A população oficial chinesa que vive abaixo da linha da pobreza vai passar de 26,8 milhões para 100 milhões de pessoas, depois de o governo chinês anunciar que vai adoptar os padrões de linha da pobreza nacional, os mesmos usados pela ONU - indivíduos que vivem com menos de 1 dólar por dia.
Até ao momento, Pequim considerava pobre e, portanto, candidato a receber ajuda do Governo, aquele com receitas inferiores a 0,53 dólares, mas a partir de agora entrarão nesta classificação os que vivem com menos de 0,98 dólares.
Embora a China seja a segunda economia mundial em termos de produção total (PIB), a renda per capita chinesa ainda é muito baixa devido aos números da sua população, o que a situa por volta do 100º posto no ranking de nações do planeta.
O governo chinês divulgou o Programa para Alívio da Pobreza Rural da China (2011-2020), definindo um aumento de investimentos voltados para bolsas de pobreza no país.
O programa dá prioridade a áreas extremamente pobres do Oeste, bem como o Tibete.
O fundo soberano chinês quer investir em infraestruturas na Europa e Estados Unidos, disse o presidente da China Investment Corporation (CIC), Lou Jiwei. "As infraestruturas na Europa e nos Estados Unidos necessitam de muito mais investimento", escreveu.
A CIC gere uma carteira de 400 mil milhões de dólares (299,5 mil milhões de euros).
A China pretende concentrar-se na expansão das exportações para os mercados emergentes e reforçar a sua competitividade para fazer face às perspetivas pessimistas sobre o comércio global em 2012, devido à fraca procura dos Estados Unidos e Europa e aumento dos custos de produção na China.
Como se vê, o milagre chinês não é bem milagre e talvez esteja por essas bandas a fonte dos neo paradigmas dos direitos sociais e do trabalho.
Bastou mudar uma variável, de 0,53 dólares/dia, pelo trabalho, para 0,98 dólares, para quadruplicar estatisticamente o número de pobres. Se fossem a aplicar o conceito europeu, de 1/3 do ordenado médio do país, quantos serão? Afinal onde está o milagre?
Tendo em conta a emergência económica do país, quer dizer que alguém anda a arrecadar o preço da exploração do trabalho e dos baixíssimos salários. Aliás, quando se fala que a renda per capita é muito baixa, dever-se-ia justificar a emergência nesse pilar. Se todos os países pagassem tão pouco, os países seriam mais ricos, os ricos seriam mais ricos ainda e os pobres mais pobres ainda. E é esse o caminho por onde querem levar, o ocidente e o mundo, aproximando-nos da China, em vez de forçarem a China a aproximar-se dos nossos valores...
Louvável é o reforço de medidas de investimento para as regiões mais pobres, embora seja notório que o Tibete seja uma das incluídas, por razões que a política desconfia… A economia é uma arma!
Entretanto, se não há peixe no nosso mar, há que procurá-lo noutros “oceanos”, principalmente onde não há “barcos” e os “pescadores” se afogam em mágoas…
É a mundialização de um país, a quem muitos países oferecem benesses demais e permitem a circulação de produtos sem qualidade e sem o controlo que exigem aos seus industriais e comerciantes…
E à cautela, depois da compra de infraestruturas na Europa e EUA, ambos necessitados de dinheiro líquido e de pão para a boca, há que vender para quem tem dinheiro, os outros países emergentes (com salários também baixos), se estes lhes facilitarem a vida e quiserem ser fazer parte das suas conquistas…
E como se vê, não há milagre que sempre dure, nem comunismo que não se disfarce…
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