O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho explicou que o défice deste ano "não estará em causa devido a transferência dos fundos de pensões da banca", sublinhando "algo de muito positivo relacionado com essa transferência: existe uma verba de cerca de dois mil milhões de euros" para "pagamentos à economia".
Mais tarde, explicou que os 2.000.000.000 de euros do fundo de pensões da banca que o Governo vai injetar na economia são para pagar dívidas, melhorando a situação das empresas e a liquidez dos bancos, esclarecendo que o pagamento de dívidas do Estado às empresas permitirá que estas paguem aos bancos e que "essa liquidez bancária" fique "disponível para poder ser recirculada".
A referência do primeiro-ministro a um "excedente de dois mil milhões de euros" prova que "neste Natal, os portugueses só vão ter meio subsídio por opção exclusivamente política do Governo, sem necessidade do ponto de vista financeiro, e com consequências gravosas" para a economia, disse o deputado socialista Miguel Laranjeiro.
No meio de tantos problemas de tesouraria (falta de dinheiro), tão insistentemente martelada pelos nossos governantes e com eco sincronizado nos media, como que por milagre, aparecem 2.000.000.000 de euros do fundo de pensões da banca, de que ELES já tinham conhecimento. Ótimo! Por um lado os pensionistas da banca podem continuar a receber os 14 “salários” para o ano e para sempre (mesmo que integrados no sistema normal) e ainda sobram uns trocos… Que alívio!
Mas… só estes trocos não chegam para nada! Vai daí… E se sacássemos metade do subsídio de Natal ao povinho, pagávamos algumas dívidas a algumas empresas (hospitais, PAGANDO A DÍVIDA DO SNS) e outras aos bancos, aquelas pagavam também as suas dívidas à banca, que por sua vez emprestaria esse dinheiro a outras empresas, fazendo-o recircular e pronto! Mais riqueza, menos desemprego, mais impostos… Brilhante!
Mas para quem sabe pouco desta “engenharia técnica” financeira fica a pensar se não haveria circuitos alternativos para fazer recircular a moeda, concretamente através da manutenção do direito ao 14º “salário”, esse sim, que ou circularia no consumo interno (que querem que seja cada vez menor) dos gastos de Natal, aumentando a produção de bens, insuflando as empresas e mantendo o emprego, ou se sobrasse, iria para a banca como poupança.
Para mais, sabendo-se já, porque o disseram, que os bancos não vão colaborar para o relançamento da economia, ou o tiro saiu ao lado, ou fizeram de propósito para atingir outros objetivos, que dentro das promessas de transparência, ficam muito opacos…
Afinal havia almofada e das boas e a sua negação deve ser contabilizada como mais uma mentira de PPC.
Quando Marques Mendes dizia há dias, que a “tralha” socrática ainda atrapalhava a segurança do nosso futuro, devia estar a incluir também o seu presidente partidário… E adivinhou!
Cartoon do HenriCartoon
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