subdiretor do museu, que funciona na Faculdade de Ciências Económicas da Universidade de Buenos Aires.
O Museu da Dívida Externa da Argentina nasceu em 2005 e ilustra de forma didática, com documentários, peças de arte e material gráfico a história do endividamento público argentino, para que a história não se repita.
A ideia transposta para Portugal não tem muitos seguidores.
O economista Luís Mira Amaral salientou, "Rejeito completamente essa ideia, até porque não temos a tradição de incumprimento da Argentina. As situações não são comparáveis nem é desejável que venham a ser comparáveis".
Maria Filomena Mónica considera a criação de um museu da dívida externa em Portugal "uma ideia disparatada", defendendo que o papel pedagógico sobre a situação pertence a uma "oposição decente" que, se vigiasse as contas, evitaria a intervenção externa.
O museu argentino da Dívida Externa, que conta a história do endividamento do país desde o primeiro empréstimo, em 1824, guarda uma sala especial para o FMI, mas o museu não tem especial apreço pela instituição.
A Argentina entrou no FMI em 1956, e, para marcar os 50 anos, o museu inaugurou uma sala especial, que se dedica, através de vídeos, mapas interativos, capas de jornais e obras de arte, entre outras exposições, a demonstrar como o país perdeu soberania económica com a entrada do fundo.
“A partir dos anos de 1970, quando mudou o modelo económico no nosso país, a influência do FMI e das organizações internacionais de crédito começa a ser bastante forte. Tivemos, muitas vezes, de nos submeter às políticas de ajustamento e de redução de défice que essas organizações consideravam que nos iam ajudar a sair da situação económica em que estávamos”, disse o subdiretor do museu.
E não é costume construir um Memorial, principalmente das coisas más que acontecem, por responsabilidade de terceiros, para que ninguém se esqueça e nunca mais aconteça?
Claro que quem sente alguma coisinha lá dentro da alma, que o possa ligar ao desastre, rejeita a ideia e foge dela como o diabo da cruz (credo!).
Também não deixa de ter razão quem responsabiliza as oposições, de terem comido, deixado comer e ter fechado os olhos, mas também não é razão para deitar a ideia ao lixo…
Que a ideia tem pernas para andar, tem, e até lhe podíamos chamar de “Grandessíssimo Zero”, só pela mania das grandezas, mas sobretudo pelas grandes fraquezas…
Já há a ideia, falta o desenho…
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